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Áudios. Da cadeia, preso ensinava quadrilha a arrombar caixas no DF

Romário Carvalho de Moura foi interceptado ao telefone orientando seus comparsas como usar maçaricos para arrombar cofre dos caixas

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1 de 1 Explosao-caixa-eletronico1 - Foto: PMDF/Divulgação

Mesmo cumprindo pena no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, Romário Carvalho de Moura comandava uma organização criminosa especializada no arrombamento de caixas eletrônicos no Distrito Federal. O detento foi alvo da Operação Torch deflagrada pela Divisão de Repressão a Furtos (DRF) da Polícia Civil do DF. Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial mostram como ele ensinava o passo a passo dos crimes para os comparsas.

De acordo com as conversas, cujo sigilo foi retirado pela Justiça, Romário, que foi condenado justamente por cometer ataques contra os terminais de autoatendimento, ensinava um dos cúmplices a agir no momento do arrombamento. Na conversa, o preso explica onde as chamas devem ser usadas e quais os dispositivos precisam ser cortados. Daí o nome da operação “Torch”, traduzido para o português como “tocha”.

Entre outros crimes, a quadrilha teria participado do ataque ao caixa eletrônico instalado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ocorrido na Asa Norte em 6 de junho deste ano (foto em destaque), e do arrombamento do terminal que fica no Centro de Saúde nº 3 do Riacho Fundo, no dia 11 de agosto de 2019.

 

Aparelhos
Em outro áudio, Romário conversa com sua companheira, Herica de Santana, e diz que é preciso pagar R$ 15 mil para conseguir colocar um celular no interior da cadeia. Ele afirma que pretende dar um carro avaliado em R$ 30 mil para um homem em troca de dois aparelhos que seriam usados para se comunicar de dentro do presídio de Pedrinhas.

A Operação Torch foi deflagrada em sigilo para prender os integrantes da organização criminosa no DF e em Tocantins. A ação também mirou o líder do grupo, Romário, que será recambiado do Maranhão para o Distrito Federal. De acordo com as investigações, o presidiário repassava todas as informações para os outros membros da quadrilha, inclusive ensinando como manusear o maçarico e em que pontos do caixa eletrônico a ferramenta deveria ser usada.

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Dois locais foram alvos dos ataques no Distrito Federal
Apesar das ações, os bandidos não conseguiram levar nada
A quadrilha recebia informações de um preso
Dois dos suspeitos foram presos quando deixavam o CPP
Três homens e três mulheres foram apresentados pela polícia
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Material usado pela quadrilha para roubar caixas de bancos

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Dois locais foram alvos dos ataques no Distrito Federal

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Apesar das ações, os bandidos não conseguiram levar nada

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A quadrilha recebia informações de um preso

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Dois dos suspeitos foram presos quando deixavam o CPP

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Três homens e três mulheres foram apresentados pela polícia

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Três deles acabaram presos pela polícia em Samambaia

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Dois suspeitos ainda se encontram foragidos

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Um dos ataques ocorreu no Posto de Saúde nº 3 do Riacho Fundo

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Carlos Frederico Guimarães Filho é um dos foragidos

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Wender Pereira Coimbra Júnior também é procurado pela polícia

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Os investigadores da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) localizaram e prenderam todos os comparsas do presidiário ao longo da última semana. Dois deles, Diego Ângelo da Silva Martins e Wender Pereira Coimbra Júnior, foram os autores do arrombamento no centro de saúde do Riacho Fundo.


“Geladeira”

Outra conversa entre o presidiário e um comparsa que estava no DF mostra a preocupação de Romário com a claridade provocada pelas chamas do maçarico. Ele pergunta ao integrante do bando se o caixa eletrônico fica em local fechado. Ambos usam uma série de códigos para se referir aos caixas eletrônicos, local de ataque e ao dinheiro que existe dentro dos cofres. Segundo a investigação, a palavra “geladeira” ou “frigobar” diz respeito ao terminal de autoatendimento e “bebida” é o código para dinheiro. Já “cama” significaria o local onde o caixa fica instalado.

Passo a passo, Romário explica como cada um dos integrantes da organização criminosa deve agir. No último áudio gravado durante as interceptações telefônicas, ele explica a um dos criminosos que o “bicho”, referência para cofre, deve ser arrombado conforme as orientações. “Não tem dúvida nenhuma, tudo está explicado passo a passo”, diz.

A investigação ainda mostra que Romário e Diego estavam aliados a Herica de Santana e Luciana Alves de Sousa, suas respectivas esposas. “Herica é quem repassava as ordens do marido, líder preso da organização criminosa. Cabia a ela também a transferência de valores utilizados na aquisição de material de arrombamento”, afirmou o diretor da DRF, delegado Fernando Cocito.

Ainda segundo o policial, Luciana era a ponte entre Diego e Romário. “Ela não apenas sabia das empreitadas como também ajudava na preparação, inclusive recebendo e guardando peças de maçarico”, explicou o diretor da DRF.

“Normalmente, os ataques com maçaricos são realizados em Brasília por pessoas de outros estados, principalmente do Sul do país, mas aqui identificamos delinquentes locais que recebiam apoio logístico e intelectual de criminosos de Tocantins e Maranhão”, acrescentou Fernando Cocito.

Veja vídeos da Operação Torch:

 

Prisão em Tocantins

Durante as apurações da DRF, Diego e Luciana foram flagrados recebendo peças de maçarico na Rodoviária Interestadual de Brasília. Os equipamentos, vindos da cidade de Gurupi, em Tocantins, foram encaminhadas por outros dois integrantes da organização criminosa: Frederico Guimarães Filho e Hélida Maria Ferreira Andrade. O casal dava apoio logístico ao grupo, adquirindo e encaminhando as peças para os ataques, conforme determinações de Romário.

Diego, Luciana e Herica acabaram presos em Samambaia, em 27 de agosto. Na residência de Luciana e Diego, os policiais encontraram maçaricos utilizados no ataque. Hélida foi presa em Gurupi, no dia seguinte.

Dos nove integrantes da quadrilha, Frederico e Wender ainda permanecem foragidos. No dia de sua prisão, Diego estava na companhia de Manoel Isac de Almeida. No carro dele, os policiais encontraram ferramentas, luvas e fixadores plásticos idênticos aos utilizados no ataque ao Posto de Saúde nº 3 do Riacho Fundo.

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Manoel de Almeida também foi preso por ter participado de arrombamento a caixas eletrônicos
A organização criminosa recebia equipamentos vindos de Gurupi, em Tocantins, para cometer os roubos
O bando teria participado do arrombamento do caixa eletrônico que fica no prédio da OAB-DF
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Investigadores prenderam Diego Alves Martins em 27 de agosto. Ele recebia ordens de um presidiário que cumpre pena no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão

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Manoel de Almeida também foi preso por ter participado de arrombamento a caixas eletrônicos

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A organização criminosa recebia equipamentos vindos de Gurupi, em Tocantins, para cometer os roubos

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O bando teria participado do arrombamento do caixa eletrônico que fica no prédio da OAB-DF

Material cedido ao Metrópoles

 

Ainda durante as investigações, a DRF identificou que Manoel e seu filho, Marcos Ramos de Almeida, também participaram do ataque ao caixa eletrônico do Posto de Saúde nº 3 do Riacho Fundo, agindo na companhia de Diego, Wender e outro suspeito, ainda não identificado.

Pai e filho foram presos em 29 de agosto, quando deixavam o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

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