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Caso Naja: coronel acusado de tráfico diz que delegado praticou ilação

Clóvis Eduardo Condi responde por associação criminosa, venda e criação de animais sem licença, maus-tratos e fraude

atualizado

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homem de camiseta branca gesticula
1 de 1 homem de camiseta branca gesticula - Foto: Reprodução

O tenente-coronel da PMDF Clóvis Eduardo Condi, réu no Caso Naja e padrasto de Pedro Henrique Krambeck Lehmkuhl, reclamou da investigação feita pela Polícia Civil que apurou as circunstâncias da criação de cobras do jovem. Em 2020, o militar foi indiciado pela PCDF por participar de esquema de tráfico de animais silvestres. Em depoimento, o oficial afirmou que o delegado à frente das investigações cometeu “ilação”. A PCDF informou que não comenta processos em apuração.

Apesar da objeção de Condi, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (PMDFT) o denunciou, assim como Pedro Krambeck, Rose Meire dos Santos e Gabriel Ribeiro de Moura de cometer associação criminosa, venda e criação de animais sem licença e maus-tratos. Rose Meire, Clóvis e Gabriel também respondem por fraude processual e corrupção de menores. O Metrópoles teve acesso às gravações dos depoimentos dos quatro réus.

A afirmação de Condi foi dada ao juiz Manoel Franklin Fonseca Carneiro, em 31 de maio, na última audiência de instrução do processo. O militar se irritou ao ser questionado sobre a declaração de um dos vizinhos que teria dito sentir cheiro de amônia e urina no apartamento do militar, o que indicaria a criação de animais no local. Veja como foi a conversa com o magistrado:

O juiz pergunta: “Só pra terminar lembrei de uma outra coisa aqui. Parece que tem um vizinho que falou que sentia um cheiro de amônia, urina forte de dentro da sua casa. Isso acontecia?

Condi, então, responde: “Doutor, absurdo isso, um absurdo. Tanto que no próprio depoimento. Se o senhor tiver, isso foi uma coisa que me chamou atenção, o próprio doutor Bruno Rodrigues pergunta isso pro delegado, o delegado William, se não me falha a memória. Ele perguntou: ‘já que o senhor identificou isso do vizinho, o senhor qualificou essa pessoa?’, que seria, eu entendo que é de fundamental importância para o entendimento dos fatos. Então, no meu entendimento, se o senhor me permitir, são ilações que foram feitas no processo, como, por exemplo, vou citar pro senhor, na própria denúncia no relatório do delegado está dito lá que eu era o mentor financeiro da atividade, como ele diz aí, criminosa. Ele não tem comprovante nenhum, o meu celular foi apreendido, nunca tive uma conversa com o Pedro, não tenho uma foto minha ou que seja com o Pedro falando sobre isso. Porque o Pedro não falava comigo porque ele sabia que eventualmente eu ia tomar providências, porque eu não compactuo coisa errada. Sou uma pessoa do bem doutor, não sou uma pessoa do mal“.

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Militar é réu no Caso Naja
Em depoimento, Condi reclamou de apuração da PCDF
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Clovis Eduardo Condi é tenente-coronel da PMDF

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Em depoimento, Condi reclamou de apuração da PCDF

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Veja a íntegra do depoimento de Clovis Eduardo Condi:

O militar negou as acusações e afirmou ao juiz que não tinha conhecimento de que o enteado criava cobras ilegalmente no mesmo teto em que ele vivia. “O Pedro, se ele fazia essa alimentação [das cobras], fazia no horário que eu não estava em casa”, garante o militar. Em diligências na casa do acusado, agentes da Polícia Civil encontraram ratos congelados na geladeira, que seriam utilizadas para alimentar cobras criadas ilegalmente.

Foi uma dessas cobras que quase matou Pedro Krambeck, quando em em 7 de julho de 2020, ele foi picado pela naja que mantinha no apartamento em que mora, no Guará. Então com 22 anos, Pedro ficou em coma e só sobreviveu porque o Instituto Butantan forneceu soro antiofídico. Assim como o padrasto, o jovem tentou se livrar das acusações. Veja a íntegra do depoimento do jovem:

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