Boate Vegas, com prostitutas de luxo, abre as portas na 403 Sul
Inaugurada nesta terça-feira (27/10), a boate Vegas World Class Club apresenta um book com 60 profissionais do sexo que cobram até R$ 3 mil por programa
atualizado
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Desinibidas e cheias de energia, elas dançam nuas em um palco suspenso. A performance de garotas que sensualizam no pole dance, em um ambiente a meia luz, atiça os sentidos dos frequentadores do mais novo ponto da prostituição de luxo no Distrito Federal. Inaugurada nesta terça-feira (27/10), na comercial da 403 Sul, a boate Vegas World Class Club apresenta um book com 60 profissionais. E cobra caro por isso. Uma noitada sem extravagâncias custa a partir de R$ 1 mil. A balada mais intensa pode chegar a R$ 3 mil.
Nem mesmo a chuva desta quarta (28/10) desanimou a legião de, pelo menos, 150 homens que escolheram a Vegas para curtir a noite, beber e conhecer mulheres. Não existe barganha na alta roda do sexo. Para convencer uma das garotas a deixar o local é preciso desembolsar, no mínimo, R$ 500. Os cachês podem subir, no caso das moças que tenham posado para revistas masculinas.
Entre duas lanchonetes, a Vegas ocupa um espaço de dois andares. Nos últimos seis meses, o estabelecimento onde agora funciona a boate esteve fechado. Antes da reforma, o local era o bar Dolce&Baccana. Depois de repaginado, tornou-se um lugar, basicamente, para homens. Quando os clientes entram no ambiente encontram um bar, com fundo espelhado que ostenta desde cerveja até uísques sofisticados. O cardápio é variado, mas não cabe no bolso de qualquer um. Sem pudor, cobra-se até R$ 50 por uma long neck. Uma porção de batata-frita custa indecentes R$ 65. Os clientes mais perdulários desembolsam até R$ 600 por uma garrafa de whisky 8 anos.
O esquenta é no andar de cima. Mas, no piso inferior, a plateia incendeia. Por volta de meia noite, começa o primeiro show. A trilha sonora é modificada enquanto um locutor anuncia quem se apresentará. Como na música do Barão Vermelho, o momento é de “puro êxtase”, principalmente quando frequentadores são convidados a subir ao palco. Um dos escolhidos da noite desta quarta (28) foi um noivo que curtia sua despedida de solteiro. Uma loira, vestida apenas com lingerie preta, provoca o público. Dança e se entrelaça com seus escolhidos. Nos momentos mais quentes, o sexo oral fica por um fio, o da calcinha que a moça ainda preserva. A performance ocorre sobre um tablado com piso de madeira e dois postes usados para o pole dance.
A reportagem do Metrópoles conversou com a loira que fez o primeiro show da noite. Amanda tem 26 anos e mora sozinha em Águas Claras, mas apenas de segunda à sexta-feira. “Sábado e domingo fico na casa da minha mãe, em Goiânia. Ninguém sabe que eu faço programa”. Ela contou aos pais que trabalha como promoter na noite brasiliense. Envolvente, a mulher conta que cobra R$ 500 por duas horas de sexo. “Não importa o lugar, faço até com dois ao mesmo tempo”, disse a loira, para logo depois se levantar e sentar ao lado de dois homens na faixa dos 50 anos.
Quem se prostitui não comete delito, segundo a legislação brasileira. O crime só é qualificado quando alguém tira proveito da prostituição, com agenciamento de prostitutas. Nesse caso, o explorador pode ficar até 8 anos preso. Também é crime o tráfico nacional ou internacional de pessoas. A lei brasileira classifica como hediondo o favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou jovem.
Mesmo sem dó de gastar, um cliente teve problemas na hora de pedir a conta. Um grupo de amigos que estava na boate se desentendeu com a administração. O motivo: uma garrafa de champanhe que não teria sido consumida. “Eu não bebi isso, e não vou pagar”, gritava um homem revoltado com os R$ 400 cobrados em sua comanda. A reportagem apurou que as meninas da boate são orientadas pela administração a convencer os clientes a consumirem bebidas para aumentar o faturamento da casa.
De acordo com um dos seguranças da Vegas, mesmo com dois dias de inaugurada, a boate já recebeu visitas ilustres. “Nestes dois dias já passaram políticos do Congresso por aqui”, disse o funcionário sem querer citar os nomes. Pelo jeito, o sexo fácil e caro da prostituição de luxo não sentiu os efeitos da crise financeira.