Bandidos se passam por mulheres de faccionados para extorquir homens
Vítimas eram seduzidas em plataformas de relacionamento. Criminosos depois enviavam vídeos e mensagens ameaçadoras
atualizado
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Policiais civis da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) prenderam, nesta quinta-feira (23/5), ao menos 15 suspeitos de extorquir dinheiro de homens após abordá-los em plataformas de relacionamento.
Segundo a investigação, as vítimas eram seduzidas e, em seguida, ameaçadas: os criminosos falavam para os homens que eles estavam dando em cima de mulheres de integrantes de uma facção criminosa. Para evitar “derramamento de sangue” e resolver a situação pacificamente, cobravam dinheiro.
“Você tá maluco e falando com mulher casada o marido pagou para mata [sic] você e sua família. Você quer problema com a nossa facção”, ameaçou um dos criminosos. Em outra conversa, o grupo afirmou que mandaria “estourar” a cara da vítima com balas. Durante outro golpe, sentenciaram: “Já foi decretada a morte pela facção”.
Veja os prints:
Investigação
A Operação Sirenas contou com o apoio das Polícias Civis de Pernambuco (PCPE), Paraíba (PCPB) e de São Paulo (PCSP), para desarticular o grupo criminoso.
Foram cumpridos 22 mandados de prisão e de busca e apreensão em Recife (PE), Itabaiana (PB) e Campinas (SP). Até a manhã de quinta, 15 criminosos foram presos e sete seguiam foragidos. Os policiais apreenderam celulares em presídios e em residências dos alvos da operação.
As investigações duraram aproximadamente 1 ano e 4 meses. Os policiais identificaram aproximadamente 20 vítimas no DF. Estima-se que o grupo atue em todas as regiões do Brasil.
Durante as ameaças com cobrança de transferências bancárias, os bandidos enviavam vídeos com supostas armas de fogo para amedrontar as vítimas.
Acompanhe:
Siga o dinheiro
As investigações não identificaram apenas o grupo suspeito de selecionar e abordar as vítimas, mas também os beneficiários das quantias recebidas, inclusive aqueles que realizavam os saques do dinheiro.
Os autores responsáveis pela circulação do dinheiro eram envolvidos com a prática de inúmeros crimes graves.
Apesar de não possuírem renda fixa, os suspeitos chegaram a movimentar mais de R$ 1 milhão em um período de três meses, relacionando-se financeiramente com indivíduos com os mais variados antecedentes: roubo a banco, roubo a correio, homicídios, dentre outros.
Os investigados, agora presos, responderão pelos delitos de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, poderão receber uma pena máxima de 28 anos. Além disso, tiveram o bloqueio de suas contas decretado.
Sirenas
Segundo a mitologia grega, as Sirenas eram seres marinhos que atraíam marinheiros com seu canto melodioso para naufragarem nas rochas. Neste caso, os criminosos agiam de forma muito semelhante. Encantavam as vítimas para, na sequência, atormentá-las em busca de dinheiro.