metropoles.com

Chácara onde grupo 300 do Brasil se hospedou pertence a bombeiro do DF

A propriedade situada no Núcleo Rural Rajadinha, entre as cidades do Paranoá e de Planaltina, é do tenente da reserva Altamiro Rajão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
chácara
1 de 1 chácara - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A chácara que os integrantes do acampamento 300 do Brasil usaram como base pertence a um oficial aposentado do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF). A propriedade situada no Núcleo Rural Rajadinha, entre as regiões administrativas do Paranoá e de Planaltina, é do tenente da reserva Altamiro Rajão e entrou no radar de órgãos de inteligência e do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que chegou a pedir o cumprimento de mandados de busca e apreensão no local.

A chácara, apontada como uma espécie de quartel-general usada pelo grupo, foi alvo de matéria do Metrópoles nesta quarta-feira (27/05). Em entrevista, Rajão contou ter sido procurado recentemente por um amigo ativista que apoia o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que perguntou se o lugar poderia hospedar, temporariamente, um grupo de pessoas de outros estados que viriam para Brasília participar de uma manifestação.

Ao perceber que eram pessoas a favor de Bolsonaro, o bombeiro aposentado permitiu que o grupo usasse as instalações de forma gratuita. “Entretanto, fui surpreendido pelas redes sociais com a informação de que o local serviria como uma espécie de QG para treinamento paramilitar. Prontamente desautorizei tal iniciativa, pedindo que o grupo permanecesse apenas naquele final de semana”, afirmou.

Veja imagens da propriedade:

8 imagens
O local conta com alojamentos e cozinha
O Ministério Público chegou a pedir mandado de busca e apreensão no local
O local conta com torres de treinamento de entrada e incursão militar
A propriedade fica cercada por florestas e morros
O acampamento conta com duas torres de treinamento militar
1 de 8

O local ocupado pelo 300 fica no núcleo rural Rajadinha

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 8

O local conta com alojamentos e cozinha

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 8

O Ministério Público chegou a pedir mandado de busca e apreensão no local

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 8

O local conta com torres de treinamento de entrada e incursão militar

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 8

A propriedade fica cercada por florestas e morros

Rafaela Felicciano/Metrópoles
6 de 8

O acampamento conta com duas torres de treinamento militar

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 8

A PCDF abriu inquérito para investigar a ação do 300 do Brasil

Rafaela Felicciano/Metrópoles
8 de 8

As torres são semelhantes às que existem em campos de treinamento da Polícia Federal

 

No entanto, o militar ressaltou que dezenas de pessoas de outros estados permaneceram nas instalações por quase uma semana, mas sem qualquer envolvimento com integrantes do 300 do Brasil.

“Continuarei defendendo e apoiando o governo Bolsonaro, a governabilidade do Brasil, a liberdade de manifestação e de imprensa. Mas não comungo com qualquer espécie de ação contra as instituições, a democracia e os poderes constituídos”, disse o militar. “Portanto, não temos vínculo nenhum com grupos paramilitares e muito menos estimulamos a desordem nacional”, acrescentou.

Investigação

Com alojamentos, cozinha, água potável e estrutura de treinamento militar, o terreno entrou no radar de setores de inteligência de órgãos de segurança da capital da República. O Metrópoles teve acesso exclusivo a detalhes dos levantamentos feitos pelos investigadores.

Os relatórios mostram a dinâmica de atuação do grupo e revela como era o chamado “QG”, instalação ocupada durante um tempo pelos militantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A suspeita das autoridades é que o 300 do Brasil abandonou a chácara após um pedido de busca e apreensão do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios  (MPDFT), mas que acabou indeferido pelo Poder Judiciário.

O grupo teria migrado para outros locais a fim de se manter em sigilo. Nessa terça-feira (26/05), em nova ofensiva, promotores entraram com outra ação pedindo a desmobilização do acampamento. O MPDFT também requereu a busca de possíveis armas em posse de integrantes do movimento.

Recrutamento

Entre os métodos, destaca-se um intenso recrutamento Brasil afora para engrossar as fileiras do movimento. A forma de atingir o maior número de adeptos é por meio das redes sociais e grupos de WhatsApp.

Os convidados, de vários estados, são influenciados a viajar até a capital da República e insuflados pelos líderes com palavras de ordem, sempre fazendo menção de derrubar a política de esquerda e de supervalorizar as figuras políticas que representam a direita no país.

Para garantir a segurança e evitar infiltrados, os integrantes do 300 do Brasil desenvolveram mecanismos de pesquisa que levantam toda a vida pregressa de cada aspirante. As principais informações conferidas são: se a pessoa é ou foi jornalista de qualquer tipo de veículo de comunicação ou se integrou partido político de esquerda. Informações como estado civil e grau de escolaridade também passam pelo crivo da organização.

Nas postagens, os avisos de que o treinamento é para uma “guerra não violenta (sem armas)” se misturam a mensagens que contradizem isso ao pedir que os acampados tenham roupa preparada para combate ou para a “possibilidade de detenção”.

Cientes de que o espaço virtual é público, os organizadores não detalham os planos.

Confira vídeo: 

 

Diante dos fatos, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu inquérito, nessa terça-feira (26/05), para investigar a ação de integrantes do acampamento 300 do Brasil. As apurações tiveram início após uma onda de agressões físicas e verbais contra jornalistas no exercício da profissão e a cidadãos que se posicionam contrários ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

A apuração ficará sob responsabilidade da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), unidade da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor). Nos próximos dias, membros do grupo podem ser individualizados, qualificados e intimados a prestar depoimento.

Como mostrou o Metrópoles, o grupo bolsonarista que prega o “extermínio da esquerda” é o mesmo que liderou o ato pró-intervenção militar. Eles também são contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. 

A hostilidade fez com que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abrisse inquérito autorizado pelo STF a fim de investigar o esquema de financiamento e a natureza dos atos promovidos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?