Câncer do colo do útero matou 99 no DF em 2020. Veja como prevenir
Janela para identificar a doença antes de ela se iniciar pode durar até 10 anos. Tratamento de estágios avançados é mais difícil
atualizado
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O Distrito Federal registrou um aumento de 25% no número de mortes causadas pelo câncer de colo de útero em 2020. Dados da Secretaria de Saúde mostram que 2019 teve 74 óbitos de mulheres vítimas da doença enquanto que no ano passado foram 99 mortes por essa causa.
Especialistas alertam a população que ações simples podem impedir o surgimento do tumor ou, pelo menos, identificá-lo em um estágio inicial. “O estágio pré-doença dura entre 5 e 10 anos. É uma janela que dá para evitar esse desenvolvimento”, explica o oncologista Augusto Portieri, da clínica Cettro.
Segundo ele, o acompanhamento regular com um ginecologista faz com que os exames de identificação necessários sejam feitos. Há também sintomas que a própria mulher pode perceber no corpo. “Dor e/ou sangramento após relação sexual ou mesmo um corrimento vaginal com odor ruim indicam que há algo errado”, diz o médico.
Conforme destaca o oncologista, há também alguns hábitos que diminuem as chances de a paciente desenvolver o câncer. “Usar proteção nas relações sexuais, para evitar a HPV, e não fumar são coisas que ajudam. Ser vacinada contra essa doença também é muito importante”, lista.
A vacina empregada para esse caso é a tetravalente, ofertada nas unidades básicas de saúde (UBSs) e que integra o calendário vacinal na adolescência.
Diagnóstico precoce
Quanto antes diagnosticado, maior a chance de recuperação. Nos estágios primários da doença, uma cirurgia de retirada da área afetada é suficiente.
“Num momento um pouco mais avançado, que tenha expandido para outros locais, será necessária a quimioterapia aliada à radioterapia. Normalmente esse tratamento dura cerca de um mês, pouco tempo se comparado com outros tipos de câncer”, pondera o oncologista Augusto Portieri.
De acordo com a plataforma Observatório de Oncologia, há uma perspectiva de queda de 10% na projeção de novos casos de câncer de colo de útero em 2021, no Distrito Federal. Estima-se que ocorram cerca de 260 incidências, contra 290 registradas no último levantamento, referente ao período de 2017 a 2019.
Apesar da queda, Augusto Portieri diz que o número pode ser ainda menor. “É possível reduzir ainda mais, pois estamos falando de algo evitável. Se as mulheres tiverem acesso fácil às consultas, a tendência é cair”, defende.
Confira os números da doença no DF nos últimos anos:
O que diz a Saúde
Procurada, a Secretaria de Saúde informou que “todas as regiões de saúde possuem um serviço de colposcopia”, onde o exame serve para diagnóstico e, por vezes, para “o tratamento das lesões percursoras (pré-malignas)”.