Bombeiros do DF encontram corpo de jovem no Lago Paranoá
Familiares de Luís Gabriel da Silva Oliveira, desaparecido desde a noite de sábado (10/10), foram chamados para confirmar se é o rapaz
atualizado
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O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) encontrou, nas primeiras horas da manhã desta terça–feira (13/10), um corpo nas proximidades da Ponte JK, no Lago Paranoá. Familiares de Luís Gabriel da Silva Oliveira, 27 anos, desaparecido há três dias, após cair de uma lancha no mesmo local, foram chamados para identificar se é do rapaz.
Segundo os bombeiros, as características do corpo encontrado por volta das 6h30 desta terça batem com as de Luís Gabriel. Porém, só a família ou a perícia poderão confirmar se, de fato, é o rapaz. As buscas foram interrompidas temporariamente.
Por volta das 22h dessa segunda-feira (12/10), quando as águas do Paranoá já estavam mais calmas, a equipe do CBMDF esteve no local e os militares utilizaram um equipamento chamado sonar, para tentar identificar movimentos na água. À meia-noite, encontraram um “objeto”, que poderia ser um corpo, a aproximadamente 20 metros de profundidade. Pela manhã, por volta das 6h, retornaram ao local exato e encontraram a vítima, do sexo masculino.
Este é o segundo óbito confirmado somente nesse feriado prolongado nas águas do Paranoá. Um homem, de 55 anos, foi encontrado morto nessa segunda-feira (12/10), também nas proximidades da JK. Até o início de outubro deste ano, os óbitos por afogamento dobraram na comparação com o mesmo período do ano passado.
O acidente com Gabriel aconteceu na noite do último sábado (10/10), nas proximidades da Ponte JK. Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, contou ao Metrópoles que havia aproximadamente 10 pessoas na embarcação no momento em que o jovem caiu. “Nós vimos ele caindo”, disse.
De acordo com o irmão de Luís, Luciano da Silva Oliveira, 39, o rapaz tinha costume de sair aos fins de semana para andar de lancha com os amigos, “mas sempre foi tranquilo”. “Dessa vez ocorreu um acidente mesmo, uma fatalidade”, considerou.
Após ficar mais de 40 horas sem saber o paradeiro do irmão, Luciano diz que o mais difícil para a família agora é lidar com a angústia de não saber o que aconteceu. “Estamos muito abalados. Agora, nós só queremos respostas”, lamentou.
“A lancha estava puxando dois jet skis. Nós vimos ele caindo, aí gritaram e eu corri para pegar um colete [salva-vidas] e passar para o menino do jet ski. Nisso, disseram que viram ele acenando e depois já não viram mais”, relatou um colega de Luís, que estava na embarcação na hora do acidente.
Em um vídeo ao qual os bombeiros tiveram acesso, uma mulher aparece filmando a reunião de amigos até que outra grita informando que o rapaz havia caído no lago. “O Gabriel caiu”, avisa. A corporação, porém, não divulgou as imagens.
Comoção
Ao Metrópoles, uma mulher que estava em outra embarcação no Lago Paranoá disse ter visto a movimentação após a queda de Gabriel. Ela e os colegas tentaram ajudar iluminando a água com as luzes da lancha.
“Paramos para ver se precisavam de alguma coisa, pois tínhamos médicos com a gente. Mas os bombeiros já chegaram com a equipe. Percebemos que se tratava de afogamento. Duas meninas que estavam na lancha dele [Gabriel] disseram que havia mais de 15 minutos que ele tinha caído. À medida que mais equipe dos bombeiros se aproximaram, nos afastamos para não atrapalhar”, contou.
Essa testemunha, que também pediu para não ser identificada, filmou o início da busca por Gabriel, ainda no sábado. Confira:
@Metropoles | Testemunha filmou início da busca por jovem que caiu de lancha no Lago Paranoá, no sábado (10/10).
Imagens cedidas ao Metrópoles. pic.twitter.com/t5OCPLGgrP
— Isadora Teixeira (@tr_isadora) October 11, 2020
Investigação
Um boletim de ocorrência foi registrado na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), que investiga o caso como afogamento. A Guarda Costeira Fluvial da Marinha do Brasil também atua no local.
A Capitania Fluvial de Brasília (CFB), da Marinha do Brasil, informou que instaurou um inquérito para apurar o ocorrido. O órgão vai investigar quantas pessoas estavam na lancha no momento em que Gabriel caiu e “identificar as circunstâncias e responsabilidades”. A embarcação possui lotação para 13 pessoas, incluindo o condutor.
Segundo a Marinha, o piloto da embarcação foi encaminhado à 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) porque se recusou a fazer o teste de alcoolemia, exame que indica consumo de bebida alcoólica. Contudo, de acordo o órgão, a lancha de onde o rapaz caiu está regular na CFB e o piloto possui habilitação válida.
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou ter ouvido o condutor da lancha, que foi liberado após prestar depoimento na 10ª DP. Além dele, policiais militares, oficiais da Marinha, envolvidos e testemunhas já falaram com a PCDF.