Brasília é a terceira capital com o maior número de mortes no trânsito
DF conta com um carro a cada 2 pessoas. Com terceiro maior número de mortes, taxa de óbitos em Brasília é de 9,05 a cada 100 mil habitantes
atualizado
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Ao menos 255 pessoas morreram nas vias do Distrito Federal, de janeiro a dezembro de 2023. O número faz de Brasília a terceira capital do país com o maior número de acidentes fatais registrados no ano passado. O levantamento é do Mapa da Segurança Pública 2024, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Pelos números, as capitais que aparecem na liderança deste triste ranking são São Paulo e Rio de Janeiro, com 636 e 600 acidentes com mortes, respectivamente. A taxa de óbitos no DF é de 9,05 a cada 100 mil habitantes.
Em todo país, foram 23.732 vítimas em 2023, o equivalente a 65 mortes por dia nas estradas brasileiras. O número é alto, mas representa uma redução de 563 mortes se comparado aos índices do ano anterior, com 24.295 mortes.
Duas pessoas por carro
O Distrito Federal conta com uma frota de 1.358.746 carros, de acordo com o Departamento de Trânsito (Detran-DF). Considerando que a capital tem 2.817.381 habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são duas pessoas para cada carro rodando no DF.
Além dos automóveis, há 258.698 motocicletas, 141.496 caminhonetes e 113.496 caminhonetas, entre outros veículos registrados no DF.
Rodovias da morte
Mais da metade dos acidentes de trânsito fatais registrados no Distrito Federal nos últimos 10 anos ocorreram em rodovias. De acordo com Detran-DF, entre 2014 e 2023, houve 2.799 acidentes com mortes na capital federal. Desses, 57,63% foram em rodovias. Dentre as vias mais mortais estão a BR-020, com 212 sinistros no período citado; e a DF-001, com 199 registros.
A BR-020 é uma rodovia federal, com ponto inicial em Brasília, e o final, em Fortaleza. A via passa, também, pelos estados de Goiás, Bahia, Piauí e Ceará.
Veja o ranking de algumas vias nos últimos 10 anos:
- BR-020: 212
- DF-001: 199
- BR-070: 105
- BR-060: 103
- BR-080: 71
Duplicadas, redução de velocidade e guard-rail
Com os números de acidentes, algumas ações são feitas ou propostas com a tentativa de reduzir a quantidade de acidentes. Ao longo dos anos, a BR-080 ficou conhecida pelo nome Rodovia da Morte. Com 623 quilômetros de extensão total, a via liga Brasília ao Mato Grosso e é utilizada por aproximadamente 80 mil motoristas todos os dias.
Saiba onde fica “rodovia da morte” que será duplicada em 2024
A 080 passará por uma duplicação ainda este ano. A obra faz parte do Plano de Governo 2023-2026, do Executivo local, e foi incluída na nova versão do PAC, lançado pelo governo federal em agosto último. O investimento será de R$ 315 milhões.
Em março deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entrou com uma ação para reduzir a velocidade da via no Eixo Rodoviário, o que considerou “inadmissível” que a velocidade ainda seja de 80 km/h. O objetivo era de que o Eixão tivesse a velocidade máxima de 60 km/h.
A justificativa incluiu uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que prevê uma velocidade limitada a 50 km/h em vias urbanas.
O pedido foi barrado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) por considerar que a medida precisa ainda de amadurecimento.
Em janeiro, a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana solicitou o cronograma para instalação de meio-fios muretas de proteção (guard rail), sinalizações – horizontal e vertical – e paradas de ônibus de transporte público coletivo na Epia. A rodovia recebe cerca de 100 mil motoristas diariamente.
Questionado sobre as ações de trânsito, o Detran-DF destacou que faz campanhas educativas diariamente e que apenas de 6 a 10 de maio, foram 28 ações em diversos pontos do Distrito Federal. As ações educativas são feitas inclusive em bares e em restaurantes.
O Detran também informou que as sinalizações foram reforçadas. “Só neste ano, mais de 1,7 mil faixas de pedestres foram revitalizadas, assim como todas as demais sinalizações horizontais e verticais”, informou o departamento em nota.