Chefe do Arquivo Público do DF foi para Portugal, mas continuou no GDF
Servidores estranharam a ausência de Andréia Schmidt, mulher do senador Marcos Rogério (DEM-RO). Ela acabou exonerada na sexta-feira (05/07)
atualizado
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Como chefe de gabinete do Arquivo Público do Distrito Federal, Andréia Schmidt Brito chamou a atenção de servidores do órgão por se ausentar do serviço dias seguidos sem licença ou oficialização da saída do cargo. Mulher do senador Marcos Rogério (DEM-RO), a engenheira civil foi para Portugal, mas a exoneração com data retroativa publicada no suplemento do Diário Oficial do DF (DODF) de sexta-feira (05/07/2019) só saiu após a reportagem questionar o Governo do Distrito Federal (GDF) sobre a situação.
Segundo própria publicação dela no Instagram e a assessoria do marido, Andréia foi para Portugal em junho fazer mestrado. A nomeação da engenheira no cargo de natureza especial 06 (CNE-06), com salário de R$ 5.855,82, consta no DODF de 10 de maio de 2019.
A assessoria do senador apresentou à reportagem um documento no qual a chefe de gabinete solicita, em 17 de junho, a exoneração. A data seria anterior ao embarque para terras lusitanas.
Em nota, o Arquivo Público do DF confirmou a informação da funcionária e, antes da divulgação do suplemento do DODF que trouxe a exoneração, disse: “É importante reforçar que, embora o ato ainda não tenha sido publicado, os efeitos da exoneração contam desde o dia de formalização do pedido, sem nenhum prejuízo para o erário público”.
Investigação
No Governo do Distrito Federal (GDF), Andréia atuou, também, como diretora de Obras da Coordenação de Licenciamento, Obras e Manutenção da Administração Regional de Taguatinga. Nomeada em 27 de março de 2019 para o cargo CNE-07, cujo salário é R$ 4.684,66, a funcionária foi exonerada em 10 de maio.
Enquanto diretora de Obras, Andréia marcou presença em uma agenda política do marido no Rio Grande do Sul. A visita ao prefeito do município de Ivoti, em 17 de abril, uma quarta-feira, foi divulgada no site oficial do Executivo local. A assessoria do parlamentar disse que a falta foi combinada.
Após ser procurada pelo Metrópoles, a Administração Regional de Taguatinga informou não ter sido comunicada sobre a viagem realizada pela servidora e determinou “imediata abertura de investigação para possível aplicação das medidas cabíveis”.
O órgão assinalou não ter sido avisado da viagem realizada pela servidora e que tomou conhecimento somente na sexta-feira (05/07/2019) de que ela não trabalhou em 17 de abril. “É importante reforçar que, apesar de nomeada no dia 27/03/2019, a servidora tomou posse em 01/04/2019, tendo trabalhado até o dia 30/04/2019. Do dia 02 a 09 de maio/2019 consta falta na folha de ponto”, pontuou.
Ainda segundo a administração, Andréia foi contratada para “realizar atividades externas, que consistiam, basicamente, no trabalho de acompanhamento da manutenção e revitalização das obras na cidade”. “Além dessas atribuições, também havia sido requerido o levantamento das praças, quadras e equipamentos públicos na cidade, para realização de projetos e orçamentos e posterior abertura de processo licitatório”, concluiu.