Ativistas sem-teto usaram infraestrutura em volta de secretaria enquanto vandalizavam Terracap
Banheiros que ficam no térreo da sede da Secretaria da Segurança e vagas no estacionamento da pasta foram usados como ponto de apoio pelos manifestantes, que depredaram entrada de órgão público
atualizado
Compartilhar notícia
Integrantes sem-teto da Frente Nacional de Luta (FNL) não podem reclamar da falta de hospitalidade nem do conforto proporcionados pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social durante as invasões a prédios públicos na manhã desta terça-feira (8/3). Banheiros que ficam no térreo da sede e vagas no estacionamento da pasta foram usados como ponto de apoio pelos manifestantes, que chegaram a depredar a entrada da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).
Fotos obtidas pelo Metrópoles mostram como os participantes das invasões caminhavam bem à vontade pelo estacionamento — que conta com guarita de vigilância — e aproveitaram a sombra das árvores para almoçar tranquilamente. Um carro estacionado em uma das vagas normalmente utilizadas por servidores das forças de segurança encontrava-se ocupada por um veículo tipo perua. No porta-malas, quentinhas eram servidas aos manifestantes.
Após almoçar, os integrantes do FNL caminhavam sem cerimônia pelas cercanias da secretaria enquanto, do outro lado da rua, a Polícia Militar entrava em confronto com o movimento, responsável por depredar a Terracap. A invasão chegou ao fim com dois presos — um deles inclusive era procurado por homicídio —, mas apertado ou com fome, ninguém ficou.
Reivindicações
O grupo pede recursos para a construção de residências populares do Minha Casa, Minha Vida e a destinação de terras rurais para o assentamento das cerca de 5 mil famílias acampadas no DF. De acordo com integrantes do movimento, o plano é permanecer nos locais até que representantes do governo se reúnam com o grupo. Eles devem seguir para a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após os atos.
É a quarta vez que o movimento protesta na capital este ano. Em fevereiro, o grupo ocupou o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério das Cidades, o Ministério de Desenvolvimento Agrário e a sede da Terracap. Na última quinta (3), eles protestaram noMinistério das Cidades.