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Bombeiro acusado de importunação sexual e agressão presta depoimento à PCDF

O primeiro sargento Guilherme Marques Filho também é investigado pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal

atualizado

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homem ameaçando negro
1 de 1 homem ameaçando negro - Foto: Reprodução

Devido à acusação de importunação sexual e depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo e ameaçando o programador Jair Aksin Reis Canhête, 25 anos, com um revólver, o 1º sargento Guilherme Marques Filho, do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), prestou depoimento na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), nessa terça-feira (22/12).

Segundo o delegado Josué Ribeiro, responsável pelas oitivas, o procedimento faz parte das investigações. “Ele deu a versão dele e, agora, seguimos apurando, buscando outras imagens para embasar o caso”, contou o investigador ao Metrópoles, sem detalhar o teor do depoimento.

O caso de assédio ocorreu na estação do metrô da Praça do Relógio, em Taguatinga. As imagens das câmeras de segurança do local foram solicitadas. Mais testemunhas deverão prestar depoimento nos próximos dias.

Veja imagens das agressões ao programador Jair:

 

 

Apesar de conduzirem investigações distintas, a Corregedoria do CBMDF solicitou cópia da averiguação à PCDF a fim de embasar o processo administrativo aberto contra o oficial. Ao Metrópoles, Guilherme alegou que “apenas dei bom dia para uma moça. Fui agredido primeiro, e minha atitude contra ele (Jair) não foi por acaso”.

Para o militar, a proporção que o caso ganhou se dá devido à vestimenta que usava quando foi filmado agredindo Jair. “Só deu essa repercussão por causa da camisa do Bolsonaro”, defendeu. “Todo mundo está vendo só um lado da moeda”, reclamou o sargento.

Além disso, a Comissão de Direitos Humanos, da Câmara Legislativa do DF (CLDF) acompanha o caso. O programador Jair fez a denúncia e recebeu apoio do presidente da comissão, Fábio Félix (PSol). “A denúncia é grave. Houve violação dos direitos humanos”, pontuou o parlamentar, em vídeo publicado numa rede social.

O caso

O episódio revelado pelo Metrópoles ocorreu na sexta-feira (18/12). Após ser confrontado por Jair Aksin, o 1º sargento Marques Filho esboçou sacar uma pistola que levava na cintura, mas os seguranças do metrô conseguiram acalmá-lo e pediram para que Jair esperasse o bombeiro ir embora a fim de evitar confusão. No entanto, ao sair da estação, Marques Filho esperava o programador.

Assustado, o rapaz correu para dentro de uma loja especializada na venda de peixes e aquários. “Tentei me posicionar próximo às câmeras de segurança para, pelo menos, ficar registrado que ele poderia me matar. Por sorte, ele puxou a arma, me agrediu, mas não apertou o gatilho”, desabafou.

Em pânico, funcionários do estabelecimento acompanharam as ameaças. Logo após agredir o rapaz, o homem deixou o local. “É uma sensação muito ruim de impotência, pois esse homem havia assediado uma moça dentro do metrô. Espero que as autoridades tomem uma providência enérgica”, finalizou.

Na mesma unidade policial, localizada no centro de Taguatinga, a cabeleireira de 29 anos assediada pelo bombeiro registrou ocorrência. “Contei tudo o que aconteceu aos policiais, e eles colocaram como depoimento na ocorrência do Jair [o rapaz procurou a polícia depois de ser agredido]. Sinto-me melhor agora. Espero que o bombeiro seja responsabilizado”, contou a moça, que preferiu não se identificar.

A vítima do abuso revelou que estava na fila da estação, como faz diariamente, quando sentiu uma mão no cabelo dela. “Ele pegou da metade do cabelo para baixo e foi passando a mão. Primeiro, achei que era alguém conhecido, mas, quando vi uma pessoa que não conheço me olhando com cara maliciosa, confrontei”, afirmou a cabeleireira.

Nesse instante, o programador, que também estava na fila, teria interrompido: “O Jair se aproximou e deu um tapa nas costas dele [o bombeiro], mas só para ele se virar, e questionou por que ele estava me assediando. O bombeiro negou e disse que só esbarrou em mim”, contou a mulher.

De acordo com Jair, a reação dele não foi nada fora daquilo que considera correto. “A imagem que eu queria passar não era a de um super-herói ou de qualquer coisa do tipo. Era mais de um ser humano sensato. Não imaginava que, depois, teria uma arma apontada para mim”, queixou-se.

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