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Brumadinho: Ibaneis e Crea pedem à CEB laudo sobre barragem do Paranoá

Condições da estrutura preocupa conselho. Governador diz que informações preliminares afastam problemas estruturais: “É melhor prevenir”

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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após a tragédia em Brumadinho (MG), que deixou um rastro de destruição e mortes na última sexta-feira (28/1), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), determinou a elaboração de um laudo sobre a barragem do Paranoá. No entanto, as condições da estrutura preocupam há mais tempo o Conselho de Engenharia e Agronomia (Crea-DF). Em 17 de dezembro de 2018, a entidade solicitou à Companhia Energética de Brasília (CEB) informações sobre a manutenção e segurança do local. Dez dias depois, criou uma comissão para acompanhar o assunto

Ao Metrópoles, o chefe do Executivo informou que no asfalto da pista acima da represa há fissuras e, para garantir que não haja problemas mais graves, solicitou à CEB e ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) uma avaliação. “É melhor prevenir. Há informações de que não existem problemas estruturais, mas vão trazer para mim o laudo para vermos quais providências deverão ser tomadas”, completou. A previsão do gestor é que o documento fique pronto nesta terça-feira (29).

O secretário de Obras e a Infraestrutura, Izidio Santos, também solicitou à companhia relatório sobre o empreendimento. “Entendo que a CEB tenha estudos atualizados sobre as condições da barragem para a segurança necessária da população”, comentou.

O Crea-DF diz que ainda não recebeu nenhum documento sobre o Paranoá. A comissão criada para fazer o acompanhamento se reunirá também nesta terça para discutir o assunto. O documento que levanta suspeitas sobre a barragem cita o relato de um geólogo que acompanhou a vistoria no local, em 1991, por conta de um vazamento de água na ombreira direita.

Segundo o profissional, a análise naquela época já revelava uma “situação estarrecedora”. Por isso, o Crea-DF pediu informações sobre “quais medidas preventivas foram ou têm sido adotadas para prevenir eventuais danos ao patrimônio público a à sociedade do Distrito Federal”.

“Toda obra de engenharia tem uma vida útil e necessita de manutenções. Isso vale para um prédio, uma ponte, uma grande aeronave e também para uma barragem. No DF, nunca tivemos registros de problemas sérios com essas obras no aspecto estrutural. Pela importância estratégica e urbanística para a cidade, a barragem do Paranoá merece atenção especial, principalmente por estar sujeita à solicitação intensa de pesado trânsito rodoviário”, disse a presidente do Crea-DF, Fátima Có.

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No entanto, entidade ainda não recebeu nenhum relatório
Para acompanhar a situação, o conselho criou uma comissão
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Crea-DF encaminhou pedido de informações à CEB sobre a situação da barragem do Descoberto

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No entanto, entidade ainda não recebeu nenhum relatório

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Para acompanhar a situação, o conselho criou uma comissão

Procurada pelo Metrópoles, a CEB confirmou o recebimento do pedido de informações do Conselho e prometeu enviar as respostas até esta terça-feira. “O Crea não fixou prazo para a resposta e nesse período ocorreu a transição de governo. Sobre a solicitação do governador, informamos que o relatório será entregue amanhã, conforme solicitado, e, segundo o levantamento que foi feito sobre a barragem, as informações são tranquilizadoras”, afirmou a empresa.

Em fevereiro de 2018, o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) fez alerta de que a barragem pode desabar a qualquer momento em função do fluxo de veículos. Segundo a entidade, a estrutura não foi feita para suportar o peso dos carros. Na época, o Governo do Distrito Federal negou essa possibilidade e disse que o local é monitorado pela CEB Geração, que teria classificado o empreendimento como “normal”, sem problemas estruturais.

Os níveis altimétricos de água no Lago Paranoá são definidos pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Em dezembro do ano passado, ela estabeleceu novas medidas. Para o primeiro bimestre deste ano, a cota mínima do reservatório será de 999,8 metros, podendo ser rebaixado até 999,5 para a renovação da camada superficial do espelho d’água.

O monitoramento dos níveis e vazões remanescentes é de competência da Adasa, Caesb e CEB. O acompanhamento é feito com base nas informações da estação telemétrica da agência e na leitura dos níveis registrados na barragem. A cota máxima estabelecida para o lago será de 1000.3 metros. Até o final do período chuvoso do segundo semestre, o grupo analisará o comportamento do lago para definir as novas medidas.

Vistoria
Com a tensão acerca da segurança das barragens, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Legislativa, Eduardo Pedrosa (PTC), visitou nesta segunda-feira as estruturas da barragem do Descoberto. O distrital conversou com o responsável pelo local, Edilson Lima. “É uma barragem muito antiga e que está sendo monitorada em alguns pontos específicos, mas nada grave. Existe a ideia de reestruturar e reforçar o local”, disse o distrital.

O representante da CLDF também ingressou com um pedido de informações na Caesb para que o órgão aponte o que tem sido feito para evitar desastres como o ocorrido em Brumadinho (MG). Ele pretende visitar a barragem do Paranoá nesta terça-feira (29).

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