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Avó de criança vítima de Covid no DF: “Com vacina, poderia estar aqui”

Guilherme Monteiro foi uma das 4 crianças entre 5 e 11 anos vítimas da Covid no DF. Outras 10 morreram com síndrome respiratória aguda grave

atualizado

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Arquivo pessoal
Homem e mulher abraçando criança no meio, deitados em sofá cinza
1 de 1 Homem e mulher abraçando criança no meio, deitados em sofá cinza - Foto: Arquivo pessoal

Vítima de complicações decorrentes da Covid-19 aos 10 anos, o pequeno Guilherme Silva Monteiro é lembrado pela avó, Socorro de Jesus da Silva, como “uma criança feliz e cheia de vontade de viver”. A cozinheira, de 51 anos, conta que o neto lutou contra a doença e ficou 12 dias internado, mas não resistiu e faleceu em 1º de agosto de 2021.

Guilherme foi uma das quatro crianças com idades entre 5 e 11 anos que faleceram no DF com Covid-19 desde o início da pandemia. Esse foi o número de óbitos para a faixa etária registrado pelos Cartórios de Registro Civil do DF no período de março de 2020 até a primeira semana de janeiro de 2022.

Veja fotos do pequeno Guilherme:

6 imagens
Ele e a avó, Socorro de Jesus da Silva
Menino também era criado pelo avô
Ele morava com os avós no Recanto das Emas
Menino tinha síndrome de Down
Ele veio a óbito em 1º de agosto do ano passado
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Guilherme Silva Monteiro faleceu aos 10 anos

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Ele e a avó, Socorro de Jesus da Silva

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Menino também era criado pelo avô

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Ele morava com os avós no Recanto das Emas

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Menino tinha síndrome de Down

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Ele veio a óbito em 1º de agosto do ano passado

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Os números aumentam quando são analisados dados de crianças que perderam a vida em razão de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Nesse caso, foram 10 óbitos na faixa de 5 a 11 anos registrados: um por idade entre crianças de 6 e 7 anos, e nas de 5, 9, 10 e 11 anos, houve dois falecimentos por idade.

O levantamento contabilizado faz parte do Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados que reúne as informações de nascimentos, casamentos e óbitos registrados pelos 7.663 cartórios brasileiros, que é administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

Positivo para Covid

A cozinheira Socorro conta que ela e o marido criavam Guilherme desde pequeno. Os três moravam juntos, no Recanto das Emas. “Eu cuidei dele desde que nasceu até o último dia de vida. A gente fazia tudo junto. Ele era meu amigo, meu fiel companheiro”, diz a avó.

“O Guilherme era uma criança feliz. Ele estudava, era um menino cheio de vontade de viver”, relata.

O pequeno tinha síndrome de Down. Com a chegada da pandemia, Socorro diz que a família redobrou os cuidados, para evitar que o menino contraísse o vírus.

No entanto, no final de julho do ano passado, Guilherme precisou ser internado, após passar mal e apresentar febre alta. “Ele morava comigo, mas a minha filha, mãe dele, ajudava a cuidar. Achávamos que a febre era uma reação a um remédio, mas foi ficando mais alta. Então, a mãe correu com ele para o Hmib (Hospital Materno-Infantil)”, narra.

Na unidade de saúde, localizada na Asa Sul, o menino fez teste para Covid-19. “E aí veio a notícia que não queríamos: deu positivo”, conta Socorro.

De lá, Guilherme foi transferido para o Hospital da Criança, onde ficou internado até o dia 1º de agosto, quando veio a óbito. “Achávamos que ele iria suportar, porque ele suportou tanta coisa. Ele era um milagre de Deus, mas infelizmente não resistiu”, lamenta a avó.

Vacina

Hoje, Socorro acredita que caso o neto tivesse se vacinado a tempo contra a Covid-19, o desfecho poderia ter sido outro. “Eu tenho isso dentro de mim: mesmo com a comorbidade que ele tinha, acredito que, com a vacina, ele ainda poderia estar aqui”, diz.

“Ele lutou bravamente contra essa maldita doença, mas eu queria ter cumprido a minha missão de levá-lo para vacinar, pois acredito que a vacina é a forma que temos agora de nos proteger e proteger quem a gente ama”, destaca a avó.

Covid: DF receberá 56 mil doses de vacina para crianças em janeiro

Mortes de crianças no DF

No Distrito Federal, três crianças de 5 a 11 anos faleceram vítimas de Covid-19 em 2021, e uma veio a óbito devido à doença em 2020. Na primeira semana de janeiro de 2022, não foram contabilizados óbitos de crianças nessa faixa etária.

“Os números compilados pelo Portal da Transparência, que disponibilizam os óbitos registrados em Cartórios de Registro Civil do Brasil como forma de informar à sociedade sobre o atual estágio da pandemia, mostram que, embora reduzidos, os óbitos de crianças fazem parte deste triste momento que estamos vivendo, e que a vacinação é o melhor caminho para que vidas sejam salvas e para que a doença, propagada pelas novas variantes, seja menos fatal a quem já estiver imunizado”, destaca Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil.

Contabilizando todas as mortes por causas naturais no Distrito Federal, a faixa etária entre 5 e 11 anos totaliza 89 óbitos, sendo 53 em 2020 e 36 em 2021. Dentre as causas segmentadas pelo portal, septicemia encabeça a lista, com oito mortes, pneumonia vem em seguida (9), AVC (6), insuficiência respiratória (10) e Covid-19 (4). A categoria “demais óbitos”, que reúne várias doenças não segmentadas no portal, totalizou 41 mortes.

Já no Brasil, houve 324 óbitos por Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos desde o início da pandemia.

Vacinação infantil

O Distrito Federal dará início, no próximo domingo (16/1), à campanha de vacinação contra a Covid-19 de crianças com 16,3 mil doses da vacina Pfizer. Serão 11 pontos exclusivos para imunização pediátrica, que funcionarão das 8h às 17h.

Podem se vacinar crianças de 5 a 11 anos com comorbidades, deficiência permanente ou sob a tutela do Estado; e crianças sem comorbidades com 11 anos completos. Para esses públicos, serão 10 mil doses disponíveis em 11 pontos fixos. Veja, abaixo, os locais de vacinação:

As outras 6,3 mil doses vão para a campanha itinerante, que atenderá crianças com deficiência permanente, dificuldades de locomoção, crianças institucionalizadas e aquelas vinculadas a instituições sociais e/ou de saúde. As equipes de Saúde da Família (eSF) se deslocarão para as instituições e para a casa dos pequenos que tiverem dificuldade de locomoção, a partir de segunda-feira (17/1).

Crianças de 5 a 11 anos com comorbidade deverão apresentar laudo que comprove a condição clínica na hora de receber a vacina contra a Covid-19 no Distrito Federal.

Veja a lista de comorbidades inclusas como prioritárias:

De acordo com a Secretaria de Saúde, o DF espera receber um total de 56.234 doses pediátricas em janeiro. No próximo mês, devem chegar à capital mais 94.536 doses. E, em março, são esperadas mais 109.434 doses da vacina para crianças.

Veja o cronograma de janeiro:

  • 1ª entrega: 14/1/2022: 16.300 doses
  • 2ª entrega: 20/1/2022: 23.634 doses
  • 3ª entrega: 27/1/2022: 16.300 doses

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