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Bebê do DF precisa de vaga no Instituto de Cardiologia para sobreviver

Criança de 1 mês nasceu com o coração no lado direito do peito e já teve até parada cardiorrespiratória

atualizado

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Arquivo Pessoal
Bebê
1 de 1 Bebê - Foto: Arquivo Pessoal

Em risco iminente de morte, o bebê Khalleo Lucas Sena Lopes (foto em destaque), de apenas 1 mês, precisa ser transferido com urgência para o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). O pequeno nasceu com cardiopatia congênita grave: o coração foi produzido do lado direito do peito.

A mãe do menino, Íris Oliveira, 17 anos, conta que quando estava grávida nada nas ecografias apontou para uma possível anomalia na criança. Ela pede ajuda para conseguir uma vaga no Instituto de Cardiologia, o único local capacitado para fazer uma coarctação da aorta, a cirurgia que o pequeno Khalleo precisa para sobreviver.

“Está todo muito muito preocupado. A nossa vida parou, pensando só no que está acontecendo. Minha mãe e meu pai choram todos os dias, tudo que eles vão fazer é pensando no Kalheo”, conta Íris. “A gente sempre pensa que vai superar, mas tem horas que penso que não da mais. Ele é só um bebê, não devia estar passando por isso”, lamenta.

Por enquanto, Khalleo está no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), onde aconteceu o parto. Enquanto não é operado, o bebê é tratado com doses de cinco remédios. Na tarde dessa quinta-feira (12/11), o bebê teve duas paradas cardiorrespiratórias e quase foi a óbito.

“Estou vendo o meu filho ter parada cardíaca na minha frente e os médicos me falam que ele está vivo por milagre. Eu só escuto que meu filho pode morrer, que a qualquer momento eu tenho que me preparar”, desespera-se a mãe.

Veja relatório médico sobre o caso e imagens do bebê:

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Nada nas ecografias apontou para uma possível anomalia na criança
O bebê nasceu com o coração no lado direito do peito
Khalleo não resistiu ao pós-operatório
Ele ficou quase um mês à espera por vaga no Instituto de Cardiologia do DF
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Relatório médico atestando o risco eminente de morte de Khalleo

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Nada nas ecografias apontou para uma possível anomalia na criança

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O bebê nasceu com o coração no lado direito do peito

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Khalleo não resistiu ao pós-operatório

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Ele ficou quase um mês à espera por vaga no Instituto de Cardiologia do DF

Procurada, a Secretaria de Saúde informa que o paciente está “regulado para o procedimento e aguarda a disponibilidade de vaga pelo ICDF, que é sempre verificada pelo sistema de regulação”. A pasta esclarece que os pacientes são regulados de acordo com a classificação de risco e os casos mais graves são priorizados.

Outros bebês aguardam por cirurgia

A família de Khalleo não é a única desesperada por um procedimento que possa salvar a vida de uma criança. Na segunda-feira (9/11), o juiz substituto da 5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do Distrito Federal determinou prazo de 24 horas para que o Distrito Federal e o ICDF realizem a cirurgia cardíaca que a pequena Ana Vitória Souza Santos, agora com 7 meses, precisa para sobreviver.

Enquanto a decisão judicial ainda não foi cumprida, o estado da bebê só piora. Conforme laudo médico emitido pelo Hospital da Criança de Brasília (HCB) na terça-feira (10/11), a menina se encontra com febre e vem perdendo muito peso. Segundo explica Zilene Souza Lopes, 38 anos, mãe da criança, até o momento ela recebeu apenas um telefonema.

“Me ligaram da assessoria do governo perguntando do que minha filha estava precisando. Expliquei a situação pra ela [a assessora], que ficou de ver e me retornar a ligação, mas até agora nada”, lamenta. A menina completou sete meses de vida nesta semana e o tempo para que o procedimento seja realizado com sucesso só diminui. “Se ela não fazer essa cirurgia logo, vai ficar com algumas sequelas”, desespera-se Zilene.

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Ela precisava de uma cirurgia urgente no coração
A mãe ficou desesperada
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Ana Vitória tem 7 meses

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Ela precisava de uma cirurgia urgente no coração

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A mãe ficou desesperada

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Foi a terceira decisão judicial favorável à bebê com Síndrome de Down. Desta vez, o magistrado estabeleceu que os responsáveis, inclusive o secretário de saúde do DF, Osnei Okumoto, fossem intimados pessoalmente por oficiais de justiça a cumprir a decisão.

Os hospitais Santa Lúcia e Brasília também foram intimados a fornecer orçamento para realização da cirurgia. Caso haja condição técnica, as instituições devem indicar o valor estimado do tratamento e o número da conta bancária para transferência dos valores. Tudo deverá ser pago pelo GDF.

Caso a decisão insista em ser descumprida, independentemente de nova intimação, o juízo emitirá ordem de transferência imediata para o hospital privado de menor valor e determinará o sequestro de verbas públicas para custear todo o tratamento, internação e transferência hospitalar.

Cronograma não é cumprido

Conforme noticiado pelo Metrópoles, acordo entre a Secretaria de Saúde e a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) não foi cumprido em outubro. Segundo o ICDF, apenas quatro dos 11 procedimentos previstos para o mês ocorreram.

O entendimento, intermediado pela Justiça, foi firmado após a Defensoria ajuizar ação civil pública contra a pasta do Governo do Distrito Federal. O acordo ocorreu 32 dias depois de o Metrópoles denunciar que 79 crianças estavam na fila para operações cardíacas no DF.

A Secretaria de Saúde montou o cronograma de cirurgias e assumiu o compromisso de melhorar a prestação do serviço aos pequenos pacientes do DF. Entre 19 e 31 de outubro, deveriam ocorrer 11 operações; mais 17 em novembro (com possibilidade de o total subir para 21); 25 em dezembro e 29 a partir de março de 2021, sendo essa a média de procedimentos a serem mantidos pelo restante do próximo ano.

Confira a íntegra do documento que estabelece o cronograma:

O que diz a Saúde

Na terça-feira, em coletiva de imprensa, representantes da Secretaria de Saúde foram questionados sobre a demora das cirurgias cardíacas em crianças pelo ICDF. Petrus Sanchez, secretário-adjunto de assistência à saúde, informou que a situação preocupa. “A gente tem feito os repasses dentro do prazo correto, mas o ICDF tem um passivo de R$ 50 milhões. Estamos vendo o que podemos fazer”, afirmou.

Segundo ele, várias possibilidades estão sendo analisadas. “Talvez adiantar algum repasse, ajudar com medicamentos nossos ou até mesmo comprar para eles, mas isso tem um problema na legislação”, explicou.

Já o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, intimado a cumprir a decisão sobre o caso de Ana Vitória, disse que busca alternativas para não depender mais do ICDF. “Não podemos ficar reféns de apenas um local. O Instituto de Gestão Estratégica [Iges-DF] já está fazendo alguns procedimentos em adultos, mas precisamos resolver essa outra questão”, ressaltou.

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