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Caso Naja: saiba quem são os 11 indiciados e por quais crimes responderão

Em alguns casos, a acusação foi multiplicada por 23, que foi o número de animais envolvidos no suposto tráfico descoberto pela polícia

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
cobra
1 de 1 cobra - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Civil do DF (PCDF) divulgou, nesta quinta-feira (13/8), os resultados das investigações que apuram o suposto tráfico de animais exóticos na capital do país. De acordo com os policiais, 11 pessoas foram indiciadas por crimes ambientais.

Somente o estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, picado por uma cobra Naja kaouthia criada clandestinamente em sua casa, no Guará, foi indiciado 23 vezes. Isso porque o caso envolve, além da Naja, mais 22 serpentes.

A mãe de Pedro, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, e o padrasto dele, o coronel da PMDF Eduardo Condi, também foram indiciados, assim como o major Joaquim Elias Costa Paulino, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF.

Confira todos os indiciados e os crimes:

    • Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl: tráfico de animais, associação criminosa e exercício ilegal da medicina.
    • Rose Meire dos Santos Lehmkuhl: fraude processual, corrupção de menores, tráfico de animais, maus-tratos e associação criminosa.
    • Clovis Eduardo condi: tráfico de animais, fraude processual, maus-tratos e associação criminosa.
    • Gabriel Ribeiro: posse ilegal de animal silvestre, maus-tratos, fraude processual e corrupção de menores
    • Julia Vieira: posse ilegal de animal silvestre e corrupção de menores
    • Fabiana Sperb Volkweis: fraude processual
    • Raynner Leyf: posse ilegal, fraude processual e associação criminosa
    • Major Joaquim Elias: prevaricação, fraude processual, associação criminosa, coação no curso do processo.
    • Silvia Queiroz: fraude processual
    • Luiz Gabriel: favorecimento real
    • Gabriel Moraes: associação criminosa e maus-tratos
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Na ocasião, ele estava no apartamento onde mora com a mãe e o padrasto, no Guará
O estudante de veterinária foi picado pela Naja que criava ilegamente
O rapaz chegou a ficar em coma após a picada da serpente
Nas redes sociais, ele ostentava fotos com diversos tipos de animais silvestres
A polícia investiga a suspeita de que o rapaz tenha envolvimento com o tráfico de animais no DF
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Pedro Krambeck chegou a ser preso pela Polícia Civil do DF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Na ocasião, ele estava no apartamento onde mora com a mãe e o padrasto, no Guará

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O estudante de veterinária foi picado pela Naja que criava ilegamente

Foto: Reprodução
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O rapaz chegou a ficar em coma após a picada da serpente

Reprodução
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Nas redes sociais, ele ostentava fotos com diversos tipos de animais silvestres

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A polícia investiga a suspeita de que o rapaz tenha envolvimento com o tráfico de animais no DF

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Pedro foi detido no apartamento onde mora no Guará

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Policiais na casa de Pedro na manhã do dia 29 de julho

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No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

Material Cedido ao Metrópoles
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Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

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A Naja não é uma cobra típica do Brasil

Foto: Reprodução
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Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante

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Brasil não tem soro para o animal

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A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiro

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A Naja foi transferida para o Butantan, em SP

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No Zoo de Brasília, serpente ganhou espaço próprio para sua espécie

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Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília
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Delegado William Ricardo

Jacqueline Lisboa/Especial Metrópoles

“Foi elucidado um esquema de tráfico de animais a partir desse rapaz, onde se comprovou que ele trafica animais. Ele traz cobras de outros estados. Temos registros de viagens, vendas, diálogos a partir de aplicativos de conversa. Compra, venda, valores. Pessoas que compareceram à delegacia e que confirmaram o valor, modo de entrega”, afirmou o delegado Willian Ricardo, da 14ª DP.

Segundo a PCDF, a partir dos elementos colhidos, foi possível verificar, pela grande quantidade de animais apreendidos, que “Pedro Henrique é traficante de animais silvestres e não mero colecionador”.

O início

Pedro teria começado nesse tipo de ação em 2017, segundo os investigadores. Passou a reproduzir as serpentes e vender os filhotes. Cada filhote custava cerca de R$ 500. “Deixamos claro que não se trata de um colecionador. Nessa investigação, tratamos de separar os criadores de quem compra, vende”, esclarece o delegado.

A afirmação é corroborada por mensagens de texto trocadas entre o jovem e a mãe dele, Rose. Em uma delas, o universitário passava pela cidade de Ibotirama (BA) e trazia consigo uma cobra. Ele também mantinha contatos de outros traficantes de animais.

“Para alimentar essas cobras, são necessários ratos, que são oferecidos vivos ou mortos. Mortos, eles precisam estar congelados. Quem tem esses animais em casa geralmente mantém no congelador e depois descongela em banho-maria. Na residência desse rapaz tinha uma série de camundongos congelados no freezer”, explica Willian Ricardo.

No Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os policiais também encontraram o que chamaram de “verdadeira lavagem de animal”. Os bichos entravam ilegais e saíam com a documentação.

A polícia ainda não sabe quanto eles movimentaram em dinheiro, mas todos os indiciamentos serão multiplicados pelo número de animais com que cada investigado se envolveu, podendo chegar a 23 vezes.

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