Boletim do CBMDF classificou manifestação pró-governo como antidemocrática
Publicado nessa terça-feira, documento tratava de atos ocorridos no fim de semana. Publicação foi corrigida por Comando Operacional
atualizado
Compartilhar notícia
A publicação de boletim geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), datado do dia 9 de junho, classificando um ato pró-governo Bolsonaro como “manifestação antidemocrática” causou mal-estar entre as fileiras da corporação. O documento, que deveria ser interno, acabou vazando e precisou ser corrigido.
Confira:
O informativo faz referência ao planejamento dos militares para atuação durante as manifestações realizadas no último fim de semana, na Esplanada dos Ministérios. Ali, devidamente separados, apoiadores do presidente da República e militantes de movimentos sociais contrários a atual gestão do Executivo federal se reuniram.
Além do título, o documento fala sobre as características do encontro. A previsão da corporação era que 22 mil pessoas se deslocassem para a Esplanada. O texto ressalta ainda a possibilidade de os manifestantes estarem com os “ânimos exaltados” e entrarem em confronto, inclusive com os grupos opostos lançando objetos e materiais perfurantes um contra o outro.
Segundo uma fonte da corporação, um oficial do Corpo de Bombeiros teria “adjetivado o documento por engano”, mas acabou infringindo normas por ter “partidarizado” as manifestações de apoio ao presidente da República.
“Ficou parecendo que o Corpo de Bombeiros estava tomando lado, principalmente quando a imprensa passou a questionar. O alvoroço foi grande, especialmente no comando”, conta uma fonte que preferiu não se identificar, temendo possíveis punições previstas na hierarquia militar.
Correção
Questionada, a assessoria do Corpo de Bombeiros informou que, assim que soube do erro, o Comandante Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, coronel William Bomfim, mandou fazer a correção do título do documento.
“O CBMDF ressalta que não se manifesta acerca de questões políticas e que o atendimento à população, a proteção de vidas e patrimônio foram e sempre serão as premissas maiores da corporação”, completa a nota encaminhada ao Metrópoles.