CBMDF encerra 4º dia de buscas por grávida e adolescente desaparecidas
Dia foi marcado por uma informação errada passada aos bombeiros, que chegaram a interromper as buscas por algumas horas
atualizado
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O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) deu por encerrado, no início da noite deste sábado (12/12), o 4º dia de procura pela grávida de 4 meses Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha dela Tauane Rebeca da Silva, 14. Por causa da escuridão em área próxima a um córrego do Sol Nascente, a corporação informou que não seria possível continuar as buscas.
Esta foi a segunda interrupção do dia nos trabalhos. Pela manhã, o CBMDF informou que encerraria a procura, pois tinha recebido a notícia de que mãe e filha estavam em uma igreja de Samambaia. Algumas horas depois, no entanto, os bombeiros explicaram que a pista repassada aos militares era falsa.
Enquanto isso, familiares e amigos vivem momentos de angústia e medo. Marido de Shirlene e pai de Tauane, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, de 41 anos, diz estar sem dormir desde que as duas desapareceram. A família vive no Sol Nascente perto do córrego. O casal vive junto há 24 anos. Além de Tauane, têm dois filhos, um com 12 anos e outro com 21 anos. A mãe é muito apegada aos filhos.
Segundo Antônio, Shirlene estaria enfrentando problemas psicológicos que teriam surgido após a pandemia de Covid-19. “Ela vinha tendo uns surtos, eu estava tentando ajudá-la a buscar tratamento”, relatou.
Ao falar sobre a filha, Antônio chorou. “Cara… Minha filha era tudo, cara… Não tem explicação… Minha filha era tudo. Era muito apegada comigo. Se tinha alguma coisa, ela me falava. Eu amo meus três filhos, todos somos muito apegados”, comentou. Antônio tem esperança de revê-las.
Desaparecimento
De acordo com Antônio, a última pessoa da família a ter contato com Shirlene e Tauene, foi o filho caçula, Lucas, de 12 anos. A criança teria contado ao pai que a irmã insistiu com a mãe para que as duas descessem ao córrego. A família mora no local há pouco tempo e, neste dia, Antônio estava trabalhando no Lago Norte. A esposa teria pegado a mochila do menino, uma toalha amarela listrada, biscoitos e uma sombrinha e saído para o passeio com a filha no início da tarde.
Ao voltar para a casa, por volta das 18h30, Antônio contou que encontrou o menino todo molhado e preocupado. A criança queria procurar a mãe e a irmã no córrego, mas foi surpreendida no caminho por uma chuva forte.
O marido disse que também se preocupou porque já estava anoitecendo. Imediatamente, começou a ligar para parentes e conhecidos para saber do paradeiro das duas. Na sequência, por volta das 20h, acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
As buscas começaram ainda na quinta-feira por volta das 21h. O pintor acompanhou tudo e achou a sombrinha da esposa no local. “Os bombeiros acharam dois pés de sandálias. E um deles parecia com o da minha filha, era toda rosa”, contou Antônio ao Metrópoles, com lágrimas nos olhos.