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Cerimonialista deu calote em outras noivas no DF e sumiu do mapa

Nathália espera há três anos receber reembolso de serviço não realizado por Francisco Coelho. No sábado (12/10), ele deixou um casal na mão, sem som, DJ e iluminação

atualizado

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Fotos: Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Fotos: Michael Melo/Metrópoles

A relações públicas Roberta Souza não é a única noiva que levou um calote do cerimonialista Francisco Coelho Bezerra. Nathália Mendes (foto), 27 anos, também foi vítima do empresário. Desde 2012 ela tenta receber o reembolso de um serviço que não chegou a ser feito. “Depois de um mês que o contratei, percebi que não ia dar certo. Ele nunca deu a atenção que eu precisava e me senti desamparada”, conta a jovem. Foram meses de promessa de que a rescisão seria paga. O que nunca ocorreu. O caso foi parar na Justiça, mas nem com a sentença em mãos ela conseguiu receber do proprietário da News Cerimonial.

Nathália conta que procurou Francisco em março de 2012 por indicação de primos que já tinham contratado o serviço dele sem passar por contratempos. “Fechei contrato com ele para ele organizar o meu casamento. Precisava de ajuda, já que era muita coisa para eu fazer sozinha”, explica. Para que Francisco organizasse a cerimônia e contratasse serviços como música, salão e ambientação, a noiva pagou R$ 1,6 mil à vista.

Mas não precisou de muito tempo para perceber que tinha entrado numa fria: “Eu ligava pra ele, mandava e-mail e perguntava como estava a organização do meu casamento. Ele quase nunca respondia.” Em abril, voltou ao escritório do cerimonialista, que funcionava na comercial da 303 Norte, e pediu a rescisão do contrato. Nathália teria direito a 50% do valor pago: “Me tratou muito bem e disse que o jurídico ia providenciar”.

Brasília (DF), 13/10/2015 - Noiva Natália - Foto, Michael Melo/Metrópoles
Nathália alerta outras noivas para que não passem pelo mesmo constrangimento

 

Férias coletivas
A jornalista lembra que foram seis meses tentando receber. Novamente, e-mails ficaram sem respostas e Francisco nunca atendia o telefone. Nesse período, ela voltou ao endereço onde funcionava a empresa e se surpreendeu quando descobriu que estava fechado. “Na época, os vizinhos disseram que ele tinha dado férias coletivas”, recorda.

Diante do sumiço, Nathália decidiu recorrer à Justiça. Como o valor era baixo, foi orientada a procurar o Juizado de Pequenas Causas. Aí se deparou com outro problema: como ninguém sabia do paradeiro do cerimonialista, o processo foi arquivado. A noiva não se deu por vencida. Depois de muitos contatos, descobriu que a empresa estava funcionando na 115 Norte. Francisco recebeu a intimação para a audiência, mas não apareceu. Embora tenha ganhado a causa na Justiça, Nathália  ainda não foi reembolsada. Agora, tenta levantar a lista de bens do golpista para pedir a penhora.

Nem é pelo valor mais. O problema é ele não ser punido e fazer isso com outras pessoas. Muitas noivas economizam para realizar um sonho no casamento. É muito frustrante que as coisas não saiam conforme foi planejado.

Nathália Mendes

Ao ler a reportagem publicada com exclusividade no Metrópoles, mostrando o drama de Roberta Souza, que ficou sem o DJ, a iluminação e o som na festa de casamento, Nathália alerta: “De uma pessoa que age assim com uma simples rescisão de contrato pode-se esperar qualquer coisa”. Ela lembra que o contrato previa a devolução de apenas a metade do que foi pago — cerca de R$ 800. O que mais a chocou foi que, nas redes sociais, o cerimonialista ainda a teria ameaçado por falar que ele não cumpria os contratos.

Outros casos
O empresário também responde a outro processo por não ter devolvido a um cliente dinheiro de um casamento cancelado. Em 2011, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) mandou o cerimonialista devolver R$ 1,6 mil a um cliente que queria cancelar o contrato, pagou rescisão, mas não teve parte do dinheiro investido reembolsado. No último sábado, a relações públicas Roberta Souza se surpreendeu ao chegar na festa de casamento e descobrir que estava sem DJ, luz e palco.

Alegando um calote de quase R$ 10 mil, ela e o noivo, Ralpho Guimarães, registraram ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Roberta disse que o primeiro sinal de que algo estava errado foi a ausência do cerimonialista para recebê-la no salão de festa. A situação piorou quando Roberta descobriu que onde deveria ter palco, DJ e iluminação para a pista de dança, havia apenas um microfone. “Foi uma humilhação, um desrespeito. Uma festa de casamento não é um aniversário, que você faz todos os anos. Ainda não consigo dormir”, desabafou.

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