Banheiro público decente no DF é coisa rara

Antes de sair de casa, nunca esqueça de dar aquele pulinho estratégico no banheiro. As instalações sanitárias públicas do Distrito Federal não acompanharam o crescimento das cidades. Além de poucos, os banheiros são mal distribuídos, mal mantidos e malcuidados. Esse foi o cenário encontrado pela reportagem de Metrópoles ao dar uma volta em 33 banheiros públicos das cinco mais populosas regiões do DF, segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan): Ceilândia, Taguatinga, Brasília, Planaltina e Samambaia.

Sem querer se preocupar muito com isso, o GDF lavou as mãos e puxou a descarga. Desde 2002, deixou a cargo de uma empresa particular, a Cemusa, a incumbência de erguer e manter cinco cabines unissex (que atendem conjuntamente homens, mulheres, crianças e portadores de necessidades especiais) no Plano Piloto. Era a contrapartida para empresa explorar painéis publicitários em pontos de ônibus.

Só que nem sempre foi assim. Quando a W3 Sul prosperava, entre as décadas de 70 e 80, a avenida era pontilhada por banheiros públicos a cada quadra. Com o declínio do comércio de rua, esses sanitários também foram minguando. Hoje em dia, nenhum funciona. Sobrevivente daquela época, resta uma solitária instalação na Galeria dos Estados, agora sob cuidado daquele condomínio.    

Corra pra feira!
Visitamos, também, as feiras, que hoje aparecem como alternativas de comércio popular e recebem mais passantes do que clientes. É o caso de Ceilândia, cidade mais populosa do DF. A RA, a exemplo de tantas outras, não tem instalações nas praças, ruas e avenidas. Por isso, são opção para quem está no aperto e longe de casa, assim como as rodoviárias, que podem oferecer abrigo no mundo hostil. 

Em Taguatinga, se encontra um dos legítimos banheiros públicos. Fincado na Praça do Relógio, vizinho à administração regional, é intensamente movimentado dia e noite e serve como retrato do pouco caso que o Estado tem com tais serviços.

Ultrapassados e sucateados, os dois terminais rodoviários de Samambaia, criados há duas décadas, servem como contraponto urbanístico e sanitário para a nova fronteira que ali perto se levanta. Entre prédios recentes e condomínios, o Parque Três Meninas respira como uma alternativa verde e arejada. Até em seus banheiros.

Quarta mais populosa cidade do Distrito Federal e a mais antiga, Planaltina conta hoje com apenas três banheiros públicos em sua região central. Nenhum deles sob responsabilidade da administração regional. Dois estão em feiras e são mantidos pelos comerciantes. O outro pode ser encontrado no Terminal Rodoviário e, assim como acontece nas demais cidades do DF, é administrado pela Secretaria de Mobilidade do GDF.

Licença para usar no metrô
Mas se você está no metrô, infelizmente, não terá a mesma sorte. As estações não têm banheiros públicos. O passageiro que realmente tiver em apuros deve se manifestar e pedir licença para utilizar uma das áreas internas, de acesso exclusivo dos funcionários.

Para nossas incursões, os shopping centers não foram considerados, por não serem exatamente lugares públicos. Também não entraram zonas de interesse mais restrito, como o campus da Universidade de Brasília, na Asa Norte, mesmo porque a comunidade acadêmica já deve ter desenvolvido seu manual de sobrevivência.

Portanto, caro leitor, se você já passou aperto por aí, mande seu comentário. Se conhece outros banheiros públicos, ajude com sua avaliação. E, aliás… Só foi encontrada uma única descarga que não funcionava. Então, por obséquio, faça a sua parte…

Confira no mapa abaixo o que o Metrópoles encontrou  (ou não encontrou) nos 33 banheiros públicos visitados. Numa escala de 0 a 5, demos notas pelas condições de cada unidade.