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Blindado de R$ 1,6 mi da PMDF usado em manifestações teve “pane” em 8/1

Veículo conhecido como Centurion é usado em manifestações mais “violentas”, mas, segundo comandante-geral da PMDF, blindado teve problema

atualizado

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Veículo centurion PMDF
1 de 1 Veículo centurion PMDF - Foto: Divulgação

Um blindado da Polícia Militar (PMDF) que custou ao Governo do Distrito Federal (GDF) R$ 1,6 milhão e é usado em grandes manifestações sofreu uma “pane” no dia de um dos protestos mais violentos registrados em Brasília. O veículo parou de funcionar em 8 de janeiro de 2023 e não pôde conter os bolsonaristas que tentaram instaurar um golpe de Estado no país.

O atual comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, confirmou a informação ao ser questionado pelo deputado distrital Gabriel Magno (PT) sobre o uso do blindado, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF), nesta quinta-feira (15/6).

O veículo, conhecido como Centurion, tem como principal característica o disparo de jatos d’água, usados pela polícia no controle de grandes manifestações.

“Ele [o blindado] foi para o local [dos atos antidemocráticos], estava operando e apresentou uma pane. O  [então] interventor [na segurança pública do DF, Ricardo Capelli], inclusive, solicitou que eu apresentasse o oficial que estava comandando a tropa, e foi relatada a pane. O tenente chegou a mostrar um áudio do motorista mostrando um problema no balão de ar, parece. Como ele estava em uma descida, era arriscado perder o controle e, se ficasse ali parado, com aquela turba se aproximando, poderiam agredir os policiais e destruir a viatura”, afirmou o comandante-geral da PMDF.

O GDF investiu mais de R$3 milhões em dois blindados Centurion, em 2013. Além do jato de água, o veículo tem câmeras de alta precisão, com capacidade de identificar rostos e placas de carro em um raio de mais de 300 metros.

Os blindados, porém, estão velhos e apresentam problemas constantes, segundo Klepter Rosa. “É uma viatura antiga. Precisa de manutenção constante. Foi solicitado o conserto, teve conserto e nota fiscal que mostrou o dano. [Mas] é um veículo pesado, de muitos anos de operação. Ele, infelizmente, apresenta pane de tempos em tempos”, argumentou.

Tropas sem prontidão

Outro tema de destaque na CPI foi o sobreaviso de policiais militares do DF em 8 de janeiro de 2023. Apesar da determinação que partiu do coronel Klepter Rosa, os PMs não ficaram de prontidão, no aguardo de possível chamado para atuar. Os integrantes da corporação ficaram em casa, só depois foram acionados e, horas depois, chegaram ao ponto de tensão, na Esplanada dos Ministérios.

“Perguntei ao coronel [e ex-comandante da PMDF] Fábio Augusto se não era viável deixar a tropa de sobreaviso, cientes que poderiam ser escalados a partir das 7h, para que eles estivessem em condições de se deslocar para o batalhão, assim [como] determinado, para assumir a missão, porque haveria a possibilidade de necessidade de emprego [de] maior [efetivo] ao longo do dia”, declarou Klepter.

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Nesta quinta-feira (15/6), CPI ouve  o coronel Klepter Rosa, comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
Comandante-geral da PMDF
CPI do Atos Antidemocráticos ocorre na CLDF
Coronel assumiu comando da PMDF após afastamento do coronel Fábio Augusto Vieira
Deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI
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Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF)

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Nesta quinta-feira (15/6), CPI ouve o coronel Klepter Rosa, comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

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Comandante-geral da PMDF

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CPI do Atos Antidemocráticos ocorre na CLDF

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Em CPI, atual comandante-geral afirmou que sugeriu manutenção de tropa em sobreaviso, não de prontidão

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Deputado Hermeto (MDB), relator da CPI

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Depoimentos ocorrem na CLDF

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Fábio Felix (PSol), integrante da CPI

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Klepter afirmou que não havia previsão do horário de ida dos golpistas para a Esplanada nem detalhes de que eles iriam, de fato; por isso, segundo ele, “não dava para deixar o efetivo de prontidão permanentemente”.

O atual comandante-geral da PMDF responsabilizou o Departamento de Operações (DOP) da corporação e disse ter faltado repasse de informações precisas.

“A primeira medida é deixar [os PMs] de sobreaviso, porque ainda não tínhamos a solicitação do DOP para emprego no horário X, na missão Y, no local Z. Faltou essa informação. Se o DOP tivesse solicitado efetivo, com a confirmação de que a manifestação ocorreria, [de que a tropa] desceria para a Esplanada e [de que a PMDF] precisaria desse efetivo no período da tarde, com certeza, a orientação seria para que o efetivo ficasse de prontidão nesse horário. Essa é a diferença da prontidão. [Para] a prontidão, temos um fato específico, que vai acontecer em tal horário”, comparou Klepter.

Questionado pelo presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), sobre o responsável pelo emprego do baixo quantitativo de policiais em 8 de janeiro de 2023, Klepter foi enfático: “O efetivo empregado foi aquele que o DOP determinou que fosse empregado, chefiado pelo coronel Paulo José. Ele é o responsável”.

O depoente também acrescentou que, hoje, reconhece que “o efetivo deveria ter sido maior”. Ele mencionou, ainda, que esse foi o menor efetivo da história da PMDF e, sobre não ter deixado a tropa de prontidão, admitiu que teria dado essa determinação “se soubesse o que aconteceria”.

Quem é quem

Paulo José era o comandante do DOP no dia da tentativa de golpe, em substituição ao coronel Jorge Eduardo Naime, que chefiava o departamento, mas estava de férias.

O militar foi convocado para dar explicações à CPI, principalmente após ser apontado como responsável por liberar a Esplanada dos Ministério antes do início das manifestações. Contudo, ele entregou um atestado psiquiátrico e teve a data de depoimento. Ainda não há novo dia marcado para a oitiva.

Klepter assumiu o cargo de comandante-geral da PMDF após o então interventor federal da segurança pública na capital federal, Ricardo Cappelli, exonerar o coronel Fábio Augusto Vieira, depois dos ataques terroristas cometidos por bolsonaristas contra as sedes dos Três Poderes.

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