Bastou a primeira chuva para Vicente Pires enfrentar transtornos
Temporal e obras em andamento na região administrativa causaram prejuízos aos moradores. Carros atolaram e até escola deixou de funcionar
atualizado
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Bastou a primeira chuva após 81 longos dias de seca para que os moradores de Vicente Pires enfrentassem transtornos. Nesta sexta-feira (10/8), um dia depois do temporal com queda de granizo, a comunidade local contabilizou os prejuízos causados não só pelas precipitações.
Durante o aguaceiro, carros ficaram atolados. A correnteza também provocou erosões em algumas áreas. Entre as áreas mais críticas, está a Rua 10, onde a força da água arrancou o asfalto. Na 10A, onde está sendo realizada uma obra, um buraco de três metros de profundidade ficou submerso. Com medo de que alguém caísse na cratera, os moradores passaram a alertar os motoristas.
A chuva não durou muito tempo, mas veio tão forte que causou muitos estragos. Agentes do Departamento de Trânsito (Detran) precisaram interditar trecho que fica próximo à Rua 10B depois de dois caminhões ficarem atolados.
Morador da Rua 3 e funcionário de uma loja, João Paulo de Aguiar diz que o comércio foi muito afetado, especialmente por conta das obras de infraestrutura na região. “A empresa planejou mal, perfurou o chão e alagou tudo. Moro aqui há 20 anos e nunca tinha ficado desse jeito”, ressaltou.
Uma escola que fica no mesmo local teve de cancelar as aulas de última hora. De acordo com Naiara Magalhães, professora e secretária, o local ficou sem energia, internet e telefone quando os funcionários da obra cortaram os cabos.
“Perguntei e eles falaram que não iam consertar hoje [sexta] por causa do risco de chuva”, ressaltou. Ainda na Rua 3, uma mulher teve de frear bruscamente ao quase cair com o carro em um buraco profundo. “Se a gente não tivesse gritado e avisado, ela teria caído”, lembra Naiara.
Segundo o presidente da Associação de Moradores de Vicente Pires, Gilberto Camargos, a obra de infraestrutura foi licitada em 2014, mas o projeto começou a ser executado apenas neste ano. Os custos, conforme relatou, chegam a R$ 720 milhões. São 11 empresas para trabalhar em diferentes trechos de Vicente Pires.
“Os planos foram adaptados para encaixar no orçamento, o que causou diversos problemas. A declividade do terreno deixou de ser levada em consideração”, destacou. Nessa quinta (9), segundo ainda contou Camargos, moradores tiveram de deixar suas casas devido ao risco de alagamento de suas casas.
O outro lado
Em nota, a Administração Regional de Vicente Pires informou que as empresas contratadas para executarem as obras de infraestrutura na região realizaram atendimento emergencial, com ações de recuperação nas áreas mais atingidas pela forte chuva.
De acordo com o órgão, os locais mais afetados estão sendo sinalizados e as forças de segurança foram acionadas. “A prioridade, no momento, são as ruas 10, 10A, 10B e 3, cujas redes de macrodrenagem implantadas precisam ter as águas pluviais escoadas”, destacou.
Ainda conforme comunicado da administração, a força-tarefa mobilizada vai continuar mapeando os pontos críticos a fim de contornar os transtornos ocasionados pelas chuvas.