Cachorro não abandona dono atropelado durante socorro do Samu. Vídeos
Homem foi atingido enquanto catava latinhas em Ceilândia. Animal não quis sair de perto dele durante o atendimento
atualizado
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Um caso inusitado chamou atenção da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Ceilândia Norte, no Distrito Federal. Na quarta-feira (24/04/2019), um homem foi atropelado na região e precisou ser socorrido. No entanto, o cachorro dele se recusou a sair de seu lado durante o atendimento.
“O que mais despertou atenção foi a situação de amor do cachorro pelo dono”, destacou Márcia Medeiros, técnica em enfermagem da equipe do SAMU. “Ninguém da rua parou para dar atenção para ele quando foi atropelado, mas o cachorro estava lá o tempo todo.” O condutor socorrista Jeziel Rodrigues e o técnico em enfermagem Moabi José também participaram da ocorrência.
Ariovaldo, como é conhecido o homem, reside na região e estava catando latinhas quando foi atropelado por um carro. O motorista fugiu do local, conta Márcia. Posteriormente, o carrinho de compras usado pela vítima foi roubado por alguém não identificado.
O cachorrinho pulou para o colo do dono enquanto os profissionais prestavam socorro e se recusou a deixá-lo. A avaliação só pôde ser realizada quando um vizinho segurou o animal. Ainda assim, a equipe não viu outro jeito senão colocar o bichinho na ambulância. Quando foi solto, saltou em cima da maca e ali permaneceu.
Ariovaldo não sofreu ferimentos ou fraturas, mas foi encaminhado para realizar radiografia devido ao procedimento padrão. Nesse meio tempo, o cachorrinho, de nome Nada Consta, foi mantido com os socorristas na Unidade de Suporte Básico (USB) Ceilândia 3.
“Ele aproveitou a primeira abertura dos portões para fugir e voltar para a casa do dono”, contou Márcia. “Nunca aconteceu um caso desses. O cachorro foi como um acompanhante.”
Reencontro
A equipe afirma ter retornado na quinta-feira (25/04/2019) à residência do senhor Ariovaldo para entregar remédios para dor, pois ele não teria condições financeiras para comprá-los.
A técnica em enfermagem da equipe Ceilândia 3 conta que ficaram sabendo da história do homem e do cão. “Ele achou o cachorro doente e debilitado na rua, à beira da morte, e lhe deu o nome de Quase Nada. Um tempo depois, quando o animal foi tratado e se recuperou, passou a se chamar Nada Consta.”
A enfermeira destacou que, quando chegou aos portões da casa de Ariovaldo, a equipe foi recebida por Nada Consta de maneira muito dócil, diferentemente da ocasião do socorro. “Naquela hora, parecia que ele pensava que alguém poderia machucar o dono e ficou agressivo, mas quando fomos até a casa, ele estava muito manso”, acrescentou Márcia.