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Bambambã: juiz diz que empresário agiu de forma articulada e violenta

Na sentença condenatória, juiz apontou que dono de bar tinha consciência de que vítima estava vulnerável e agiu para forçar uma relação

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1 de 1 Foto-gabriel-dono-do-bar-bambambã - Foto: Reprodução/ Redes sociais

Dono do bar Bambambã – localizado na 408 Norte, em Brasília – Gabriel Ferreira Mesquita agiu de forma articulada e violenta contra vítima de abuso sexual. A afirmação é do juiz Aimar Neres de Matos na sentença que condenou o empresário a 8 anos de prisão por estupro de vulnerável.

O juiz entendeu que a vítima estava em situação de inconsciência e que Gabriel, sabendo da possível recusa da moça, se aproveitou para forçar uma relação anal.

“A vítima se encontrava em evidente situação de entorpecimento, muito certamente decorrente do uso de bebida alcoólica, e que o réu tinha plena ciência disso, já que este conduziu sua ação de forma bem articulada, impondo à ofendida a realização de prática sexual que ela nunca havia experimentado, e com a qual não consentira, de maneira abrupta e violenta”, destacou o magistrado.

Para o juiz, Gabriel ofereceu bebida como estratagema para dar vazão ao seu desejo sexual. Nesse sentido, o juiz entendeu que a jovem, de 22 anos na época, foi abusada sexualmente sem condições de reagir.

Troca de mensagens

O juiz ainda considerou uma troca de mensagens após a violência, em que a vítima perguntou o que teria acontecido na última noite e o empresário detalhou a sequência de agressões. Ela ainda questionou se houve o uso de preservativo, mas o homem informou que não precisava pois usou lubrificante.

Para o magistrado, essa sequência foi significativa para comprovar que Gabriel estava consciente enquanto a vítima se encontrava em situação de vulnerabilidade.

O juiz ainda acrescentou que o homem tem tendência “à dominação e à subjugação completa dessas suas parceiras que, desavisadas, se dispunham a se relacionar sexualmente com ele”.

A sentença foi publicada nessa segunda-feira (15/7), e a pena deve ser cumprida em regime fechado, por envolver crime hediondo. Gabriel pode ainda recorrer a outras instâncias e vai aguardar em liberdade o trânsito em julgado da sentença.

Relembre o caso

Ao menos 12 mulheres denunciaram Gabriel Mesquita. Elas conversaram com a reportagem e detalharam histórias de horror e traumas provocados pelo acusado, que supostamente cometia os crimes após dopá-las.

“Aconteceu em uma noite após o aniversário de um amigo. Ele me levou até o quarto, onde, inicialmente, consenti a relação. Quando terminamos, e após certo tempo, adormeci. No meio da madrugada, no entanto, fui acordada de forma extremamente violenta, com ele me virando de bruços e forçando sexo anal”, relatou Maria*, uma das vítimas.

Amigos do dono do Bambambã também ressaltaram o suposto perfil hostil do empresário. “Conheci o Gabriel ainda na juventude; inclusive, chegamos a morar juntos. Ele era uma pessoa envolvente e agradável, mas agressivo e violento quando confrontado”, descreveu um colega, que não quis se identificar.

“Ele [Gabriel] falou uma ou duas vezes sobre ter tido relação sexual consentida com uma mulher e, no meio do ato, ter partido para o sexo anal sem permissão da parceira. E [ele] teria achado o máximo”, completou o conhecido.

Em agosto de 2022, a 2ª Vara Criminal de Brasília condenou Gabriel a seis anos de prisão por um processo de 2018. Na denúncia, o réu foi acusado de forçar sexo com a vítima, aproveitando-se do fato de que ela estaria embriagada e sem condições de reagir. No entanto, ele foi absolvido após apelação da defesa na segunda instância do TJDFT.

Defesa

Por meio de nota, a defesa de Gabriel informou que vai recorrer da decisão “para restabelecer a total inocência” do condenado. O advogado do empresário ainda apontou a acusação como “injusta”.

Leia nota na íntegra:

“A Justiça tem sido feita. Em verdade, Gabriel Ferreira, foi absolvido de mais duas injustas acusações. É válido lembrar que 12 denúncias foram feitas e, corretamente, a Justiça do Distrito Federal já o absolveu de 11 delas.

Por esse motivo, encaramos com serenidade essa única condenação. Entendemos que houve um grande erro e vamos recorrer ao Tribunal de Justiça para restabelecer a total inocência de nosso cliente.”

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