“Não fazia ideia”, diz brasiliense na Coreia sobre tufão que chegará ao país nesta 4ª
Brasiliense participava de evento mundial para escoteiros, que acabou realocado devido ao tufão. Coreia do Sul emitiu alerta máximo de risco
atualizado
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Depois de passar mais de duas horas em um ônibus que saiu do estuário Saemangeum até a cidade de Daejeon, a cerca de 100 km uma da outra, na Coreia do Sul, a brasiliense Barbara Lopes, 26 anos, aguardava ansiosa para chegar ao segundo palco da 25ª edição do Jamboree Mundial Escoteiro.
No entanto, os 40 mil participantes – oriundos de 155 países – precisaram deixar o local do evento devido à chegada de fortes ondas de calor e do tufão Khanun, que atravessou alguns países da Ásia nos últimos dias.
A tempestade deve atingir a Coreia do Sul por volta das 21h desta quarta-feira (9/8), no horário de Brasília. Os ventos do tufão podem atingir até 154 km/h, segundo a agência meteorológica do país.
“Não fazíamos ideia de que havia um tufão vindo para cá. Não era possível imaginar que seríamos realocados. Ficamos sabendo porque o contingente [a delegação de escoteiros] da Austrália fez um pronunciamento no YouTube”, relata Barbara. “Alguns ficaram muito tristes, mas não chegou a ter pânico.”
Com a previsão da chegada do tufão, as autoridades coreanas interromperam todas as viagens marítimas para o sul do país. Alguns voos foram cancelados e, nessa terça-feira (8/8), a central do governo responsável pela prevenção de desastres naturais elevou o nível de crise esperado de “sério” para “alerta”, o mais alto na escala considerada.
Em conversa com o Metrópoles, nesta quarta-feira (9/8), a internacionalista contou que faz parte do movimento há 19 anos e participava do segundo encontro mundial do grupo. Devido às condições climáticas adversas, o governo sul-coreano começou a monitorar e dar apoio aos participantes do Jamboree.
No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores entrou em contato com o governo do país asiático. Em nota, o Itamaraty informou que os escoteiros estão abrigados em “locais seguros, com infraestrutura adequada”.
Além do tufão, a Coreia do Sul enfrenta uma forte onda de calor, e os termômetros no país chegaram a 35°C. “O evento foi tenso. Estava muito quente por lá. [Em Saemangeum,] a sensação térmica foi de 49°C. As pessoas começaram a desmaiar, a desidratar. Muita gente teve crise de ansiedade”, relatou a brasiliense.
Transferências
Na última quinta-feira (3/8), 1.486 pessoas que participavam do evento precisaram ser levadas a um hospital da região, devido ao calor extremo, segundo Kim Hyun-sook, presidente do Comitê Organizador do Jamboree e Ministra de Igualdade de Gênero e Família da Coreia do Sul.
Em virtude do tempo e das condições do acampamento, as delegações dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Singapura decidiram voltar para os países de origem.
Desde a última terça-feira (8/8), os mais de 1,2 mil escoteiros brasileiros, além do contingente vietnamita, participantes do Jamboree foram realocados em três locais de Daejeon – a 139 km de Seul: na Universidade de Ciência e Tecnologia; no Centro de Treinamento de Seguro de Incêndio e Marítimo da Samsung; e na Universidade de Daedok.
“O módulo de aventura que tinha no evento foi cancelado. A aldeia global, com os estandes dos países e que falava sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável, também acabou. Todas as atividades-chave de um Jamboree foram canceladas. Nenhuma pôde ser transportada, apesar de o evento continuar”, completou Barbara.
Pelas mídias sociais, o perfil oficial dos escoteiros do Brasil divulgou que os participantes brasileiros estão instalados em segurança.