Bar do Alemão é fechado por calote de R$ 2 milhões em aluguel
Nos três anos de funcionamento do bar, nenhum aluguel foi pago à empresa dona do prédio, segundo advogado. O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), líder nas pesquisas para a Prefeitura de São Paulo, consta como sócio do bar. Delator da Lava Jato também
atualizado
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O Bar do Alemão, localizado no Setor de Hotéis de Turismo Norte, às margens do Lago Paranoá, foi fechado na manhã desta sexta-feira (5/8) por falta de pagamento. Nos três anos de funcionamento, os donos do estabelecimento nunca pagaram aluguel e acumularam uma dívida de R$ 2 milhões. O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), líder nas pesquisas para a Prefeitura de São Paulo, consta como sócio do bar, segundo cadastro da Receita Federal.
Constam como sócios, ainda, Luna Mirah Gomes, filha do ex-deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO); e o ex-empresário Geraldo Vagner de Oliveira, morto recentemente em um acidente de helicóptero em Jundiaí, no interior de São Paulo. Do grupo de empreendedores também participa a Yelloww Consultoria Ltda, que tem como administrador Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, delator da Lava Jato.Em seu depoimento, Mendonça Neto detalhou o destino de R$ 60 milhões em propina a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, referente às obras da Repar, refinaria localizada em Araucária, em Pernambuco.
Representante de várias empresas desde a década de 1990, entre elas a Setal Engenharia, depois transformada em Toyo Setal, o empresário admitiu ter pago parte da propina cobrada por ex-diretores da Petrobras na forma de doação oficial para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores. Ele estimou em “aproximadamente R$ 4 milhões” o total pago em doações ao PT entre os anos de 2008 e 2011 por orientação pessoal de Duque.
O oficial de Justiça chegou ao bar por volta das 9h com o pedido de despejo da proprietária do prédio, a Construcen. “Tentamos negociar várias vezes, mas os donos do bar nunca pagaram. Não havia outra medida a ser tomada”, afirmou o advogado da empresa, André da Mata.
A decisão proferida pelo juiz Jerry Teixeira saiu na última terça-feira (2/8). Segundo o magistrado, os bens do bar devem ser levados a um depósito, que será pago pelos proprietários do estabelecimento.
Os funcionários chegaram cedo para trabalhar, mas tiveram que deixar o local. São cerca de 70 pessoas, entre garçons, cozinheiros, atendentes. Eles afirmam que estão sem receber os valores referentes aos 10% pagos pelos clientes desde janeiro e que o salário deste mês está atrasado. “Vamos procurar nossos direitos na Justiça. Estamos com FGTS, INSS, tudo atrasado”, disse Jeovane Rodrigues de Oliveira, 32 anos, maître do Bar do Alemão.
O Metrópoles ainda não conseguiu contato com os donos do estabelecimento.