Blindados tipo “Caveirão” farão a segurança da Penitenciária Federal no DF
O presídio federal de Brasília onde está preso Marcola, líder do PCC, será o primeiro a contar com o apoio dos blindados
atualizado
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Abrigando lideranças das mais perigosas facções criminosas da América Sul, a Penitenciária Federal de Brasília passa a contar, a partir desta segunda-feira (19/10), com novos armamentos de grosso calibre e carros blindados. Um dos presos da penitenciaria é um dos detentos mais perigosos do país, o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Inédita no cenário da segurança carcerária do país, a entrega dos blindados EE-11 Urutu — do mesmo modelo dos “caveirões” empregados pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro para incursões nos morros cariocas — ocorreu nesta segunda-feira (19/10), às 16h, no Comando Militar do Planalto.
Veja imagens do veículo especial:
Com dois anos recém-completados, o presídio federal no DF é o primeiro a contar com apoio dos blindados, operados pelos próprios agentes federais de execução penal. Outras quatro unidades do sistema penitenciário federal poderão receber esses veículos especiais. Elas estão em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).
Para pilotar os blindados de guerra, os servidores do Depen passaram por um estágio ministrado pelo Exército Brasileiro. Antes de serem entregues, os veículos passaram por revisão e manutenção, receberam pintura maciça na cor preta e estão prontos para uso. A exemplo do que ocorreu com o Bope do Rio de Janeiro, que também opera com os Urutus, os veículos recebidos pelo Depen sofreram adaptações que possibilitam a transição para uso civil no perímetro externo da penitenciária.
Presídio novo
O Presídio Federal de Brasília foi inaugurado em outubro de 2018. Os três primeiros detentos a ocuparem a penitenciária integram o PCC. O presídio conta com 50 celas individuais, erguidas em uma estrutura de concreto armado e monitorada 24 horas.
Na unidade prisional, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda, há circuito de câmeras, com transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes. Segundo o Departamento Penitenciário (Depen), o sistema conta com equipamentos capazes de identificar drogas e explosivos nas roupas dos visitantes, detectores de metais e sensores de presença, entre outras tecnologias.
Cada preso fica em uma cela individual de 6m² e tem direito a duas horas de banho de sol por dia. Advogados e amigos podem visitar os detentos no parlatório, enquanto os familiares têm acesso ao pátio. É proibida a entrada de televisores, rádios e qualquer outro tipo de comunicação externa.
Os presídios federais cumprem determinações da Lei de Execução Penal (LEP) e começaram a ser construídos em 2006. As unidades recebem detentos, condenados ou provisórios, de alta periculosidade. O isolamento individual é destinado a líderes de organizações criminosas, presos com histórico de crimes violentos, responsáveis por fugas e rebeliões, réus colaboradores e delatores premiados.