Briga de vizinhos no Sudoeste vira acusações de homofobia e agressão
Casal homossexual afirma que síndica debochou de sua orientação sexual. Mulher, por sua vez, afirma ter sido agredida. Polícia Civil apura
atualizado
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Uma briga entre Nonato Pereira, 31 anos, seu marido, Mateus Garcia, 20, e Andressa Guerra, síndica do prédio onde o casal mora, acabou com registro de dois boletins de ocorrência em duas delegacias do Distrito Federal. As queixas dos envolvidos incluem uma acusação de homofobia.
Tudo teria começado depois que Nonato caiu na sauna do condomínio, localizado no Sudoeste, e procurou a síndica para reclamar da falta de um tapete antiderrapante no local. O jornalista afirma que a síndica debochou dele quando, durante a discussão, Nonato disse que “era homem” e não estava inventando a história, como ela teria insinuado.
“No momento que falei que era homem, ela riu, como se, por ser gay, eu não fosse homem”, comentou ele. Segundo Nonato, não foi a primeira vez que ele e o companheiro teriam sido desprestigiados dentro do prédio. “Ela sempre tenta fazer com que não fiquemos nas áreas comuns, que não tenhamos os mesmos direitos dos outros moradores. Isso tudo desde que nos mudamos para lá, em setembro do ano passado”, detalhou.Já a síndica registrou um boletim de ocorrência contra o casal alegando agressão no dia da discussão. O Metrópoles esteve no condomínio e tentou conversar com Andressa Guerra. No entanto, ela não quis falar com a reportagem, não permitiu a entrada no prédio e também não retornou as ligações.
A Polícia Civil confirmou que há um boletim de ocorrência registrado pelos moradores e outro pela síndica. O primeiro, na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). Neste documento, consta a acusação de homofobia contra Andressa. Por sua vez, ela registrou, na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho), queixa contra Nonato e Mateus por agressão. A corporação, porém, não deu mais detalhes porque “os fatos estão em apuração.”
“Nós já tivemos outros problemas por conta de sermos o único casal homoafetivo assumido no condomínio. Um dia estávamos na piscina e um morador pediu para não ficarmos abraçados porque tinha crianças por perto e elas não entenderiam”, relatou Nonato Pereira. “Com tanta confusão, nós estamos nos mudando antes do meu contrato acabar, perdendo dinheiro, tendo dor de cabeça… Mas eu vou reaver tudo isso na Justiça”, ressaltou.