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Barbárie choca e revolta vizinhos de maníaco no Distrito Federal

De acordo com pessoas próximas, Marinésio Olinto, assassino confesso de duas mulheres, é um homem sem vícios, de pouca conversa e calmo

atualizado

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André Borges/Especial para o Metrópoles
vizinho-de-MArinesio
1 de 1 vizinho-de-MArinesio - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

Medo, revolta e espanto tomaram as ruas do Vale do Amanhecer, em Planaltina. Em bares, padarias e paradas de ônibus, moradores tentam entender os crimes bárbaros cometidos pelo cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos. Ele é assassino confesso de pelo menos duas mulheres no Distrito Federal.

Dono de uma padaria próximo à casa de Marinésio, Lourival Braga, 49, conhece o cozinheiro há oito anos. “Era tranquilo. Quase não falava com a gente. Nem bom dia respondia. Comprava pães. Levava a filha à escola. Nunca imaginei que fosse capaz disso”, comentou. Segundo o comerciante, a população está inquieta. “A gente se assusta. O perigo estava tão perto. Quantas crianças e mulheres não andaram de lotação com ele?”, questionou.

De acordo com pessoas próximas, Marinésio não bebia nem fumava e não havia indícios de que usasse drogas. Pedindo para não ser identificada, uma mulher contou ao Metrópoles que já pegou lotação com o cozinheiro. “Fui da Feira de Planaltina até o Vale [do Amanhecer]. Ele passou e disse que tinha vaga. Vim com outras senhoras. Normal. Essa história foi uma grande surpresa, porque ele não era um loteiro profissional”, afirmou.

O homem andava de bike pela região. Segundo Daniel Alves (foto em destaque), 31, dono de uma oficina de bicicletas, Marinésio comprava produtos em seu estabelecimento. “Era caladão”, resumiu. Há quem saia em defesa da família do cozinheiro. “Eles não têm nada a ver. As pessoas têm que deixá-las [a companheira e a filha de Marinésio] em paz. Mas ele? Que não volte nunca mais. Se pisar aqui, vai virar alma. Não é admissível o que ele fez”, sentenciou um morador, que pediu para não ser identificado.

A companheira de Marinésio dos Santos Olinto disse temer pela integridade dela, da filha e demais familiares. “Estamos com medo das pessoas. Sendo ameaçadas”, disse a mulher, em entrevista ao Metrópoles.

Marinésio morava com a companheira e a filha, de 16 anos, em uma casa humilde no Vale do Amanhecer. Tinha uma vida acima de qualquer suspeita. O homem de 1,60 m de altura é considerado calmo. “Vivi com ele muitos anos [19, no total] e não sabia de nada. Era um bom marido e bom pai. Nunca agrediu minha filha. Estamos arrasadas”, disse.

8 imagens
Fichário de Letícia achado no automóvel do suspeito
Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos
Relógio de Letícia localizado no veículo do suspeito
Na primeira condenação, o acusado pegou oito anos
Carro usado nos crimes
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Objetos de Letícia foram encontrados no carro do suspeito

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Fichário de Letícia achado no automóvel do suspeito

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Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos

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Relógio de Letícia localizado no veículo do suspeito

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Na primeira condenação, o acusado pegou oito anos

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Carro usado nos crimes

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Blazer prata do ex-cozinheiro foi usada em crimes

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Blazer prata também é apontada por vítimas de Marinésio

PCDF/Divulgação

 

Após ser preso, o cozinheiro confessou ter matado duas mulheres e afirmou que pagará pelos crimes. “Só peço desculpas a todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”, disse o homem, detido na madrugada de domingo (25/08/2019) pelo assassinato de Letícia Sousa Curado, 26, funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) que estava desaparecida desde a sexta-feira (23/08/2019).

As declarações foram dadas na segunda (26/08/2019), na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), região administrativa onde Letícia morava com o marido e o filho, de 3 anos.

“Não era eu que estava ali. Eu não sei explicar… Quando vi, já tinha acontecido”, disse Marinésio. Ele acrescentou: “Eu quero que vocês tenham raiva de mim, mas essa família que eu tenho não merece essa pessoa que eu sou”.

Além de Letícia, o homem confessou ter matado a auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47. Segundo denúncias que estão sendo investigadas, o cozinheiro pode ter atacado pelo menos 12 mulheres no DF. Sempre com o mesmo modus operandi: as vítimas eram abordadas em paradas de ônibus ou rodoviárias pelo cozinheiro, que se passava por loteiro (motorista de lotação).

O homem usava sua Blazer prata, placa JFZ 3420-DF, nos crimes. O carro passou por análise minuciosa do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Os peritos buscam principalmente material genético das vítimas no veículo. Fios de cabelos e sangue, caso sejam encontrados, podem ser confrontados com o DNA das pessoas que acusam o maníaco de crimes graves, como abuso sexual.

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