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Bloco em que jovem morreu no DF não tinha permissão para desfilar

Durante o Quem Chupou Vai Chupar Mais, o estudante Matheus Barbosa foi cercado e recebeu facadas na cabeça e no tórax

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O bloco de pré-Carnaval Quem Chupou Vai Chupar Mais, realizado no sábado (08/02/2020), não tinha autorização para desfilar. O evento foi reprovado em duas vistorias do Corpo de Bombeiros e, mesmo assim, os organizadores decidiram cercar a área ao lado do Museu da República. Durante a festa, Matheus Barbosa Magalhães Costa, 18 anos, morreu esfaqueado.

Segundo a administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro, os responsáveis pelo bloco deveriam estar com toda a estrutura montada com pelo menos 24 horas de antecedência, o que não ocorreu. Por esse motivo, foram reprovados pelos bombeiros.

A produção, então, correu para deixar tudo pronto e, novamente, acionou os militares, mas também acabaram não passando pelo crivo dos socorristas, dessa vez por não atenderem a todas recomendações a fim de garantir a segurança dos foliões.

Mesmo sem o aval do Corpo de Bombeiros, o bloco saiu. De acordo com a administradora regional, a Polícia Militar do DF (PMDF) foi informada por meio de um sistema eletrônico integrado. “Acredito que por ser fim de semana e pelos policiais já estarem na rua, não foi possível consultar esse mecanismo.”

A reportagem ligou e mandou mensagem para uma das organizadoras do Quem Chupou Vai Chupar Mais, mas não obteve retorno. A PMDF, também acionada, informou que está avaliando a demanda.

Investigações

Investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) ainda trabalham para identificar os autores das facadas que mataram o jovem lutador de jiu-jítsu. O estudante foi atingido na cabeça e no tórax e deu entrada no Instituto Hospital de Base (IHBDF) por volta de 20h45, mas não resistiu aos ferimentos.

Matheus estava com dois amigos no bloco, ao lado do Museu da República, quando foi ferido mortalmente. Os policiais buscam imagens registradas pelas câmeras de segurança instaladas nas redondezas. De acordo com fontes policiais ouvidas pelo Metrópoles, ainda não há suspeitos identificados que possam ter participação no homicídio de Matheus.”Pessoas estão sendo ouvidas, linhas de investigação estão sendo traçadas e indícios, apurados. No entanto, não existe nenhum suspeito identificado e preso”, afirmou um dos investigadores.

Revolta

Matheus foi sepultado nessa segunda-feira (10/02/2020). De acordo com o pai do jovem, Eduardo Batista Barbosa, ainda não se sabe exatamente o que aconteceu para que o filho fosse assassinado, mas a dinâmica do crime indica a possibilidade de arrastão. “Fizeram uma corrente. Se tinha celular, pegavam. Se não tinha, era faca”, destacou.

Segundo Eduardo, Matheus era uma pessoa que se esforçava muito. Tinha acabado de sair da barbearia onde trabalhava, na 305 Norte, e passou na Rodoviária do Plano Piloto para ver a movimentação. “Morreu com a mochila nas costas. Tinha a identidade, uma marmita e a máquina de cortar cabelo”, relata o pai da vítima.

Veja imagens de confusão no bloco Quem Chupou Vai Chupar Mais:

 

Eduardo não se conforma com a tragédia e espera que as autoridades consigam prender os culpados. “A única coisa que o governo me deu foi a Certidão de Óbito do meu filho. Eu gostaria muito que a segurança pública não deixasse mais essa barbaridade acontecer”, pediu.

As lembranças que ficam, no entanto, são boas. Gabriel Afonso, 22, que conhecia Matheus desde os 11, afirma que o jovem era uma pessoa muito boa. “Fazia nada de errado com ninguém. Moleque bom”, diz, emocionado.

Confusão

Fotos e vídeos divulgados nas redes sociais mostram cenas de violência e depredação nas festas de pré-Carnaval do Distrito Federal no sábado (08/02/2020). Oito trens do metrô foram alvo de vândalos.

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