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Chove abaixo da média histórica por três anos seguidos no DF

Em 2017, as precipitações registraram volume 15,3% inferior ao esperado para 12 meses. Boa notícia é que deve haver fartura de água em 2018

atualizado

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Igo Estrela/Especial para o Metrópoles
Chuva
1 de 1 Chuva - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

Nem o grande volume de chuva registrado em dezembro foi suficiente para garantir que 2017 alcançasse a média histórica anual prevista pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). São esperados, para 12 meses, 1.540,6mm, mas caíram do céu 1.303,6mm, uma redução 15,3%. Trata-se do terceiro ano consecutivo abaixo do índice considerado ideal.

As precipitações do ano passado, porém, ocorreram com mais intensidade do que as computadas em  2015 e 2016, quando choveu 18,6% e 25,3% abaixo da média, respectivamente. Há dois anos, a quantidade inferior de água agravou a crise hídrica. No início de 2016, inclusive, os brasilienses passaram a enfrentar o racionamento de água.

O professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB) Gustavo Baptista explica que nos últimos anos o Oceano Pacífico tem estado em maior influência do La Niña, fenômeno que confere resfriamento. Para regiões como o Centro-Oeste, porém, o efeito é contrário. “Isso intensifica as condições climáticas. A seca fica mais prolongada”, esclarece.

A meteorologista do Inmet Odete Chiesa comenta ser normal ocorrer variação acima ou abaixo da média. Ela alerta, entretanto, para a necessidade de preservar o recurso constantemente. Para os próximos dias, a profissional do tempo faz previsões otimistas.

Há boa expectativa de chuva, pelo menos para os próximos 15 dias. Além disso, a climatologia está apontando que as precipitações de janeiro, fevereiro e março vão ficar dentro da média

Odete Chiesa, meteorologista do Inmet

Pelos prognósticos da consultora e meteorologista do Inmet Ingrid Peixoto, é possível que no primeiro trimestre de 2018 chova até 35% a mais do que o esperado para o período. As pancadas devem vir acompanhadas de rajadas de vento, trovoadas e raios. A média histórica dos primeiros três meses do ano é de 645,5mm, mas, se as previsões se concretizarem, deve chegar a 871,4mm.

Reservatórios
As chuvas das últimas semanas têm ajudado a recuperar os reservatórios de água que abastecem o Distrito Federal. A barragem do Descoberto — responsável por abastecer 60% do DF — fechou o ano de 2017 com nível em 30,1%, mesmo percentual do sistema de Santa Maria.

Na terça-feira (2/1), após meses, o maior reservatório da cidade voltou a apresentar quantidade de água superior à bacia de Santa Maria. Enquanto o primeiro encerrou o dia com 30,7% de sua capacidade, o segundo ficou em 30,5%. Até a publicação deste texto, a Agência Reguladora de Águas (Adasa) não havia atualizado os números desta quarta (3/1).

Apesar de ainda não apresentarem segurança hídrica capaz de fazer o governo encerrar o racionamento na cidade, a análise é menos pessimista, principalmente na bacia do Descoberto, que apresentou desempenho melhor no último dia de 2017 em comparação a 31 de dezembro de 2016, quando o reservatório estava com 22,2% da sua capacidade.

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