Cães adotados ganham até crachás em faculdade do DF
“Campus I” e “Campus II”, ou Negão e Belinha, vivem na UniProjeção, de Taguatinga, e recebem todos os cuidados de alunos e funcionários
atualizado
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Nos últimos dias, uma barbárie chocou o país. Um cachorro foi espancado a pauladas e envenenado por seguranças do Carrefour de Osasco (SP). Na contramão da brutalidade, da falta de amor e compaixão, uma faculdade do Distrito Federal cuida de dois cães que chegaram ao local magros, feridos, cheios de pulgas e com sinais de maus-tratos. Eles, hoje, têm até crachá.
Funcionários e alunos do campus de Taguatinga Norte da UniProjeção adotaram os animais. Assim que apareceram, há um ano, todos rapidamente se mobilizaram para prestar os cuidados necessários. Os cachorros têm o crachá de “Campus I” e “Campus II”, mas o diretor, Emanuel Lobo, revela que, na verdade, são chamados de Negão e Belinha.
No início, como estavam muito fragilizados, precisaram de um grande período de recuperação. Estudantes e funcionários cuidaram das pulgas e machucados. Depois, levaram os cachorros para vacinação e castração. Como “Campus I” e “Campus II” permaneceram na faculdade, conquistaram o carinho das pessoas. Segundo o veterinário, a idade deles é entre 3 e 5 anos.
“Até tentei levá-los para minha casa, com a intenção de cuidar por um tempo. Mas a comoção para que ficassem na faculdade foi muito grande”, conta o diretor. “Hoje em dia, estão 100% recuperados. Os alunos também se sensibilizaram. Na hora do intervalo, estão sempre brincando com os cachorros e trazendo petiscos”, afirmou.
Repita a boa ação
Você pode repetir a boa ação. Em junho deste ano, o Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF criou um grupo de WhatsApp para facilitar a adoção de gatos e cães. Por meio do contato, também é possível fazer denúncias de maus-tratos.
Essas informações chegam aos policiais por meio do telefone (61) 99351-5736, do administrador do grupo. Desde 2017, o canal também recebe comunicados de venda ilegal e de pedidos de resgate de bichos selvagens, exóticos ou domésticos.
Devido à quantidade elevada desse tipo de queixa, o batalhão percebeu que poderia fazer mais pelas espécies domésticas apreendidas com o auxílio da tecnologia. Para entrar no grupo, basta enviar mensagem e pedir para ser adicionado.
É importante ressaltar que a legislação atual prevê uma multa de 1 a 40 salários mínimos para aqueles que maltratarem animais no Distrito Federal. Além disso, a venda de animais nas ruas é proibida, conforme determinado pela Vara de Meio Ambiente. Quem descumprir a determinação judicial está sujeito à multa de R$ 10 mil para cada flagrante.
Após a polêmica do caso Carrefour, a Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (11/12), projeto de lei que aumenta a pena para casos de maus-tratos contra animais. O texto estabelece que a punição será acrescida de um sexto a um terço, se ocorrer morte ou quando forem constatados atos de zoofilia (ato sexual entre seres humanos com animais). A matéria segue para análise do Senado.
ONGs
Cada vez mais surgem campanhas no DF que lutam pela causa. A médica Kelly Vitalino, 37, sempre resgatou animais da rua. Recentemente, ela e os amigos se juntaram e criaram a Organização não Governamental (ONG) Miau Aumigos, dedicada a oferecer um lar temporário para cães que precisam de adoção.
Atualmente, 30 cachorros estão sob responsabilidade do grupo, todos vira-latas. Os animais são vacinados, castrados e vermifugados. Por se tratar de uma organização não governamental, as despesas ficam todas por conta da direção da entidade.
Os cães resgatados estavam na rua, em situação de risco. Kelly Vitalino explica que são tratados antes de serem disponibilizados para adoção.
Quer adotar? Entre em contato:
Kelly Vitalino, diretora da ONG: (61) 98260-2887
Batalhão da Polícia Militar Ambiental
24 horas por dia
Telefone: (61) 99351-5736
Para participar do grupo de adoção, basta mandar solicitação. É possível denunciar maus-tratos por meio do mesmo canal
Denúncias de maus-tratos
Também podem ser feitas à Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente (Dema), pelo número 197; pelo WhatsApp da Polícia Civil (61) 98626-1197; ou por meio do e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br