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Carga viral do novo coronavírus será monitorada no esgoto do DF

Com o acompanhamento, será possível estimar a população contaminada, que elimina o vírus por meio das fezes e da urina

atualizado

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Estação de tratamento de esgoto da CAESB (ETE Norte)
1 de 1 Estação de tratamento de esgoto da CAESB (ETE Norte) - Foto: Reprodução

O esgoto captado em oito estações de tratamento no Distrito Federal será monitorado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). O objetivo é acompanhar a carga viral do novo coronavírus nos dejetos dos brasilienses e orientar a tomada de decisões para o combate à pandemia.

Com base na carga viral medida em trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, é possível estimar a população contaminada, que elimina o vírus mediante fezes e urina. É importante destacar que, até o momento, não há evidências da transmissão do vírus por meio das fezes (transmissão feco-oral).

Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas, para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento dos esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.

As estações monitoradas são as da Asa Sul, Asa Norte, Samambaia, do Riacho Fundo, de São Sebastião, Melchior (Sobradinho), Planaltina e do Gama, que correspondem ao esgoto produzido por 80% da população brasiliense (veja abaixo).

Estações de tratamento de esgoto monitoradas pela ANA

 

Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da Covid-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.

O Distrito Federal ultrapassou, na quinta (15/4), a marca de 7 mil mortos em decorrência do novo coronavírus, totalizando 7.049 pessoas. Apenas nos 15 primeiros dias do mês de abril, a capital somou 1.020 óbitos causados pela doença.

Além de Brasília, o monitoramento ocorre em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Os boletins sobre as amostras em cada uma das capitais serão divulgados a cada 15 dias, pela ANA.

No DF, a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF) – instituição que apoia e promove pesquisas em ciência, tecnologia e inovação – liberou R$ 98,8 mil para o financiamento dos trabalhos. A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) também faz parte da rede de monitoramento.

Nesta sexta-feira (16/4), serão apresentados os resultados dos 11 meses de acompanhamento dos esgotos de Belo Horizonte como ferramenta de vigilância epidemiológica, já que o projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos vem sendo realizado na capital mineira e em Contagem (MG) desde abril de 2020. 

A metodologia de análise dos dejetos em esgotos já é utilizada no DF em uma parceria entre a UnB e a Polícia Civil do DF para analisar resíduos de drogas.

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