Bolsonaristas fecham o Eixo Monumental em ato contra eleição de Lula
Em ato no Eixo Monumental, apoiadores de Bolsonaro são contrários ao resultado da eleição, que elegeu Lula como o próximo presidente
atualizado
Compartilhar notícia
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fecharam, no fim da tarde desta quarta-feira (2/11), todas as vias do Eixo Monumental no Distrito Federal, na altura da Catedral Rainha da Paz, sentido antiga Rodoferroviária. No ato, as pessoas protestam contra o resultado das urnas, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como próximo chefe da nação. O grupo está reunido desde terça-feira (1º/11).
O objetivo dos bolsonaristas é ficar acampado “até que as Forças Armadas façam uma intervenção federal”, no que eles chamam de “Acampamento da Liberdade”.
A princípio, pediam por uma intervenção militar, mas organizadores do evento orientaram os manifestantes mudarem o protesto, que faz menção ao Artigo 142 da Constituição Federal. Outra orientação diz respeito ao uso do nome do candidato derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro, que deve ser evitado para não fazer ligação do atual presidente, derrotado nas urnas, aos atos antidemocráticos.
Saiba o que é o artigo 142, e por que ele não autoriza uma intervenção militar
O artigo ao qual fazem menção fala sobre a disciplina a função das Forças Amadas no país e não autoriza Golpe Estado por parte dos militares.
Questionada sobre o ato, a Polícia Militar do DF (PMDF) informou que, até às 18h de quarta, não registrou nenhum acionamento na área onde ocorrem as manifestações.
Conflitos
Durante um ato em frente à catedral, um carro conduzido por um homem que fez o sinal de “L” com uma das mãos – celebrando a vitória de Lula – foi cercado pelo grupo, que desferiu socos e tapas no veículo, impedindo que ele seguisse caminho. Depois de alguns minutos, a PMDF escoltou os apoiadores do presidente eleito até o final do Eixo Monumental.
Com gritos de “Lula ladrão, seu lugar é na prisão” e entoando o Hino Nacional, o grupo carrega faixas pedindo a intervenção federal.
“Estamos aqui para fazer com que o Exército, as Forças Armadas cumpram seu papel constitucional segundo juramento que fizeram à bandeira durante a incorporação, que é defender o povo brasileiro e a soberania do Brasil contra qualquer ameaça neste momento. O povo brasileiro está sendo ameaçado pelo comunismo do PT”, completaram.
Confira como foram as orientações em grupos bolsonaristas:
A declaração tem sido usada por bolsonaristas contrários ao presidente eleito para justificar uma espécie de autorização, ou legitimação constitucional, em que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica atuem como um “poder moderador”, caso sejam convocados para uma “intervenção militar” e para “manter a ordem”. Juristas e ministros, no entanto, condenam tal interpretação.
Saiba o que é o artigo 142, e por que ele não autoriza uma intervenção militar.
Após intervenção militar, acusação de fraude
Os manifestantes ainda cobram da Justiça imediata auditoria na Eleição 2022, já que para eles o pleito presidencial “foi fraudado”. Segundo o público, há provas de que as urnas foram fraudadas, e o material será entregue às autoridades competentes.
“Cobrar que sejam apuradas as denúncias contra as inserções de rádio no Nordeste, onde um dos candidatos foi claramente prejudicado”, argumentam.