Celina sobre greve de professores: “Negociação só quando for suspensa”
A vice-governadora afirmou que o GDF fez todos os esforços necessários para dar o aumento linear. “Estamos dando o dobro do governo federal”
atualizado
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A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), disse, na manhã desta quarta-feira (3/5), que a negociação com os professores da rede pública só vai ocorrer se a categoria suspender a greve prevista para começar na quinta (4/5).
Segundo Celina, o Governo do Distrito Federal (GDF) fez todos os esforços necessários para dar o aumento linear. “Nós estamos dando o dobro que o governo federal está dando de aumento. É um valor altíssimo e um impacto muito grande aos cofres públicos”, disse.
“Respeitamos a decisão dos professores, até porque sabemos da qualidade dos docentes do DF. Mas a decisão do governo é realmente de não discutir enquanto eles estiverem em greve e abrir uma porta de negociação assim que a greve for suspensa”, acrescentou.
Celina deu a declaração durante a sanção da lei que amplia as atividades do Setor Comercial Sul, no Palácio do Buriti, nesta manhã.
Sem acordo
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) confirmou o início de greve a partir desta quinta. A categoria e representantes do Executivo local se reuniram na noite de terça-feira (2/5) para nova rodada de negociações, mas não chegaram a um acordo.
“Não tivemos a apresentação de uma proposta efetiva. A sensação que temos é de que, a cada reunião, estamos mais no [nível] zero, mas tivemos o compromisso do secretário de Planejamento [do DF, Ney Ferraz] quanto à manutenção de uma mesa permanente de negociação, com pontos sobre a reestruturação da carreira. O compromisso foi que o governo não suspenda as negociações, pois elas vão resolver esse impasse”, afirmou ao Metrópoles a diretora do Sinpro-DF Luciana Custódio.
Os professores ameaçavam entrar em greve desde a semana passada. Havia uma reunião da categoria com o Governo do Distrito Federal (GDF) agendada para esta quarta-feira (3/5). No entanto, o encontro foi antecipado para a noite passada.
A categoria cobra melhores salários e reestruturação da carreira de magistério público, com incorporação de gratificação. “A greve começa amanhã [quinta-feira], e nossa estratégia é de que o movimento caminhe em uma crescente”, completou a representante sindical.
O reajuste de 18% anunciado pelo Executivo local para os servidores públicos foi considerado insuficiente pelos professores, que recebem abaixo do piso nacional, segundo o sindicato do DF. A categoria cobra a incorporação de gratificação como alternativa para fortalecer os vencimentos dos profissionais.
A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração (Seplad) havia informado que avaliava o impacto financeiro decorrente do atendimento às reivindicações. Após a confirmação da greve, a reportagem aguarda posicionamento do GDF.