Bolsonaro volta a criticar urnas: “Resultado final do TSE apontou para outra direção”
“Claramente, tive o dobro do apoio que tive em 2018, mas o resultado final do TSE apontou para outra direção”, afirmou Bolsonaro
atualizado
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Após ter se tornado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta sexta-feira (30/6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar os resultados das eleições de 2022, quando o político foi candidato à reeleição. “Fiquei sentido com as eleições do ano passado, sim. Claramente, tive o dobro do apoio que tive em 2018, mas o resultado final do TSE apontou para outra direção. Agora, é página virada o que aconteceu”, afirmou.
Bolsonaro estava em Belo Horizonte e chegou a Brasília na noite desta sexta-feira (30/6). Para jornalistas, o ex-presidente também criticou investigações referentes às eleições de 2018: “A chave, se quiserem resolver o problema, é o inquérito de novembro de 2018, que está aberto até hoje, depois do TSE abrir as portas para tudo para a Polícia Federal. Rosa Weber queria apurar possíveis fraudes de 2018. Se houvesse fraude, quem fraudou? Quem ganhou, seria eu. Por que, 10 dias depois, o inquérito parou?”.
A chegada foi discreta, em um portão de desembarque diferente do comercial, onde pessoas que souberam da volta do ex-presidente chegaram a puxar um coro de “inelegível”. Somente uma apoiadora, com uma criança, apareceu. Na entrevista, o político menciona a sua importância para a direita brasileira, que, segundo Bolsonaro, era “amórfica” e “tomou forma” com ele.
Bolsonaro chegou a criticar a prisão de seus aliados: “Tenho o Cid preso, mais dois assessores presos. A condenação dele, se houver, será abaixo de quatro anos, não compete prisão preventiva pra isso. Por que deixar meu pessoal preso? É uma perseguição para minar e dizer que estou com assessor preso”.
Julgamento de Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou, nesta sexta-feira, Bolsonaro inelegível. O ex-mandatário foi condenado, com o placar de 5 a 2, pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Com a decisão, o ex-presidente da República está impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo por oito anos, a contar de 2022. Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) julgada, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) acusou Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada.
Segundo o partido, o ex-presidente atacou, no evento, as Cortes do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou, sem apresentar nenhuma prova, que os resultados das eleições gerais de 2022 proclamados pela Justiça Eleitoral não seriam confiáveis.
Além disso, o PDT afirma que houve violação ao princípio da isonomia entre as candidaturas, configurando abuso de poder político o fato de a reunião ter ocorrido na residência oficial da Presidência da República e ter sido organizada por meio do aparato oficial do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores.