Carne clandestina: mais 30 empresários serão intimados a depor
Se ficar comprovado que eles tinham conhecimento da procedência do produto, podem responder por crime contra as relações de consumo, com pena de 2 a 5 anos de prisão
atualizado
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A Polícia Civil do DF vai intimar, nos próximos dias, outros 30 donos de estabelecimentos para apurar se eles sabiam que a carne que compravam da distribuidora Correa de Jesus Eireli, na QN 7 do Riacho Fundo II, era clandestina. Se ficar comprovado que eles tinham conhecimento da procedência do produto, os empresários podem responder por crime contra as relações de consumo, com pena de 2 a 5 anos de prisão.
Na madrugada de domingo (10/7), cinco pessoas foram presas por comercializar cerca de 1,7 tonelada do produto clandestino no Distrito Federal. “Só no dia da operação, encontramos 42 pedidos de carne. Alguns eram repetidos, mas todos serão apurados”, afirmou o delegado-chefe da divisão de Crimes Contra o Consumidor, Ataliba Neto.A operação de domingo foi um desdobramento da ação deflagrada em junho contra a comercialização do produto de forma irregular na capital, quando um homem foi preso vendendo 1,4 tonelada de carne em uma casa do Areal, em Águas Claras.
As investigações mostram que a mercadoria chega, é revendida para restaurantes, bares e hotéis da cidade e acaba sendo consumida pelos brasilienses. Como não tem origem certificada, é uma ameaça à saúde de quem a ingere.
Trinta pessoas, entre empresários e gerentes de hotéis e restaurantes, já haviam sido convocados no último mês para prestar esclarecimentos sobre a suspeita de venderem carne clandestina a clientes. Na ocasião, afirmaram que não tinham conhecimento da origem dos produtos. O caso tramita na Justiça. Questionada, a Polícia Civil preferiu não citar os nomes dos restaurantes envolvidos, uma vez que as investigações ainda estão em aberto.
Operação tartaruga
No entanto, a Polícia Civil vai enfrentar um obstáculo para dar continuidade às investigações: o movimento grevista “PCDF Legal”. Uma das regras impostas pelo Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) é que o delegado responsável esteja presente em todas as oitivas. Antes, os depoimentos podiam ser tomados por escrivães, o que acelerava o processo.