Brasília recebe a 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT neste domingo
Depois de um grupo de empresários desfilar, o evento mais tradicional vai às ruas contra homofobia
atualizado
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Stonewall é um marco da história da diversidade mundial. A batida no bar nova-iorquino Stonewall Inn foi marcado pela violência policial, que agrediu gays presentes no local – na época a homossexualidade era absurdamente considerada ilegal nos Estados Unidos. O fato ocorreu em 28 de junho de 1969: os 50 anos desse lamentável ocorrido é um dos temas da 22ª Parada do Orgulho LGBT de Brasília.
Além da celebração de Stonewall, considerado uma pedra fundadora do movimento PGBT atual, o movimento brasiliense também celebrará, neste domingo (14/07/2019), a partir das 14h, a memória de homens e mulheres que lutaram no Distrito Federal, além de se posicionar contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Convidamos todo mundo para ir vestido com nossas cores. Queremos colorir Brasília com o arco-íris”, antecipa Michel Platini, presidente da Brasília Orgulho, organização por trás do evento. Em 2019, a cidade viu surgir uma outra parada, a partir de uma dissidência de empresários locais. Esse movimento desfilou em 30 de junho.
A programação da parada LGBT começa às 14h com a apresentação de artistas locais. Às 15h, terão início os discursos políticos. A saídas dos seis trios está marcada para as 16h. A concentração será em frente ao Congresso Nacional. De lá, o protesto-festa segue até a Torre de TV, retorna à Rodoviária do Plano Piloto e encerra, por volta das 21h, no Museu Nacional.
A animação do evento ficará por conta da artista Kaya Conky e de DJs da cidade. A parada tem assuntos sérios para apresentar. “Queremos a aprovação de leis que garantam proteção a população LGBT, como o casamento, a criminalização da homofobia, o uso do nome social. Tudo isso foi conseguido no Judiciário, que é frágil, pois o Congresso pode promover leis e acabar com anos de luta”, pontua Platini.
Estreia
Pela primeira vez, a Parada LGBT de Brasília terá um trio cedido por festas independentes da cidade. Anteriormente, apenas casas noturnas apoiavam a iniciativa. Segundo o produtor Tiago Thoy, que junto ao empresário Rodrigo Manica está bancando um dos veículos que desfilará no domingo, a participação ressalta a importância de lutar pelos direitos LGBT fora da internet.
“Sempre que podemos, endossamos a causa nas redes sociais, mas é importante levar isso às ruas. Nosso intuito é unir forças para que a voz de nossa comunidade seja ouvida”, conta o organizador da Pool do Thoy, Thiago Thoy.
LGBTfobia
A Unidade móvel da Sejus estará no local juntamente com a Polícia Civil do DF, por meio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), realizando atendimentos à população LGBT. Lá as equipes darão suporte e orientações sobre o passo a passo de como fazer uma denúncia por motivação LGBTfóbica.
A organização da Parada LGBT, em parceria com o laboratório Sabin, vai distribuir preservativos e promover exames contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).