Bombeiros dizem que Marizelli levou descarga elétrica antes de morrer
CBMDF, porém, pontua que só laudos poderão indicar exatamente quais os fatores determinantes para a morte da militar
atualizado
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O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) informou, nesta quarta-feira (18/09/2019), que exames médicos apontam que a soldado Marizelli Armelinda Dias, 31 anos, sofreu descarga elétrica momentos antes de sua morte. A militar perdeu a vida após ser atingida por galhos que arrastaram a fiação de um poste durante combate de incêndio na QNL 2 de Taguatinga, no domingo (15/09/2019).
Os bombeiros não sabem dizer qual voltagem nem por quanto tempo Marizelli sofreu a descarga. A corporação informou, porém, que a rede atingida opera em alta tensão, com 13.400 volts. Segundo os militares, a morte da colega “decorreu de um quadro de múltiplas fraturas e sucessivas paradas cardíacas devido às lesões sofridas”. “Apenas um laudo médico poderá indicar exatamente quais os fatores determinantes para que se tenha, infelizmente, chegado a essa condição fatal”, diz trecho do comunicado.
O CBMDF ressaltou ainda que o tempo de resposta para a chegada da Companhia Energética de Brasília (CEB) para o desligamento da rede “não foi excessivo”. Assegurou também que Marizelli “fazia uso de todos os equipamentos de proteção individual necessários para este tipo de missão”.
Por fim, frisou que irá instaurar procedimento administrativo a fim de “elucidar todas as circunstâncias nas quais esse acidente ocorreu e suas consequências”. Marizelli Armelinda Dias será promovida à graduação de cabo, por ter morrido durante cumprimento da missão.
Perícia
Nessa segunda-feira (16/09/2019), a Polícia Civil do Distrito Federal instaurou inquérito para apurar não só o motivo da morte da bombeira como também para entender o motivo do incêndio que Marizelli e equipe combatiam. O caso é investigado pela 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro).
Essa parte da diligência, explica o delegado Sérgio Bautzer, busca saber se o fogo foi iniciado de forma intencional ou não. “Já há uma apuração para saber a causa da morte, se foi apenas pelo choque com a árvore ou por descarga elétrica. Agora, por cautela, precisamos saber também como que o incêndio começou”, salienta.
Com relação ao motivo do falecimento de Marizelli, Bautzer relata que, a princípio, apenas o impacto da árvore com o capacete foi apontado como causa. “Ainda estamos esperando o laudo necroscópico, que deve sair até o fim desta semana. No entanto, nos foi relatado que só o trauma teria matado a bombeiro.”
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De acordo com o delegado, após a conclusão dessas diligências, o inquérito será oferecido ao Corpo de Bombeiros Militar do DF. “A nossa investigação estará disponível, no intuito de fazer um compartilhamento de informações”, destacou.
Explicações
Na segunda-feira (16/09/2019), o comandante-geral do CBMDF, coronel Carlos Emilson, lamentou a morte da soldado da corporação. Ele classificou o caso como uma “fatalidade”. Segundo o oficial, a soldado foi integrada recentemente à corporação e tinha o treinamento necessário para o serviço, além de portar todos os equipamentos de proteção indispensáveis para a ocorrência.
O comandante informou que toda a guarnição foi atendida por um capelão e recebeu auxílio psicológico do subcomandante do Corpo de Bombeiros. Em seguida, por causa do abalo emocional, todos foram dispensados do serviço. Assim, outra companhia ficou responsável pela área de Taguatinga Norte. “É uma situação bem pesada, por mais que a gente se prepare para isso”, enfatizou.
Nota da CEB
Em nota divulgada no começo da semana, a CEB registrou que a queda de uma árvore originou o acidente que matou Marizelli. “Não existem informações da perícia que determinem se a bombeira recebeu alguma descarga elétrica.” A empresa destacou ainda que, quando há algum distúrbio na rede, os equipamentos de proteção do sistema atuam imediatamente, desligando a energia.
“Assim que ocorreu o acidente, os bombeiros acionaram nossa central de operações. Estávamos com uma equipe nas imediações e essa equipe chegou ao local em menos de 15 minutos, colocando-se à inteira disposição para dar apoio no que fosse necessário”, assinalou o órgão.