Baixo número de PMs em 8/1 “causa estranheza”, diz coronel em CPI
CPI recebeu documentos que apontam o uso de apenas 200 policiais militares em 8 de janeiro, enquanto depoente citou mais de 2 mil na posse
atualizado
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O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), admitiu “estranheza” em relação ao número de PMs enviados para conter a tentativa de golpe em 8 de janeiro.
O oficial presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa na manhã desta quinta-feira (16/3). Naime estava afastado da corporação na data, mas comentou sobre o planejamento da corporação em outros casos.
Segundo documentos recebidos pela CPI, citados pelo presidente da Comissão, Chico Vigilante (PT), apenas 200 policiais, alunos de curso de formação, participaram na contenção inicial aos atos de 8/1. Outros depoimentos no âmbito da investigação da Câmara Legislativa mostram o número de 600 PMs no efetivo.
Porém, Naime disse que uma quantidade bem maior foi empregada na posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma semana antes. “O efetivo na posse eu sei, porque eu comandei. Foram 2.193 policiais militares, que aplicamos na área da posse e adjacências.”
Já sobre o número de 8 de janeiro, ele afirmou que não pode detalhar o efetivo.
“Não participei do planejamento, não estive próximo. Me causa estranheza ter usado somente alunos, isso foge do que é o nosso padrão. Usar alunos é normal, mas sempre acompanhados. Somente os alunos, isso nunca aconteceu. Tem que investigar se isso aconteceu”, avaliou.
Ele acrescentou que considerou “impressionante” a facilidade com que os golpistas entraram nos prédios. “Eu nunca vi aquilo acontecer. Temos imagens do comandante do choque levando chave de estrela do comandante do Exército que queria liberar todo mundo. Se tivesse tido resistência mínima, se todo mundo sabia e estava ciente, por que só tinha 16 policiais no Congresso, de 500? Se todo mundo sabia, por que não estava guarnecido? Precisa de autorização do governador para que a Força Nacional atue, mas STF, Congresso são prédios federais, com polícia própria.”