Bastante machucado, jovem de 19 anos aguarda cirurgia há 2 meses no DF
Rhyan Rezende sofreu acidente de moto em agosto e está internado desde então no Hospital de Base. Família alega que o estado é gravíssimo
atualizado
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O jovem Rhyan Rezende, de 19 anos, tem enfrentado uma batalha pela vida desde que sofreu um acidente de motocicleta em agosto deste ano. Ele está internado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e aguarda, há mais de 2 meses, por uma cirurgia. A família alega que o estado de saúde dele é gravíssimo.
De acordo com o pai de Rhyan, o rapaz trabalhava como motoboy há 3 meses para uma empresa de conveniência no Itapoã. No dia 23 de agosto ele realizava uma entrega no condomínio Del Lago, quando colidiu de frente com um caminhão de entulho. Esse foi o segundo acidente de trânsito dele, em menos de duas semanas.
Além das fraturas expostas pelo corpo, ele teve derrame no olho esquerdo e está tendo dificuldade para enxergar. Na última semana, o jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória e quase morreu. Por conta da fratura na mandíbula, ele também não consegue se alimentar e está desnutrido, segundo familiares.
Desde quando deu entrada no hospital, o jovem aguarda por cirurgia no braço e na perna. De lá para cá, o procedimento já foi remarcado mais de 6 vezes, por falta de insumos e médicos. “O hospital está sendo negligente. Marca a cirurgia, mas quando chega no dia de operar, diz que não tem os equipamentos”, denuncia o pai do motoboy, Renato Camargo.
Renato também alega que não teve ajuda da empresa que o filho trabalhava – sem carteira assinada – a Brabo Conveniência, para custear as despesas com a internação do Rhyan. Na primeira vez que sofreu um acidente, o estabelecimento descontou do salário dele R$ 800 por ter sido multado dirigindo sem habilitação. O rapaz não tem a licença para dirigir, o que não impediu a empresa de o contratar, segundo o pai. E, nessa segunda ocorrência, também não deram assistência e acusaram o pai de tentar extorquir dinheiro.
Para acompanhar o jovem no hospital, a família contratou uma cuidadora que fica com ele todos os dias. O pai estima já ter desembolsado mais de R$ 3 mil reais com despesas. “O hospital me passou uma nota falando que eu teria que comprar parafusos, que custam R$ 800, e uma manta de valor absurdo para a cirurgia”, conta Renato.
O pai foi proibido de visitar o filho, após ter se envolvido em uma suposta confusão com as enfermeiras do local. Ele afirma que uma médica o informou que o caso deveria ser denunciado, pois o hospital tem condições de fazer a cirurgia, mas adia recorrentemente.
O outro lado
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pela administração do Hospital de Base, informou em nota que “o paciente está sendo devidamente atendido pelas equipes de profissionais de Ortopedia e Neurologia do Hospital de Base”. O instituto também acrescenta que “ele faria cirurgia no dia 4 de novembro, mas o procedimento teve que ser adiado e será reprogramado. O quadro do paciente, porém, é estável, sem sangramento e não apresenta no momento sinais de risco de óbito”.
O Metrópoles também entrou em contato com a Braba Conveniência, para prestar esclarecimentos, mas não teve retorno do estabelecimento até o fechamento da reportagem. O espaço continua aberto para possíveis manifestações.