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“Certas mudanças vieram para ficar”, diz reitora da UnB sobre pandemia

Em entrevista ao Metrópoles, Márcia Abrahão avaliou e comemorou os 60 anos da universidade. Data é comemorada nesta quinta-feira (21)

atualizado

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Gustavo Moreno/ Metrópoles
Marcia Abrahão-reitora da UNB. Brasília(DF), 18/04/2022
1 de 1 Marcia Abrahão-reitora da UNB. Brasília(DF), 18/04/2022 - Foto: Gustavo Moreno/ Metrópoles

Nesta quinta-feira (21/4), a Universidade de Brasília (UnB) completa 60 anos de existência, mesmo dia em que a capital do país chega aos 62 anos. Em entrevista ao Metrópoles, primeira reitora mulher e atual número 1 da instituição, Márcia Abrahão, revelou que algumas das mudanças tecnológicas adotadas por causa da pandemia de Covid-19, serão incorporadas no dia a dia da unidade de ensino superior.

Márcia é defensora das aulas 100% presenciais, marcadas para o início do próximo semestre letivo, em 6 de junho. Segundo a reitora, os impactos da crise sanitária foram enfrentados por alunos e professores da UnB. “A gente viu que tem como aperfeiçoar o que nós já fazemos e, agora, temos mais convicção ainda de que não abrimos mão da presencialidade”, disse.

Abrahão afirmou que cerca de 95% dos frequentadores da universidade estão vacinados contra o novo coronavírus e revelou que não vê problemas em flexibilizar medidas de segurança sanitária ou torná-las mais rígidas, se necessário.

“A grande maioria da nossa comunidade está vacinada. Mais de 95%. Vamos ver como é que vai desenrolar a pandemia até junho e, também, as medidas de segurança da OMS [Organização Mundial de Saúde] e do Ministério da Saúde. Vamos continuar avaliando a evolução da pandemia diariamente até tomar novas decisões”, declarou.

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Após dois anos sem eventos presenciais devido à pandemia da Covid-19, brasilienses poderão festejar o aniversário da cidade, que será repleto de atrações, e revisitar os principais pontos turísticos, agora reabertos
Lago Paranoá – A famosa “praia de Brasília” é um lugar incrível para praticar esportes, realizar passeio de barco, jet ski ou lancha, e apreciar o pôr do sol
Parque da Cidade (Sarah Kubitschek) – Com cerca de 4,2 km² de área verde, é o maior parque urbano de Brasília. Com várias opções de lazer, como espaço infantil, parque de diversão, quadras de futebol, vôlei e basquete, pista de corrida, quiosques, lago, entre outros, no local sempre tem algum evento rolando
Parque Nacional de Brasília – Ideal para quem deseja se refrescar e realizar trilhas ou piquenique, o Parque Nacional, também conhecido como Água Mineral, tem mais de 30 mil hectares de extensão, com piscinas de águas das nascentes locais
Jardim Botânico – Para quem deseja estar em contato com a natureza, o Jardim Botânico é o local indicado. Repleto de plantas exóticas e nativas, o jardim é composto por um ecossistema predominante de cerrado. Belíssimo, é um dos points mais frequentados por quem deseja realizar piqueniques ou trilhas
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Brasília completa 62 anos de muita história nesta quinta-feira (21/4)

Thiago Veras/ Getty Images
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Após dois anos sem eventos presenciais devido à pandemia da Covid-19, brasilienses poderão festejar o aniversário da cidade, que será repleto de atrações, e revisitar os principais pontos turísticos, agora reabertos

Paulo Fridman/Getty Images
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Lago Paranoá – A famosa “praia de Brasília” é um lugar incrível para praticar esportes, realizar passeio de barco, jet ski ou lancha, e apreciar o pôr do sol

Hugo Barreto/Metrópoles
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Parque da Cidade (Sarah Kubitschek) – Com cerca de 4,2 km² de área verde, é o maior parque urbano de Brasília. Com várias opções de lazer, como espaço infantil, parque de diversão, quadras de futebol, vôlei e basquete, pista de corrida, quiosques, lago, entre outros, no local sempre tem algum evento rolando

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Parque Nacional de Brasília – Ideal para quem deseja se refrescar e realizar trilhas ou piquenique, o Parque Nacional, também conhecido como Água Mineral, tem mais de 30 mil hectares de extensão, com piscinas de águas das nascentes locais

Reprodução
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Jardim Botânico – Para quem deseja estar em contato com a natureza, o Jardim Botânico é o local indicado. Repleto de plantas exóticas e nativas, o jardim é composto por um ecossistema predominante de cerrado. Belíssimo, é um dos points mais frequentados por quem deseja realizar piqueniques ou trilhas

Reprodução/jardimbotanico.df.gov.br
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Pontão do Lago Sul – O maior centro de lazer e entretenimento de Brasília, o Pontão é famoso pela vista incrível para o Lago Paranoá e para a Ponte JK

Reprodução/ pontao.com.br
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Jardim Zoológico de Brasília – Com uma área de aproximadamente 139,75 hectares, o Zoológico de Brasília tem mais de 300 espécies de animais do Brasil e do mundo. Um dos locais mais procurados por famílias, o Zoo conta com lagos artificiais e diversos viveiros

Agência Brasília
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Torre de TV – Além do mirante a 75 m de altura que oferece uma vista de 360 graus da cidade, o local ainda oferecerá programação especial com música, teatro, espaço kids, aulão fitness e praça de alimentação em homenagem ao aniversário da capital

Igo Estrela/Metrópoles
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Museu do Catetinho – Residência oficial de Juscelino Kubitschek em Brasília, o Catetinho será finalmente reaberto no dia em que a capital completa a 62ª primavera. O museu tem entrada franca e funcionará das 9h às 17h

Giovanna Bembom/Metropoles
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Memorial dos Povos Indígenas – Projetado por Oscar Niemeyer, o memorial tem como função garantir que a riqueza e a diversidade da cultura indígena seja preservada. Com entrada franca, no museu é possível conferir acervo de peças representativas de várias tribos. Ele funciona de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h, e nos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h

Michael Melo/Metrópoles
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Torre de TV Digital – Projetada por Oscar Niemeyer, a Torre de TV Digital tem 180 metros de altura e oferece ao visitante uma vista surreal da imensidão de Brasília. Apesar de ainda não ser possível acessar a área interna da torre, a parte externa é liberada ao público e possibilita uma linda visão do Plano Piloto

Divulgação
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Ermida Dom Bosco – Parada obrigatória para muitos brasilienses e turistas, o local, aberto ao público, é um dos pedacinhos da história da capital. Lá, é possível nadar, fazer longboard e caminhada, por exemplo, ou simplesmente admirar a paisagem

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Templo da Boa Vontade – Local indicado para quem deseja meditar ou orar. O Templo da Boa Vontade possui uma extensa estrutura e estará aberto

Reprodução/ Instagram templodaboavontadetbv
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Museu Nacional de Brasília – Utilizado para exposições de artistas renomados, o Museu Nacional é um dos grandes monumentos de Brasília. Com entrada franca, é o local onde está o melhor da arte brasileira

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O ponto turístico está na "quadra modelo" de Brasília pensada por Lúcio Costa. A quadra, no projeto original, deveria ter prédios comerciais, escolas, igreja e lazer

Michael Melo/Metrópoles
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Praça dos Três Poderes, Mastro da Bandeira, Espaço Lúcio Costa, Museu histórico de Brasília e Panteão da Pátria - Os monumentos históricos de Brasília recebem visitas do público. Contudo, horários precisam ser conferidos ou programados. Caso não seja possível realizar visitas internas, a área externa nunca deixa a desejar. Prepare o celular para a selfie e divirta-se!

Fandrade/ Getty Images

Leia a entrevista na íntegra:

O que podemos esperar para a comemoração dos 60 anos da universidade?

Na sexta-feira (29/4), vamos ter o Conselho Universitário comemorativo. Nesse dia vamos homenagear cinco ex-alunos com o prêmio de honra mérito e lançar o portal UnB Imagens, que reúne imagens de personalidades e espaços da universidade. Tivemos nessa semana, também, o lançamento de um novo número da revista Darcy, especial para os 60 anos e homenagens na Câmara e no Senado. Na segunda-feira (25/4) vamos ter uma Sessão Solene no Senado em homenagem à UnB. Provavelmente em junho, uma edição especial do UnB Perto de Você — que é uma mobilização na Esplanada levando um pouco do que fazemos de ciência e arte. Em julho, receberemos a 72ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a mais importante reunião cientifica do Brasil. Em setembro, vamos ter a Semana Universitária. E em outubro vamos comemorar o centenário de Darcy Ribeiro.

Nesses 60 anos, muitos projetos foram desenvolvidos. Na sua visão, quais foram os principais?

A universidade tem se mantido firme nesses 60 anos. A UnB quase foi fechada durante a ditadura militar, perdeu quase todos os professores, se reergueu e hoje é uma das principais universidades do Brasil e da América Latina. A expansão da universidade para o Gama, Ceilândia e Planaltina é outro destaque. Nós temos um centro de ensino a distância há 30 anos e temos curso de graduação a distância para todo o Brasil. A universidade também foi pioneira nas cotas raciais. Algo que, depois, acabou virando política pública.

Mais especificamente na nossa gestão, investimos muito em sustentabilidade. Hoje, temos energia solar em todos os campi, o do Gama já é autossustentável. E nós somos uma universidade humanista e trabalhamos muito na área de direitos humanos. Por exemplo, aprovamos uma política de acessibilidade, uma política de nome social e de cotas na pós-graduação. A UnB continua sendo exemplo para o Brasil todo, como uma universidade de excelência com compromisso social.

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Marcia Abrahão comemora que UnB já dura 60 anos
Reitora afirma afirma que aulas presenciais são melhores do que à distância
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Entrevista com Marcia Abrahão, reitora da UNB

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Marcia Abrahão comemora que UnB já dura 60 anos

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Reitora afirma afirma que aulas presenciais são melhores do que à distância

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A senhora está na segunda gestão como reitora. Como avalia esses últimos anos, principalmente durante o período da pandemia de Covid-19?

Foram anos bem desafiadores desde que assumimos. Primeiro, com as dificuldades orçamentárias. De 2015 para cá, tivemos uma redução de mais de 90% no orçamento para investimento. Depois, tivemos que sair da aula presencial. Temos quase 50 mil estudantes e tivemos que dar condições para eles irem para o ensino remoto. E é bom deixar claro que a universidade não parou em nenhum momento. Fizemos ensino, pesquisa e extensão, semana universitária com participação muito maior. Tudo isso remotamente. Tivemos que dar condições para muitos estudantes que não tinham computador e internet. Nós conseguimos, com muita dificuldade, incorporar novas tecnologias. Então, hoje, por exemplo, conseguimos ter nas bancas de mestrado e doutorado pessoas de fora do Brasil com muito mais facilidade. Algumas inovações vieram para ficar. Agora, o que também ficou claro é que nada supera o presencial. Percebemos uma reclamação muito maior de doenças mentais, problemas em trabalhar em casa. Então, ao mesmo tempo, a gente viu que tem como aperfeiçoar o que nós já fazemos e temos mais convicção ainda de que nós não abrimos mão da presencialidade.

A UnB decidiu  continuar com o uso de máscaras e de exigir o cartão de vacinação. Como esse controle vai ser feito?

Temos aulas presenciais ocorrendo desde janeiro deste ano e estamos cobrando vacinação desde fevereiro. Desde dezembro do ano passado, nós estávamos cobrando o cartão de vacinação para entrada na biblioteca e no restaurante. No início desse ano, estendemos para toda a universidade. Posso falar do que temos hoje. Nós temos pouquíssimos problemas. A grande maioria da nossa comunidade está vacinada. Mais de 95%. Vamos ver como é que vai desenrolar a pandemia até junho e, também, as medidas de segurança da OMS [Organização Mundial de Saúde] e do Ministério da Saúde. Vamos continuar avaliando a evolução da pandemia diariamente até tomar novas decisões. Para avançar ou regredir, se necessário.

UnB decide retomar aulas presenciais em 6 de junho. Veja exceções

A senhora disse que o orçamento não foi suficiente este ano. Quais são os desafios orçamentários para a universidade?

Para este ano, infelizmente, nós continuamos com o orçamento insuficiente. Temos cerca de R$ 6 milhões para investimento vindo do Tesouro Nacional, ou seja, que serão usados para comprar livro, computador, equipamento. Para uma universidade do porte da UnB, é totalmente insuficiente. Temos obras que precisamos continuar. Fazemos arrecadação própria, mas é limitada a quanto o Congresso Nacional disponibiliza. Se conseguimos mais do que o autorizado, o que sobrou vai para o governo federal. Este ano, temos o limite de R$ 25 milhões. Apesar disso, uma decisão que tomamos internamente, desde que assumimos, é que, independentemente de ter reduções anuais no orçamento, nós aumentamos o orçamento das faculdades e institutos. É uma forma de valorizarmos o que nós defendemos que é o apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão. Também aumentamos o orçamento para bolsas de estudantes e outros projetos como o auxílio creche.

Falando das obras, andando pela UnB, a gente vê algumas em andamento. Quais são os destaques?

Nós estamos conseguido fazer obras. Acabamos de inaugurar um prédio no campus de Ceilândia, há dois anos inauguramos no Gama e temos feito algumas pequenas reformas em Planaltina.
Estamos construindo o Instituto de Artes, o prédio da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e um prédio para laboratórios da Medicina. Aprovamos um grande auditório na praça entre a Biblioteca Central e a Reitoria. Vamos começar em breve a construção do Centro de Biotecnologia Molecular que é uma obra que a UnB recebeu recursos de emenda parlamentar e não concluiu, por mais de 10 anos.

Então, agora estamos fazendo com arrecadação própria, e isso vai fortalecer o nosso parque científico e tecnológico. Além disso, com dinheiro de emenda também estamos construindo o Centro de Pesquisa em Primeira Infância e uma Creche na UnB, um sonho antigo da nossa comunidade. Essas são algumas das obras que estão em andamento. Temos os apartamentos também. Estavam há décadas sem recuperação e a gente, aos poucos, está fazendo o que precisa ser feito. Além de requalificar os espaços que estavam se deteriorando e nós vamos reformando e entregando às unidades. Isso tudo é a concretização do nosso Plano de Obras.

Sobre a UnB

A Universidade de Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1962. A construção do campus foi idealizada pelo antropólogo Darcy Ribeiro que definiu as bases da instituição e pelo educador Anísio Teixeira, que planejou o modelo pedagógico. O arquiteto Oscar Niemeyer transformou as ideias em prédios.

As regras, a estrutura e concepção da Universidade foram definidas pelo Plano Orientador, uma espécie de Carta Magna, datada de 1962, e ainda hoje em vigor. O Plano foi a primeira publicação da Editora UnB.

Em 15 de dezembro de 1961, o então presidente da República João Goulart sancionou a Lei 3.998, que autorizou a criação da universidade. Darcy e Anísio convidaram cientistas, artistas e professores das mais tradicionais faculdades brasileiras para assumir o comando das salas de aula da jovem UnB.

“A UnB foi organizada como uma Fundação, a fim de libertá-la da opressão que o burocratismo ministerial exerce sobre as universidades federais. Ela deveria reger a si própria, livre e responsavelmente, não como uma empresa, mas como um serviço público e autônomo”, escreveu Darcy, em UnB: Invenção e Descaminho.

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