Atos antidemocráticos: ex-comandante da PMDF vai ao STF pedir soltura
Pedido de defesa do ex-comandante-geral da PMDF coronel Fábio Augusto Vieira tem como base relatório divulgado pelo interventor
atualizado
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A defesa do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto Vieira pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a soltura do coronel. Preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes por suposta omissão ou conivência nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Fábio Augusto alega que o próprio relatório sobre os ataques prova a sua inocência.
O pedido dos advogados do militar veio horas após a divulgação do relatório do interventor da segurança pública no Distrito Federal, Ricardo Capelli, com detalhes e conclusões a respeito da tentativa de golpe de Estado violenta em Brasília. “Há diversos argumentos que estão apoiados pelas provas juntadas pelo relatório do interventor. A apuração dos fatos não permite outra decisão juridicamente justificada diferente da revogação da prisão do coronel Fábio Vieira”, declarou Thiago Turbay, advogado do ex-comandante.
No pedido de soltura, a defesa cita que o policial esteve pessoalmente tentando impedir a invasão aos prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. Fábio Augusto chegou a ser ferido na cabeça pelos manifestantes. Em imagens, o coronel aparece sangrando na região do rosto.
Na avaliação do advogado, o relatório divulgado reitera que não houve omissão dele durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. “Ao contrário, revela o inequívoco esforço pessoal do então Comandante-Geral para impedir a depredação pública e violações contra o Estado Democrático de Direito e suas Instituições”, afirma uma nota da defesa.
O relatório foi elaborado pelo interventor Ricardo Cappelli. O texto detalha falhas operacionais no dia 8 de janeiro e traz diversos apontamentos sobre o dia. Em um dos pontos, o documento levanta ações e omissões de policiais militares que estão sendo investigadas pela Corregedoria. São seis inquéritos abertos para apurar possíveis responsabilidades de PMs nas invasões e depredação promovidas por bolsonaristas na Praça dos Três Poderes.
Cappelli criticou o comando da PMDF no dia dos atos. “Não houve plano operacional nem ordem de serviço. Não há registro de quantos homens iriam. O que houve, apenas, foi um repasse burocrático, um ofício recebido para algumas unidades pelo Departamento de Operações. Isso é central, quem faz é o Departamento de Operações da Polícia Militar. O chefe em exercício do DOP encaminha burocraticamente esse memorando para algumas unidades. Chama atenção, então, as duas questões: não houve plano operacional, nem sequer ordem de serviço”, disse.