Casal reclama da falta de bicicletário e recebe resposta “rude” de academia
Moradores do Sudoeste frequentam a unidade há 4 anos e divulgaram a situação nas redes sociais nessa quinta-feira (26/8)
atualizado
Compartilhar notícia
Um casal de moradores do Sudoeste reclama de ter recebido uma resposta rude da academia Unique após reclamarem da falta de bicicletário na unidade do Sudoeste. Thadeu Corteletti de Oliveira, 33 anos, e a esposa, Isabela Figueiredo Morelo, de 30, divulgaram a situação nas redes sociais nessa quinta-feira (26/8).
Segundo Thadeu, os dois são clientes da Unique do Sudoeste há quatro anos e têm o hábito de ir para a academia de bicicleta. Eles contam que há cerca de três meses o local deixou de contar com um bicicletário. “Somos clientes da academia há quatro anos e ela sempre teve um bicicletário, de frente para a recepção. Tem um portão que separa para a rua e esse bicicletário ficava dentro da academia. É uma área externa, mas pertencente à academia”, conta o empresário.
“De uns meses para cá, começamos a nos deparar com a situação de não ter mais o bicicletário. No início, eles indicaram colocar a bicicleta dentro da academia e, num primeiro momento, a gente imaginou que estaria tendo alguma reforma e começamos a guardar dentro. Só que foi se prolongando e eu comecei a questionar na recepção qual era a previsão de ter o bicicletário e eles sempre respondiam que não tinha previsão. A última resposta que eu tive foi de uma menina que falou: ‘As pessoas nunca vinham de bicicleta, foi só a gente retirar o bicicletário que começaram a vir'”, narra.
Aproximadamente um mês atrás, Thadeu tirou uma foto das bicicletas amontoadas dentro da academia. “Depois dessa última resposta, a gente viu que não teria movimentação por parte deles e eu sugeri para a Isabela que ela fizesse essa postagem, para ver como eles se posicionariam”, diz.
Na noite dessa quinta, então, Isabela publicou uma reclamação nos stories do seu perfil no Instagram. Em resposta, a Unique disse que, em três semanas, quatro bicicletas foram furtadas no bicicletário da academia e que, então, a empresa decidiu retirar o equipamento, “devido a insegurança pública”.
A mulher, em seguida, reclamou da falta de informação e do atendimento por parte da Unique. Por fim, o perfil da academia respondeu: “Se tiver interesse em cancelar sua matrícula pelo péssimo atendimento [é] só nos procurar na recepção”.
Veja a troca de mensagens:
“Sentimos que nos foi omitido um risco como cliente – furtos de bicicleta na região -, além de termos sido muito mal atendidos. O alto custo da academia não justificou quando foi necessário ter um retorno do atendimento”, comenta Thadeu. “Lembrando que é uma academia que atualmente a gente paga R$ 430 por mês por pessoa. Muitas pessoas que frequentam, são alunos da academia, responderam no Instagram, todos indignados com a posição deles”, completa.
Isabela diz que agora eles avaliam cancelar a matrícula na unidade. “É chato, porque você paga por um atendimento também.”
“E era obrigação deles dar segurança, porque o que eles estão afirmando é que tiraram o bicicletário por falta de segurança dentro da academia e que, por isso, estão tendo que arcar com prejuízo financeiro”, acrescenta ela.
Outros clientes da unidade do Sudoeste reforçam que “esse tipo de resposta é comum”. “É sempre complicado o atendimento. Por exemplo: os alunos que entram agora pagam menos do que os que estão há muito tempo. E quando a gente vai reclamar, não faz diferença, a resposta é sempre essa: ‘Não está satisfeito, sai'”, diz Natália Brezolim, de 35 anos, que frequenta a academia desde 2017.
O que diz a Unique
O Metrópoles procurou a Unique do Sudoeste para um posicionamento. Por telefone, uma mulher que se identificou como Lina Guedes, gerente comercial da rede Unique, informou à reportagem que as respostas no Instagram foram dadas à aluna pelo diretor da academia.
“A gente tinha um bicicletário do lado de fora e não adianta ter câmera, não adianta ter nada, porque tem uma pessoa […] inclusive a gente tem vídeo dessa pessoa roubando outras bicicletas em outros estabelecimentos fora da Unique, e em um mês foram roubadas quatro bicicletas e cada uma num valor de R$ 6 mil”, conta.
De acordo com Lina, para evitar os furtos, a unidade retirou o bicicletário e passou a fornecer a parte interna da academia. “Ou então poderiam ficar lá fora, iam continuar sendo roubadas e a gente ia ter que ficar pagando todo mês quatro bicicletas de R$ 5 mil, R$ 6 mil, R$ 4 mil, cada. Então, o dono respondeu dessa forma para essa aluna e ela não entendeu.”
“O que a gente pode fazer: manter o bicicletário lá fora, as bicicletas dos alunos vão ser roubadas e a academia vai continuar pagando? Ela [Isabela] paga R$ 400 de mensalidade, o que dá R$ 4,8 mil por ano, e uma bicicleta custa R$ 6 mil. Para a gente não compensa, por isso a gente fez isso. Só que ela não quis entender. E aí fica complicado da academia falar: ‘Não, tudo bem, você não entende, o que a gente vai fazer? Pode cancelar seu plano, vai para outra academia que tenha bicicletário, que não tenha esse problema, e você não precisa pagar nenhuma multa aqui’. A gente não quer um aluno insatisfeito com uma medida que a academia tomou por segurança dos alunos, para não ter furto de bicicletas”, defende a gerente comercial da rede.
Ainda segundo Lina Guedes, após a unidade do Sudoeste retirar o bicicletário, a quantidade de alunos indo de bicicleta para a academia aumentou. “O que a gente fez foi prezando pelo bem material do aluno, não para dificultar a vida deles. E depois que a gente fez isso também piorou porque antigamente a gente tinha por hora umas três, quatro bicicletas; agora a gente tem 15”, destaca.
“Os outros alunos que não iam para a academia com bicicleta porque achavam inseguro deixar do lado de fora começaram a ir. Então, hoje, mais pessoas estão indo para a academia do que antes e está dando aglomeração de bicicletas ali guardadas maior do que antigamente. Tem o lado de quem está reclamando e tem o de quem achou muito melhor: ‘Agora é que vou de bicicleta’. Aí, por isso que está prejudicando ainda mais, ficando mais bicicletas guardadas debaixo da escada, porque mais pessoas estão vindo agora. Está tumultuando, está ficando complicado atrás da recepção, embaixo da escada, mas foi o que a gente pôde fazer para as bicicletas não continuarem sendo furtadas”, finalizou a gerente.