Cães vítimas de maus-tratos buscam novo lar no DF. Veja como adotar
Segundo protetores de animais, a maioria dos abrigos do DF está lotado. Os cães precisam de novos lares para recomeçar a vida
atualizado
Compartilhar notícia
Cães vítimas de maus-tratos e abandono buscam novos lares no Distrito Federal. Grande parte dos abrigos de protetores individuais estão superlotados. Por isso, segundo defensores dos direitos dos animais, a adoção responsável é fundamental para o futuro dos bichos.
“A adoção é uma oportunidade para os cães esquecerem o abandono e as dores da alma e do corpo. E é uma chance para nós, como humanos, aprendermos o verdadeiro amor”, afirmou a ativista dos direitos de animais independente e publicitária Eliana Cavalcante de Oliveira, representante de um grupo de 20 protetoras.
Veja:
Segundo Eliana, os abrigos e protetores enfrentam uma momento delicado. A maioria está lotado e faltam recursos para cuidado básicos, como a ração para a alimentação. A protetora cuida de 50 animais. Para a ativista, o DF precisa de projetos gratuitos de castração, especialmente nos animais em situação de rua.
“Os protetores deveriam ter direito a receber um incentivo para pagar pela ração dos bichos. A alimentação é muito cara. Não tem bolsa para creche, material escolar? Deveria ter a bolsa ração. Nós recolhemos animais das ruas, castramos, fazemos vaquinhas para pagar cirurgias de cães atropelados nas ruas”, argumentou.
Eliana ajudou os cães resgatados na recente operação contra invasão de terras da DF Legal em Brazlândia (DF).
A ativista dos direitos dos animais e advogada Ana Paula de Vasconcelos cuida atualmente de 36 animais. Segundo ela, antes de serem colocados para adoção, os cães são reabilitados. Além da alimentação, recebem tratamento médico, são vermifugados e castrados.
Guarda responsável
De acordo com Ana Paula, quem pensa em adotar um animal vítima de maus-tratos precisa seguir os princípios da adoção responsável. “Sempre destaco a importância da guarda responsável. Ter um animal é ter responsabilidade, inclusive sobre os aspectos legais. Você pode responder à Justiça caso não dê os cuidados necessários”, explicou.
Segundo a protetora, a adoção precisa ser consciente e com a aprovação de toda família. “A pessoa precisa entender que a rotina dela vai mudar. Ela tem de estar disposta a abrir parte do seu tempo para aquele novo membro da família. Estamos falando uma vida”, reforçou.
Animais não são objetos
A maioria dos animais para adoção passou por maus-tratos e, por isso, precisa de atenção especial. Cães adultos tendem a precisar de um tempo maior de adaptação. Ana Paula destacou que grande parte dos animais que sofreu violência foi adotada de maneira irresponsável, onde o tutor não entendeu que eles precisavam de alimento, água. A protetora ressaltou que animais não são objetos.
“Por isso, antes de adotar, a pessoa precisa estar disposta e entender que vai assumir um compromisso por 10, 15 anos. E que, independentemente dos problemas que surgirem na vida, o animal terá de ser cuidado. É preciso ter consciência das limitações financeiras, emocionais e profissionais. Se a pessoa trabalha 10 horas por dia, vai deixar o animal na varanda de casa?”, explicou.
PCDF
A Polícia Civil (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA/CEPEMA), combate maus-tratos no DF. Denúncias de maus-tratos podem ser feitas pelo telefone 197 (que também atende pelo WhatsApp), no site da PCDF ou pelo e-mail: cepema-saa@pcdf.df.gov.br. O anonimato é garantido.