Cachorro de casal vítima de incêndio é encontrado morto sob escombros
Família morta em Valparaíso (GO) tinha dois cães de estimação. Um foi dado como morto no mesmo dia; o outro, encontrado dias depois
atualizado
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Um dos cachorros de estimação da família vítima do incêndio em um apartamento em Valparaíso (GO) – que terminou com três pessoas mortas – estava desaparecido desde o acidente, ocorrido na última terça-feira (27/8). Cartazes com foto do animal, que atende pelo nome de Brownie, foram distribuídos, na esperança de encontrar o cãozinho que, acreditava-se, havia fugido. O pet, porém foi encontrado sem vida, sob os escombros da residência, nessa quinta-feira (30/8), durante a perícia realizada pela polícia científica.
Graciane Rosa Oliveira, 25 anos, e Luiz Evaldo Lima, 38, tinham dois cães. Um deles foi dado como morto logo no dia do episódio. Ainda não há informações sobre o que teria provocado o fogo.
O casal tentava respirar pela janela do imóvel em chamas, com o bebê nos braços, quando caiu da sacada. O filho recém-nascido teria escorregado dos braços da mãe, que teria se desequilibrado ao tentar resgatar o bebê, caindo junto dele, do sétimo o andar. Luiz Evaldo, também tentando salvar a família, acabou despencando em seguida.
Pais caíram de janela ao tentar salvar bebê
Foram as autoridades que apuram o incêndio no Entorno do Distrito Federal que divulgaram, na quarta-feira (28/8) a nova versão da tragédia. Inicialmente, havia sido divulgado que a família teria se jogado do apartamento, no desespero para fugir das chamas.
“Eles tentavam respirar ar puro enquanto os bombeiros combatiam [o incêndio]. O bebê, então, escapou da mão da mãe; a mãe tentou buscar o bebê; o pai tentou buscar a mãe; e os três foram projetados para fora do apartamento”, detalhou o síndico do condomínio, Anderson Oliveira. “Não houve suicídio. Ninguém se jogou no desespero, embora a situação fosse desesperadora. Foi um ato da mãe tentando salvar o pequeno.”
Delegado da Polícia Científica de Goiás, Fernando Lerbach confirmou a tese de que a família caiu por acidente. “Quando fazemos análise para determinar se ocorreu suicídio, homicídio ou queda acidental, um dos parâmetros usados é o deslocamento da vítima em relação ao ponto onde caiu. As vítimas estavam muito próximas da janela do prédio, o que indica ter sido um acidente”, detalhou.
Explosão confirmada
Os peritos confirmam, ainda, ter havido uma explosão no prédio. No entanto, ainda não é possível afirmar o que teria provocado o incêndio. A hipótese de vazamento de gás foi descartada.
O síndico Anderson Oliveira confirmou que um prestador de serviços estava no apartamento da família para impermeabilizar um sofá, quando o fogo começou.
O prestador de serviços, identificado como Renan Vieira, e a mãe de Graciane, Maria das Graças Oliveira, estão internados em estado grave no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade de saúde considerada referência no atendimento a pacientes queimados.
A perícia deve ser concluída em até 10 dias, após os investigadores conseguirem analisar todo o apartamento. “É muito prematuro afirmar que tenha sido isso [a impermeabilização que provocou o incêndio]”, declarou o síndico. “Não estamos procurando um culpado. Estamos tentando entender o que aconteceu.”
Graciane deixou uma filha de 11 anos, fruto de relacionamento anterior. A menina estava na escola no momento do ocorrido e voltou para casa ao ser informada do ocorrido. O síndico acrescentou que a criança é assistida pelo restante da família.
As vítimas do acidente tinham, ainda, dois cachorros de estimação. Um morreu, e o outro, um poodle que atende pelo nome de Brownie, desapareceu após a tragédia. O síndico pede que, caso algum vizinho tenha informações sobre o paradeiro do animal entre em contato pelo telefone 61 981-878-093.