Capivaras no Parque de Águas Claras causam intriga entre moradores
Assunto começou a ser frequente nas redes sociais após boatos de que uma capivara teria atacado e matado cachorro no local
atualizado
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A presença de capivaras no Parque Ecológico de Águas Claras tem causado polêmica e debates entre os moradores da cidade. A aparição dos bichos no local divide opiniões. Os embates começaram há cerca de 10 dias, quando uma postagem nas redes sociais falavam que um cachorro teria sido morto por uma capivara no local.
O assunto virou bate-boca e esquentou ao ponto de alguns moradores defenderem a retirada das capivaras do parque. Outros demonstraram-se a favor da presença dos animais silvestres no local, e criticam os tutores de cães, acusados de passear com os pets sem guia e focinheira.
Em publicação nas redes sociais, um morador diz que ao caminhar pelo parque se deparou com capivaras e questiona: “Por que não levam para o Zoológico?” No post, com 300 comentários, moradores se dividiram.
“O parque é uma área de proteção ambiental, o cachorro que foi morto provavelmente estava sem guia e avançou na capivara. Não quer ver bicho, vai passear no shopping”, comentou outro defendendo a permanência dos animais.
“Se no caso do parque for averiguado que está extrapolando a quantidade de animais, afim de evitar um surto de carrapatos acho válido solicitar remanejamento delas para uma área mais reservada”, disse uma moradora.
“Que tal colocar uma coleira no cachorro e segurar a criança pela mão quando estiverem passando próximo das capivaras? Assim, evita possíveis “incidentes”. Elas estão ignorando a sua presença, é só não mexer com elas.” defende outro.
Segundo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), o parque de Águas Claras foi criado com a intenção de garantir a preservação, restauração e recuperação do ambiente natural para conservar plantas e animais. Por isso, a aparição de capivaras é um indicativo positivo de que o ambiente está cumprindo com o papel para o qual foi criado.
Sobre o ataque ao cão, o órgão informa que não recebeu qualquer notificação de incidente entre capivara e pet por meio dos visitantes. Porém, dá a dica de sempre mantê-los na guia, evitando possíveis conflitos com os animais.
“Todo animal silvestre quando se sente ameaçado por humanos ou animais de estimação, pode atacar. Por isso, é importante evitar a aproximação dos bandos de capivaras, ainda mais na presença de filhotes”, reforça o Ibram.
Outros casos
As capivaras não são assunto apenas em Águas Claras. Nos lagos Sul e Norte, onde a presença dos bichos é mais frequente, já ocorreram alguns casos de ataques e aparição em lugares inusitados.
Em novembro de 2021, uma capivara “invadiu” um condomínio de luxo na SHIS QL 10, no Lago Sul. O dono da residência acionou os PMs após encontrar o animal dentro da piscina de casa. Em boas condições físicas, ela foi devolvida à natureza.
Em setembro de 2021, um homem foi atacado por uma capivara no Setor de Clubes Esportivos Norte (SCEN), enquanto nadava nas águas do Lago Paranoá. A vítima, que é um marinheiro, estava na marina do Clube da Aeronáutica quando foi surpreendido pelo animal. O bicho o mordeu na região do ombro e da cabeça, mas ele foi encaminhado ao hospital e se recuperou bem.
Em fevereiro do ano passado, houve um incidente parecido. Um morador de condomínio luxuoso, no Setor de Hotéis de Turismo Norte (SHTN), às margens do Lago Paranoá, foi atacado por uma capivara. Ele ficou com ferimentos na perna e foi conduzido ao hospital.
(*) Letícia Perdigão é estagiária do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia