metropoles.com

Cachorro ajuda na recuperação de brasiliense e faz sucesso na internet

Estudos mostram que é cada vez mais comum os animais colaborarem para a reabilitação de pacientes dos mais variados casos clínicos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
JP Rodrigues/ Metrópoles
Brasília (DF), 27/02/2019  – Evento: Pet superfamosa no Instagram ajuda dono a vencer depressão –  Local Sudoeste  Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 27/02/2019 – Evento: Pet superfamosa no Instagram ajuda dono a vencer depressão – Local Sudoeste Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

O dia 25 de fevereiro de 2019 vai ser lembrado para sempre pelo advogado Fernando Mattar e a servidora pública Mariana Damasceno Correa, ambos com 38 anos. Juntos há seis meses, os dois namorados esperavam ansiosamente a chegada da cadelinha Aika, da raça shiba inu. Antes mesmo de desembarcar no Distrito Federal, o animal começou a promover mudanças importantes na vida do casal.

Alegria, leveza, bem-estar e brilho nos olhos. Assim foi possível identificar o que os tutores sentiram ao, finalmente, receberem Aika em casa. A espera de apenas dois meses foi planejada. Mariana e Fernando decidiram em dezembro adquirir um animal de estimação e iniciaram as pesquisas sobre a raça. A cadelinha nasceu em um canil de Curitiba (PR) e teve que completar 60 dias de vida para poder fazer a viagem. Recuperando-se de uma forte depressão, o advogado não imaginava que, mesmo antes de chegar, ela pudesse ajudar tanto em sua melhora.

Tudo começou três dias após o nascimento do filhote, em 1º de janeiro, no canil Shibas Akebono. “Durante as nossas pesquisas sobre a raça, achamos vários perfis no Instagram. Depois de tudo acertado, decidimos fazer uma página para a Aika também”, contou Fernando. O @aikathelittleshiba, inaugurado há dois meses, já conquistou 12 mil seguidores. “Foi impressionante. Nós não esperávamos tudo isso. Ela ainda nem havia chegado e não tínhamos qualquer pretensão de exposição”, contou Mariana.

Veja as fotos da pet famosa:

17 imagens
Aika chegou em Brasília em 25 de fevereiro
A cachorrinha nasceu em um canil de Curitiba (PR)
Mariana e Fernando com Aika
Com a chegada da cadelinha, o casal decidiu morar junto
Fernando e Aika brincando juntos
1 de 17

Mariana e Aika

JP Rodrigues/ Metrópoles
2 de 17

Aika chegou em Brasília em 25 de fevereiro

JP Rodrigues/ Metrópoles
3 de 17

A cachorrinha nasceu em um canil de Curitiba (PR)

JP Rodrigues/ Metrópoles
4 de 17

Mariana e Fernando com Aika

JP Rodrigues/ Metrópoles
5 de 17

Com a chegada da cadelinha, o casal decidiu morar junto

JP Rodrigues/ Metrópoles
6 de 17

Fernando e Aika brincando juntos

JP Rodrigues/ Metrópoles
7 de 17

A cadelinha tem apenas 2 meses

JP Rodrigues/ Metrópoles
8 de 17

Aika já possui 12 mil seguidores no Instagram

JP Rodrigues/ Metrópoles
9 de 17

Aika

JP Rodrigues/ Metrópoles
10 de 17

Fernando é advogado e se recupera de uma depressão

JP Rodrigues/ Metrópoles
11 de 17

Para ele, poder cuidar de um ser vivo e assumir essa responsabilidade traz benefícios para a pessoa deprimida

JP Rodrigues/ Metrópoles
12 de 17

Fernando cuida também da rede social da cadelinha

JP Rodrigues/ Metrópoles
13 de 17

A rotina do casal mudou com a chegada dela

JP Rodrigues/ Metrópoles
14 de 17

Aika é uma cadela da raça shiba inu

JP Rodrigues/ Metrópoles
15 de 17

Aika gosta de se esconder debaixo dos móveis

JP Rodrigues/ Metrópoles
16 de 17

“Ela preenche um vazio que tinha ficado. Bom para dar carinho e se sentir amado”, disse o advogado

JP Rodrigues/ Metrópoles
17 de 17

Aika dormindo em cima da cama

JP Rodrigues/ Metrópoles

 

“Uma surpresa boa que contribuiu bastante para as nossas decisões. A primeira delas foi optar por morar junto. Eu não pensava nisso ainda. Como passei por um problema de saúde emocional, tudo isso tem me ajudado consideravelmente. A questão de ocupar a cabeça, além do comprometimento e amor que já temos um pelo outro, tornou a chegada dela ainda mais especial”, comentou Fernando.

Desde que criaram a rede social para Aika, Fernando divide a rotina entre as obrigações diárias e os compromissos com a página dela na internet. “Tudo é responsabilidade dele. Só atingimos esse tanto de admiradores porque o Fernando se empenhou em tudo. Ele faz parcerias, mantém contato com outros donos e se sente útil e feliz”, afirmou Mariana.

Para ele, poder cuidar de um ser vivo traz benefícios para a pessoa deprimida. “Tive uma akita há alguns anos e era completamente apaixonado por ela. Como não pude criá-la, acredito que a Aika signifique o resgate desse amor. Ela preenche um vazio que tinha ficado. Bom para dar carinho e se sentir amado”, acrescentou o advogado.

Mariana também percebeu melhora significativa na recuperação do namorado. “Desde que estamos juntos, o Fernando abriu o jogo comigo e me dispus a ajudá-lo. Esta é a primeira vez que o vejo fazer planos. O tratamento tem altos e baixos, e trazer a Aika para o nosso convívio tomou parte da vida dele. Com o interesse em administrar as redes sociais, ele também começou a descobrir aptidões novas.”

A servidora disse ainda que a interação com os seguidores da cadelinha está rendendo boas amizades ao casal. “Também está sendo importante para ampliarmos o campo de amigos. Montamos um grupo de dogs da mesma raça que ela, no WhatsApp, é há muito entrosamento. É incrível essa troca”, completou Mariana.

Acredito que o importante é você sempre ter uma visão de futuro, para não ficar estagnado. E, neste momento, a Aika foi quem trouxe essa abertura para a gente. Somos só amor e gratidão.

Mariana Damasceno Correa, servidora pública

Animais que curam
Em entrevista ao Metrópoles, o psiquiatra Pedro dos Santos explicou que está se tornando cada vez mais comum os pets colaborarem para a recuperação de pacientes dos mais variados casos clínicos.

“Recentemente, diversos estudos começaram a revelar cientificamente os benefícios do vínculo humano-animal. A Associação Americana de Saúde do Coração ligou o convívio com animais de estimação, especialmente cães, a risco reduzido de doenças cardíacas e a maior longevidade”, disse o médico.

No Hospital de Apoio de Brasília (HAB), por exemplo, a cada 15 dias, a entrada de bichos de estimação e voluntários que participam da Atividade Assistida por Animais (AAA) é liberada. A iniciativa foi idealizada em 2016 pela organização não governamental (ONG) Pet Amigo. O programa conta com cerca de 50 voluntários e 25 cães.

Veja as fotos do projeto Pet Amigo:

19 imagens
O cão Branco em visita ao Hospital de Apoio de Brasília
Benty Henrique e Cristiana com pacientes e acompanhantes
Branco com a dona, Carleane, durante a visita
O diretor do HAB, dr. Alexandre Lyra Lisboa
Benty Henrique na cama com um dos pacientes
1 de 19

Voluntárias e cães da ONG Pet Amigo

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 19

O cão Branco em visita ao Hospital de Apoio de Brasília

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 19

Benty Henrique e Cristiana com pacientes e acompanhantes

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 19

Branco com a dona, Carleane, durante a visita

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 19

O diretor do HAB, dr. Alexandre Lyra Lisboa

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 19

Benty Henrique na cama com um dos pacientes

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 19

Benty Henrique

Hugo Barreto/Metrópoles
8 de 19

A Atividade Assistida por Animais (AAA) é realizada a cada 15 dias

Hugo Barreto/Metrópoles
9 de 19

Benty no colo da paciente Regina Lopes Rodrigues, 37 anos

Hugo Barreto/Metrópoles
10 de 19

Regina está internada no hospital há um mês e aguarda ansiosamente a visita dos animaizinhos

Hugo Barreto/Metrópoles
11 de 19

Benty e Regina

Hugo Barreto/Metrópoles
12 de 19

Regina pede para que Benty fique em seu colo

Hugo Barreto/Metrópoles
13 de 19

A spitz alemão Chanel e Benty

Hugo Barreto/Metrópoles
14 de 19

A shih tzu Bia com a assistida Eliane Nascimento, 48 anos

Hugo Barreto/Metrópoles
15 de 19

Voluntárias e os cães no corredor do hospital

Hugo Barreto/Metrópoles
16 de 19

Pets fazem a alegria dos pacientes no hospital

Hugo Barreto/Metrópoles
17 de 19

Chanel com Eliane

Hugo Barreto/Metrópoles
18 de 19

Criança brinca com Branco no corredor do HAB

Hugo Barreto/Metrópoles
19 de 19

Bia, a dona dela, Camila, e a paciente Maria Terezinha

Hugo Barreto/Metrópoles

Segundo uma das coordenadoras e voluntárias do projeto, Lais Lopes, 23, a atividade tem o intuito de motivar, recrear e socializar, apresentando benefícios emocionais e cognitivos aos pacientes. “É o momento de tirar o foco do sofrimento e curtir a visita. Essas interações trazem o bem-estar para os assistidos”, explicou. De acordo com ela, os cães passam por uma avaliação veterinária rigorosa antes dos encontros. “Além do mais, são dóceis e extremamente sociáveis”, explicou.

O motorista Rafael de Souza Espíndola, 40, é filho da paciente Maria Terezinha de Souza, 58, que está no hospital há uma semana, em tratamento contra câncer no pulmão. Ele revela que a atividade lhe proporcionou a oportunidade de ver a mãe sorrir novamente. “É a primeira vez que ela recebe a visita dos cãezinhos, e ficou visivelmente feliz com a presença deles”, contou Rafael.

Quando os cachorros passam pelos corredores do hospital, a mudança no clima hospitalar é evidente. Acompanhantes, funcionários, médicos e pacientes são todos sorrisos e querem brincar com os animais. Para o médico Alexandre Lyra Lisboa, diretor do HAB, a ação tem o intuito de oferecer tratamentos cada vez mais humanizados aos assistidos.

“Esses cachorros trazem alegria para os pacientes e para os funcionários. A gente percebe o brilho nos olhos, e tudo o que venha para melhorar o relacionamento é bem-vindo.” Lisboa explica que na área de cuidados paliativos oncológicos, onde as pessoas estão vivendo seus últimos dias de vida, muitos enfrentam dores fortes e outros sintomas comuns a pacientes terminais.

A gente percebe que o cachorro é um facilitador da comunicação da equipe de saúde com o paciente.

Alexandre Lyra Lisboa, diretor do HAB

Voluntária
A fisioterapeuta Cristiana Pereira Moreira, 30, há dois anos integra o projeto com o seu cão, Benty Henrique, da raça dachshund. Ela conta que se sente realizada ao poder contribuir no aumento do bem-estar dos pacientes e familiares da unidade hospitalar.

“Esse é um trabalho de amor e entrega. Queremos fazer a diferença no dia deles, e a interação dos cães com o ser humano é uma troca de energia mútua. Por isso, a terapia pode ser benéfica também para os animais. Os cães aprendem a conviver, ficar mais calmos e se tornam mais dóceis em casa”, explica. Para ela, todos ganham com a ação. “A gente sai com uma energia renovada”, completa.

Para conhecer mais sobre a história da ONG Pet Amigo e ser voluntário, basta acessar a página do grupo na internet: www.petamigo.org.br. Quem quiser saber mais sobre a cadelinha Aika pode entrar no perfil do Instagram @aikathelittleshiba.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?