Black Friday no leilão do Hotel Nacional: preço cai 50%
A 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de SP fixou novo lance inicial em R$ 92,6 mi. Terceira tentativa de venda será em 27/11
atualizado
Compartilhar notícia
Conhecido por ter abrigado a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, e os ex-presidentes norte-americanos Jimmy Carter e Ronald Reagan, o Hotel Nacional de Brasília ainda não sabe o fim que terá: o leilão marcado para esta segunda-feira (12/11) foi suspenso por falta de interessados. Com nova data marcada para 27 de novembro, a 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decidiu fixar o lance inicial em R$ 92,6 milhões — a metade do valor da primeira proposta.
Em 29 de outubro, o juizado havia determinado o primeiro lance do prédio em R$ 185 milhões. Sem retorno de propostas, o preço caiu para R$ 129 milhões e, nesta segunda (12), o valor inicial do evento foi reduzido novamente pela falta de interesse de possíveis compradores. A medida é prevista para quando não há chances reais de venda do imóvel.
Estão incluídos na venda todos os bens móveis do hotel, de utensílios de R$ 1, como alicate e bacia, a três portas de aço que somam R$ 273 mil. Pinturas do artista italiano Domenico Serio Calabrone, avaliadas em R$ 13 mil, também integram o patrimônio.
Inaugurado em 1961, o hotel cinco estrelas tem 43 mil metros quadrados e distribui 347 apartamentos em 10 andares. Nomes do entretenimento também marcam a história da construção. No auge da carreira, Xuxa hospedou-se no hotel, assim como Roberto Carlos e Silvio Santos. Hoje, uma diária no icônico imóvel do Setor Hoteleiro Sul custa a partir de R$ 150.
Primeiro local de luxo para receber turistas, o Hotel Nacional carrega na sua história, além da realeza britânica e de presidentes dos Estados Unidos, outros chefes de Estado que também ocuparam as suítes presidenciais do empreendimento. O ex-presidente francês Charles De Gaulle e a ex-primeira-ministra da Índia Indira Gandhi fazem parte da extensa lista de hóspedes ilustres do local.
Motivo do leilão
De acordo com o edital lançado pela Justiça paulista em setembro, o Hotel Nacional é arrendatário do imóvel, que ocupa parte da massa falida da Petroforte Petróleo LTDA. A empresa já foi uma grande distribuidora de petróleo do país, mas teve a falência decretada em 2001. O valor da venda do empreendimento será usado para quitação de dívidas da antiga distribuidora.
O hotel chegou a entrar com pedido de suspensão do leilão no Tribunal de Justiça de São Paulo, sem sucesso. A liminar foi negada pela juíza Adriana Bertier Benedito no dia 11 de outubro.