Carceragem da PF fica com lotação máxima após operação Panatenaico
A carceragem da superintendência da PF em Brasília tem apenas duas celas com capacidade para três pessoas em cada
atualizado
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Os delegados da Polícia Federal responsáveis pela operação Panatenaico, deflagrada nesta terça-feira (23/5), definiram onde os dez alvos que tiveram a prisão temporária decretada cumprirão a determinação judicial, já que a carceragem da superintendência da PF em Brasília tem apenas duas celas com capacidade para três pessoas em cada.
A primeira unidade será ocupada pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT), o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), e o ex-secretário da Copa Cláudio Monteiro. Na segunda cela, ficarão o ex-governador José Roberto Arruda (PR), o dono da Via Engenharia Fernando Queiroz e Nilson Martorelli, ex-presidente da Novacap.
Os investigados ficarão cinco dias detidos por determinação da Justiça, prazo ampliado pelo mesmo número de dias. Ou podem permanecer por tempo maior, caso a prisão seja convertida em preventiva.
Desde as primeiras horas da manhã desta terça, a movimentação de advogados é intensa na Polícia Federal. Como os presos não têm a prerrogativa de foro, eles não ficam em celas separadas.
Velho conhecido
As dependências da Polícia Federal já são conhecidas pelo ex-governador José Roberto Arruda. Em 2010, ele ficou preso por dois meses em uma sala improvisada de 16,8 m² do Comando de Operações Táticas (COT), na superintendência da corporação. O ambiente tinha cama com colchão, mesa, cadeira, um sofá de três lugares, armário com duas portas, frigobar e ar-condicionado.
Arruda foi acusado de oferecer R$ 200 mil para que o jornalista Edson Sombra prestasse depoimento em seu favor no inquérito 650 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que investiga o Mensalão do DEM.
Operação
As prisões desta terça foram autorizadas pela 10ª Vara Federal, depois que investigações da PF identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão.
A operação, batizada de Panatenaico, é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena em consórcio com a Via Engenharia. A Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 155 milhões de 13 envolvidos no esquema.
Os investigados, de acordo com a PF, cometeram crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, corrupção ativa e passiva e fraude em licitação. O pedido de prisão temporária se justifica, segundo a corporação, para o recolhimento de mais provas que permitam o avanço da apuração.