Candidatos acusam agência de modelos do DF de golpes: “Pura enganação”
Vítimas afirmam que a empresa prometia trabalhos para os agenciados que pagassem pelas fotos produzidas
atualizado
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Brasilienses aspirantes à carreira de modelo usaram as redes sociais para denunciar supostas fraudes cometidas por uma empresa de agenciamento de candidatos no Distrito Federal.
Em publicações no Instagram, as vítimas relataram que eram convidadas pela empresa Ü Models Brasil via redes sociais para serem agenciadas pela marca.
Para convencer os jovens, a empresa, segundo as denúncias, oferecia diversas oportunidades de trabalho.
Em troca, os candidatos deveriam arcar com os gastos da produção de um book – portfólio onde constam fotos selecionadas do modelo tiradas pela agência e usadas como ferramenta de divulgação do agenciado.
Pelos livros, a empresa cobrava valores entre R$ 1 mil e R$ 1,7 mil. A promessa, de acordo com os denunciantes, era de fotografias de qualidade tiradas por profissionais.
As vítimas, contudo, relatam que após o pagamento solicitado pela agência, a Ü Models Brasil não cumpria com o acordo ou apresentava fotografias amadoras, sem qualquer tratamento.
Em seu site, a empresa se classifica como “uma das maiores agências de modelos do país” e diz prestar “serviço de excelência graças à expertise de nossos funcionários no mercado da moda”.
Entra as promessas, a Ü Models Brasil afirma, em seu próprio website, que os agenciados poderão participar de “campanhas publicitárias, desfiles nas semanas de moda e editoriais das principais revistas do mundo”. Segundo os proprietários, as oportunidades de trabalho “fazem parte do dia a dia da agência”.
Revolta
Após as primeiras denúncias contra a agência tomarem publicidade, outros agenciados também passaram a compartilhar, nas redes sociais, a insatisfação com o serviço prestado pela empresa.
Revoltados, os modelos até criaram um perfil na rede social chamado Ü Models Te Engana. A página já é seguida por mais de 490 pessoas e traz 90 relatos de agenciados revoltados com supostas fraudes cometidas pelos donos.
Em um dos relatos, uma pessoa se apresenta como ex-scouter da agência. Segundo o depoimento, sua função era procurar pessoas na internet “com boa desenvoltura e perfil para poder trabalhar com campanhas publicitárias”. As oportunidades de emprego, contudo, não eram verdadeiras.
“Na maioria das vezes, depois de avaliarem as pessoas, mesmo elas não tendo o perfil desejado, faziam o agendamento. Eles vendiam falsas oportunidades de trabalho”, desabafou o ex-funcionário.
“Pura enganação”
Outra modelo afirmou ter pago R$ 1 mil pelo book, mas recebeu 40 fotos “cruas”, ou seja, sem tratamento e com qualidade duvidosa.
Um jovem afirma ter sido modelo da agência por 1 ano. Pelo período, pagou R$ 1,7 mil pelos books ofertados. “Me falaram que as fotos seriam feitas por um fotografo que estava vindo de São Paulo. As fotos eram péssimas, pura enganação”, criticou.
Mais revoltada, uma das supostas vítimas afirmou que os donos da empresa preferiam agenciar modelos iniciantes, sem conhecimento do mercado.
“Me procurou no ano passado e disse que eu era exatamente o que eles procuravam, e que queriam que eu fosse lá no prédio para contar como eles trabalham. Meu sonho era trabalhar com isso, por isso eu fui”, conta
Outro lado
Em nota, a assessoria de imprensa da Ü Models Brasil afirmou que a agência já atendeu mais de 120 mil pessoas e “nunca sofreu um processo judicial em relação aos serviços prestados”.
Sobre as ofertas de trabalho, a agência disse que “nenhuma empresa de agenciamento garante que seus agenciados serão contratados”. A informação, conforme a nota, “está expressa no contrato de agenciamento”.
Por fim, afirmou estar sendo alvo de “ataques ilegais feitos por meio de perfis fakes em redes sociais”. Esses usuários falsos, segundo a empresa, serão acionados de “forma civil e criminal na Justiça”.